Neste mês de março, duas datas chamam
atenção para os problemas de saúde e doenças que podem prejudicar os rins: O
Dia Mundial do Rim (10) e o Dia da Incontinência Urinária (13). Muito se fala
da doença renal crônica (DRC) em adultos, que afeta uma em cada dez pessoas no
mundo. Mas é preciso lembrar que a DRC também atinge as crianças, provocando um
forte impacto no desenvolvimento e qualidade de vida delas. Trata-se de uma
doença silenciosa e que não tem cura, quando os sintomas aparecem significa que
já está em estágio avançado.
Mas o diagnóstico precoce pode
controlar ou retardar a progressão da DRC, na maior parte dos casos. Por isso, a importância de se
levar mais informações às famílias. O alerta é feito pela
nefropediatra Dra Rejane Bernardes, da clínica Nefrokids, referência em
Curitiba no tratamento infantil de crianças portadoras de doenças renais.
“Nossa missão é a prevenção da lesão renal, e naquelas crianças que já
apresentam alguma lesão, vamos evitar a evolução desse quadro para que elas possam
ter uma vida normal e não passem ao estágio cinco da doença, no qual precisam
de diálise e transplante”.
Na infância e adolescência a incidência de
pessoas acometidas pela doença é menor, por isso existem poucos estudos de
prevalência da DRC nesta faixa etária. No entanto, pontua a especialista, o
impacto da doença é enorme nas crianças. Diferente do adulto, quase 50% dos
casos de DRC na infância tem como causa as malformações e disfunções de trato
urinário. Estas condições se manifestam com dificuldades no desfralde,
infecções urinárias, refluxo de urina para os rins, incontinência urinária
noturna (xixi na cama) ou diurna, hipertensão arterial que, muitas vezes,
recebem um tratamento tardio, quando já apresentam algum grau de
comprometimento renal.
A perda de função renal em estádio avançado
envolve vários órgãos e sistemas, como cardiovascular, endocrinológico,
hematológico, neurológico, além de distúrbios eletrolíticos, do metabolismo
ácido-básico e atraso no desenvolvimento.
Diagnóstico de alteração do trato urinário
ainda na barriga da mãe
Segundo a nefropediatra, muitas gestantes são
encaminhadas para clínica com o ultrassom dos rins do bebê alterados,
possibilitando o acompanhamento desde o nascimento. “Infelizmente,
em outros casos, as crianças chegam com histórico de infecções urinárias
recorrentes e já apresentam algum grau de lesão renal, refluxo de urina para os
rins, hipertensão arterial. Mas ainda assim podemos atuar evitando progressão
das lesões”, explica.
Nos casos de bexiga neurogênica, que são
crianças que geralmente apresentam paralisia cerebral, mielomeningocele ou
outras doenças neurológicas, quanto mais cedo atuar, menor o risco de alteração
dos rins. Outras doenças renais de origem genética ou adquiridas na infância não
podem ser prevenidas, mas o diagnóstico e tratamento precoce pode retardar
a progressão da doença.
Por isso, é muito importante que os pais fiquem
atentos a presença de sinais ou sintomas urinários, como alteração de exame de
urina com perda de proteína, sangue ou presença de leucócitos aumentados,
pressão arterial aumentada, inchaço, incontinência urinária, infecção urinária
- especialmente nos primeiros anos de vida - alteração no ultrassom pré-natal,
além de dedicar uma atenção maior à criança diabética.
Nefrokids
Desde 2003 em Curitiba, a Clínica Nefrokids atua
no tratamento e prevenção das doenças do aparelho urinário, e recebe pacientes
de todo o Brasil. Referência no atendimento de Nefrologia Pediátrica, ou seja,
patologias do trato urinário. Clínica especializada nas disfunções de bexiga,
realiza em média 600 consultas mensais, mais de 3 mil sessões de fisioterapia
para reabilitação das funções da bexiga e esfíncteres e mais de 500 exames
funcionais de bexiga. Atua ainda na monitorização ambulatorial da pressão
arterial e sessões de uroterapia, e oferece atendimento com de nutricionista
infantil para promover reeducação alimentar.
Instalada em um novo espaço com 1.650 m2 de
área, a clínica dispõe de sete salas de fisioterapia, quatro salas de exames,
seis consultórios, sala de triagem e sala de treinamento distribuídos em três
recepções, com rígidos protocolos em função da Covid-19.