Em média, um quadro gripal comum dura até sete dias para se curar totalmente, mas, em alguns casos, a tosse carregada, as secreções nasais espessas, as dores de cabeça e as dificuldades respiratórias podem se manter além desse período e até resultar em maiores complicações, como quadros de pneumonia.
Segundo o médico otorrinolaringologista Dr. Luiz Guilherme Patrial, do Hospital IPO, se o paciente notar que os sintomas não estão diminuindo de maneira adequada, mas, sim, estão se tornando mais arrastados, é possível que o caso seja de maior gravidade. O mais adequado é passar por uma reavaliação médica.
"As principais consequências de uma gripe mal curada são sinusite, faringite, laringite, otite e, em quadros mais graves, pneumonia e bronquite, infecções respiratórias que costumam aparecer principalmente no período invernal", comenta Patrial.
A pneumonia, um dos casos mais complicados para a recuperação do paciente, foi a causadora de 3.231 mortes no ano de 2020 no Paraná e, em 2021, responsável por 1.655 até o momento, segundo a Secretaria do Estado de Saúde do Paraná (SESA). Até 24 de julho deste ano, foram notificados no Paraná mais de 100 mil casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), sendo um confirmado para Influenza, 41 classificados como SRAG por outros agentes etiológicos, 1.262 como SRAG por outros vírus respiratórios, 13.550 como SRAG não especificado, 68.396 como SRAG por Covid-19 e 17.642 estão em investigação aguardando confirmação laboratorial.
Para evitar evolução dos casos gripais e complicações, é preciso ter alguns cuidados. Patrial aponta a necessidade de manter uma rotina saudável, com boa alimentação e hidratação, além de evitar o estresse. "Também é indicado evitar ambientes com maior aglomeração de pessoas e se vacinar contra a gripe para prevenir, principalmente, o desenvolvimento de quadros mais severos", diz.
No país, até o dia 4 de agosto, foram vacinados mais de 53 milhões de brasileiros, cerca de 3,3 milhões somente no Estado do Paraná. A vacina para a gripe pode ser encontrada nos postos de saúde de todas as cidades, com campanha realizada para grupos prioritários. A recomendação é para pessoas acima de seis meses de idade, com foco em crianças e idosos, que possuem sistema imunológico mais frágil e se tornam mais propensos a quadros mais graves da gripe.
O especialista do Hospital IPO ainda aponta a necessidade de uma visita ao médico. "O paciente deve fazer avaliação assim que apresentar sintomas, principalmente agora, para diferenciar de Covid-19, e a partir daí investigar fatores de risco para quadros mais graves". O tratamento mais indicado é apresentado pelo médico, e em geral os quadros são sintomáticos, então o paciente nota a melhora ou a piora do caso.
Outra atenção é para o período de inverno. "Nesse momento, as variações de temperatura e a baixa umidade do ar fazem com que a via aérea superior fique mais suscetível à produção de muco e apresente menor eficiência na defesa contra os vírus", diz o médico. Além disso, o frio ocasiona maiores aglomerações em ambientes fechados, favorecendo a transmissão viral.