Basta
‘dar um Google’ para checar ou reconhecer os sintomas comuns do infarto do
miocárdio (ataque cardíaco). Dor torácica que se irradia pelo braço esquerdo,
ombros e que vai para a mandíbula, um aperto no peito, suor, falta de ar,
náuseas, vômito, tontura, desfalecimento e sensação de morte iminente. O que
falta esclarecer é que esses sinais de infarto são comuns em homens. Por
isso, muitas vezes, a mulher se apresenta numa emergência com ‘sintomas
que não são típicos na literatura para o infarto’ e recebe um diagnóstico
tardio ou inadequado, atrasando o tratamento e piorando muito o prognóstico
delas em relação às doenças cardiovasculares.
O
Hospital INC (Instituto de Neurologia de Curitiba) aproveita o Mês da Mulher
para alertar a população sobre a necessidade da correta avaliação cardiológica
na população feminina. “A saúde cardiovascular da mulher é historicamente
negligenciada. Muito do que a gente sabe de doença cardíaca, de dor torácica e
sintomas típicos de infarto vem de um histórico baseado em estudos e pesquisas
observacionais antigos, boa parte da década de 1950 e 1960, que avaliaram
basicamente homens. Então esses sintomas normais que conhecemos são de infarto
em homens”, alerta da Dra Evelin Lubrigati, cardiologista do Hospital INC.
De
acordo com a especialista, as mulheres podem ter um infarto com sintomas como
mal-estar, desconforto torácico inespecífico e até mesmo dor na região do
estômago e azia. Ainda existe um sintoma relatado, relativamente comum às
mulheres, que seria uma sensação de ‘cabeça avoada’, tipo uma leveza na cabeça,
um mal-estar completamente inespecífico, que em inglês é colocado como light
in of the head. “Mulheres com fibrilação atrial têm o risco aumentado de
fazer eventos isquêmicos, como o AVC (acidente vascular cerebral). Só pelo fato
de ser mulher, ela já tem pontuação a mais no score de risco
para isso acontecer. Os valores de corte para algumas doenças são diferentes
para homens e mulheres”.
Pílulas
anticoncepcionais: vilãs ou mocinhas na saúde cardiovascular?
Para
a prevenção da saúde feminina, é muito importante valorizar o direito da mulher
de definir um tratamento anticoncepcional para controle de natalidade das
famílias. A forma mais comum e acessível é pelo uso de pílulas
anticoncepcionais. “Os benefícios do uso de pílulas anticoncepcionais na
liberdade e autonomia sociais nas mulheres é inquestionável” relata Dra.
Vanessa Rizelio, neurologista e diretora clínica do Hospital INC. “No entanto,
há riscos cardiovasculares que precisam ser avaliados, como presença de
hipertensão arterial, idade, história familiar de tromboses, infarto e AVC”.
O
uso desses medicamentos é uma das principais causas de hipertensão (pressão
alta) em mulheres jovens – uma condição reversível ao suspender o uso da
pílula. “O acompanhamento médico regular permite que sejam identificados
fatores de risco durante o uso da pílula, e modificação de método
anticoncepcional, antes de ocorrer alguma complicação mais grave, como o
infarto e o AVC”, reforça Dra. Vanessa.
Pós-menopausa:
o risco é maior?
A
pós-menopausa merece atenção especial do ponto de vista cardiovascular. Nesta
fase, a mulher costuma ganhar peso e gordura abdominal, há o aumento da
circunferência abdominal e da pressão arterial, além de alteração do
colesterol, subindo as chances de infarto e de um AVC. “Após os 65 anos,
que é quando elas completam mais ou menos dez anos de menopausa, o risco
cardiovascular das mulheres aumenta abruptamente, Por isso, é muito comum que
as mulheres que eram consideradas saudáveis, comecem a apresentar alterações
nesse período, que vão culminar em doenças cardiovasculares”, explica Dra
Evelin Lubrigati.
Os
efeitos da terapia de reposição hormonal (TRH) pós-menopausa na redução do
risco cardiovascular são controversos. “Os estudos têm demonstrado benefício da
TRH somente quando iniciados antes dos dez anos da menopausa e em mulheres com
menos de 60 anos”, informa Dra. Vanessa Rizelio.
Sobre
o Hospital INC
O
Instituto de Neurologia de Curitiba (INC) é uma instituição hospitalar
referência no atendimento de pacientes neurocirúrgicos, neurológicos e
cardiológicos de alta complexidade. Possui Centros de Tratamento completos
em Tumores Cerebrais, AVC, Parkinson, Epilepsia, Doenças da Coluna,
Neuroimunologia, Demência, além de áreas de cardiologia clínica,
hemodinâmica e cardiologia intervencionista e cirurgia cardíaca. O centro
neurocirúrgico é o mais tecnológico do país, sendo pioneiro na
América Latina com Ressonância Magnética intraoperatória de alto campo e no uso
do corante 5-ALA em cirurgias de tumores cerebrais. Também foi o primeiro
hospital do Brasil a contar com a tecnologia Gamma Knife
Perfexion (cirurgias cerebrais sem corte). Seu corpo clínico é composto
por mais de 300 profissionais responsáveis pelo atendimento a pacientes de todo
o Brasil e de diversos países da América Latina.
O
INC também é um hospital-escola, com o Centro de Estudos e Pesquisas integrado
à instituição. É referência em Residência Médica nas áreas de
anestesiologia, neurologia, neurocirurgia, cardiologia e cirurgia
cardíaca. Além disso, o Centro de Educação Profissional INC (CEPI) forma, desde
2020, técnicos em Enfermagem e está em constante expansão na formação de novos
profissionais.