O mês de maio, especialmente o dia 17, é um dos mais
importantes para a comunidade LGBTQIA+ no mundo, pois, foi nesta data que a
Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade do Código
Internacional de Doenças (CID), em 1990. Assim, a militância escolheu esse dia
para festejar o Dia Internacional Contra a Homofobia.
E essa luta faz todo sentido! Apenas em 2022,
256 pessoas deste grupo foram assassinadas ou cometeram suicídio a cada 34
horas no país. Os dados, que se baseiam em notícias publicadas nos meios de
comunicação coletados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), mostram 242 homicídios e
14 suicídios no ano passado, número inferior ao de 2021, quando foram
identificadas 316 mortes.
A região Nordeste é a mais inóspita, com 43,3%
das mortes, ou 111 casos no ano passado. O levantamento mostra ainda que 155
municípios brasileiros registraram ao menos uma morte violenta de LGBT+, em
2022.
O levantamento indica que gays foram 52% das
vítimas, seguidos pelo grupo formado por travestis e transsexuais, com 42,96%.
A maioria das mortes foi de pessoas jovens, com idade entre 18 e 29 anos
(43,7%). O GGB chama atenção que travestis, transexuais e transgêneros são
assassinadas antes de completar 40 anos: das 110 vítimas, 83% morreram entre os
15 e 39 anos.
Boa parte dos crimes demonstra ódio contra a
população LGBT+, devido à brutalidade dos ataques. Para o médico catarinense, Dr. José Carlos
Martins Júnior é inconcebível que numa sociedade civilizada haja tanta barbárie
contra esta população.
“Por mais que tenha havido uma diminuição nos casos de
2021 para 2022, é inaceitável que estas pessoas percam suas vidas, ou se sintam
ameaçadas apenas por suas orientações sexuais, ou transsexualidade”, adverte.
Para Martins, as políticas públicas devem
incluir todas as "letrinhas" que representam a comunidade LGBT+ para
aprofundar o diálogo em busca de soluções efetivas.
- Noticiar os casos não resolve! Enquanto não
abordarmos este assunto de maneira eficaz, através da educação e de políticas
públicas efetivas, estes casos serão apenas estatística. O preconceito deve ser
combatido e as punições mais severas”, complementa.
O médico comanda em Blumenau, o maior
centro privado de atendimento a pacientes transgêneros do país, a Transgender
Center Brazil. No local, mais de 600 pacientes já realizaram a cirurgia de
redesignação sexual.