A Visão Mundial, Plan International
Brasil, Terre des Hommes Suisse, Terre des Hommes Scwheiz, ChildFund Brasil e
Aldeias Infantis SOS Brasil, Organizações Não-Governamentais (ONGs)
internacionais com representação no Brasil e que trabalham pelos direitos e
proteção à criança, vêm respeitosamente emitir seu posicionamento a respeito da
necessidade do Poder Executivo federal proceder com celeridade e urgência na
solicitação de vacinas do laboratório Pfizer e sua distribuição pelo Programa
Nacional de Imunização para crianças de 5 a 11 anos, conforme aprovado ontem,
dia 16, pela ANVISA, como já vem sendo realizado por países como Estados
Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Espanha, Coreia do Sul, Austrália e
Holanda.
A notícia nos enche de esperança para o
próximo ano, pois com a inclusão desse público, o Brasil poderá vacinar 93% de
toda a população, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), que indica um número de 20,4 milhões de crianças entre 5 e
11 anos no país, mesmo as crianças não tendo sido a maioria das vítimas letais
da Covid-19, os números absolutos também assustam: cerca de 2,5 mil crianças e
adolescentes brasileiros morreram pela doença desde o início da pandemia.
Contudo, o Ministério da Saúde declarou
ontem, dia 16 de dezembro, que o governo brasileiro ainda irá analisar a
recomendação da Agência reguladora, não apontando uma previsão para a
solicitação de vacinas à empresa estadunidense e para sua distribuição pelo
Programa Nacional de Imunização.
Sabemos que o Ministério da Saúde já
tem uma previsão contratual de adquirir 100 milhões de doses da Pfizer para
2022, as quais podem ter versões adaptadas, podendo ser então destinadas à
população infantil, que segundo determinação da ANVISA, as crianças devem
receber o imunizante em duas doses de 0,2 mL, equivalente a 10 microgramas, um
terço da dose aplicada em um adulto.
Cumpre salientar que a decisão da
ANVISA de autorizar o uso de vacinas para crianças a partir de 5 anos contou
ainda com o apoio das associações médicas brasileiras de Infectologia,
Pediatria, Imunologia, Imunizações e Pneumologia, cientes dos benefícios ao
público pediátrico.
É essencial, portanto, que o Poder
Executivo federal esteja empenhado em garantir as doses o mais rápido possível,
visto que as vacinas são seguras e eficazes, segundo já apontou o principal
órgão regulador e autorizador de vacinas no país, e também as grandes
responsáveis pela diminuição diária das médias de mortes no país. São mais de
20 milhões de crianças a serem beneficiadas, e o tempo urge, à medida que o ano
letivo nas principais redes de ensino tem como previsão se iniciar novamente em
fevereiro de 2022, as vacinas precisam ser aplicadas com celeridade, pois a
segunda dose apenas pode ser aplicada 21 dias após a primeira dose, e ainda
respeitados os 15 dias para a completo efeito de imunização, nossas crianças
apenas estarão seguras, no melhor dos mundos, apenas em março do próximo ano,
corroborando para que se assegure não só o direito à saúde, mas também o
direito à educação de milhões de crianças e adolescentes no país.
Diante disso, é de extrema importância
contarmos com um retorno às escolas da forma mais segura possível, e o
corrimento regular do ano letivo. Hoje, a Covid é a doença que mais mata crianças
no Brasil dentre todas as doenças infecciosas contempladas no calendário de
vacinação infantil. A população não vacinada é sempre a mais suscetível à
doença e às novas variantes. Isto, diante ao retorno das atividades sociais e
coletivas fará das crianças os principais vetores e as vítimas de maior
potencial, contribuindo, além de tudo, para a intensificação de uma atmosfera
inaceitável de preconceito e discriminação contra a população infanto-juvenil
Desde 2020 as crianças já vêm sofrendo
direta e indiretamente os efeitos da pandemia, com as escolas fechadas, o
aumento de casos de violência doméstica e familiar, o aumento da pobreza e
consequentemente o trabalho infantil e a insegurança alimentar, a aceleração da
gravidez e do casamento precoce, a orfandade por morte de seus responsáveis
legais e afetivos, e tantas outras consequências graves.
A pandemia não acabou e nossas crianças
precisam ser protegidas hoje, para que possamos garantir-lhes um novo ano que
se inicia com mais esperança.
Assinam esta nota:
Aldeias Infantis SOS Brasil
ChildFund Brasil
Plan International Brasil
Terre des Hommes Suisse
Terre des Hommes Scwheiz
Visão Mundial
Sobre a Visão Mundial
A World Vision, conhecida no Brasil
como Visão Mundial, é uma organização humanitária dedicada a trabalhar com
crianças, famílias e suas comunidades para atingir todo o seu potencial,
combatendo as causas da pobreza e da injustiça. A Visão Mundial serve a todas
as pessoas, independentemente de religião, raça, etnia ou gênero. A organização
está no Brasil desde 1975 atuando por meio de programas e projetos nas áreas de
proteção, educação, advocacy e emergência, priorizando crianças e adolescentes
que vivem em situações de vulnerabilidades.