O Brasil hoje é o quarto maior produtor de algodão do mundo e o segundo
maior exportador. O algodão brasileiro se destaca por sua produção sustentável
e dois pontos são fundamentais para alcançar esse objetivo, a rastreabilidade,
por meio da qual é possível saber onde e por quem cada fardo é produzido. E
também existe o programa Algodão Brasileiro Responsável, com um selo entregue
por empresas independentes.
Além da sustentabilidade, o tecido de algodão traz conforto nos dias
mais quentes, versatilidade de cores e formas e maior durabilidade e, por isso,
está entre os queridinhos dos profissionais da moda, valorizado por todas as
características e benefícios que ele proporciona.
E para garantir a qualidade do produto final, toda a cadeia produtiva do
algodão segue rigorosos processos, principalmente na fiação, onde a mágica
acontece. Depois de produzido e beneficiado, o algodão chega à fiação para ser
transformado em fios. Nesse cenário, a empresa catarinense Incofios, do Grupo
Rovitex, se destaca com um laboratório completo para garantir o controle de
qualidade rígido e eficiente com equipamentos de tecnologia de ponta.
“São oito etapas do processo de qualidade executados na empresa. Entre
as análises feitas no laboratório estão as de resistência/ alongamento,
aparência e coeficiente de atrito com amostragens diárias e condições ideias de
umidade e temperatura trazendo fidelidade aos resultados garantindo a qualidade
em todas as etapas da produção à expedição”, destaca o supervisor de qualidade
na Incofios, Marcones Borges Souza.
Oito equipamentos garantem um dos grandes diferenciais da Incofios, a
qualidade
O processo de qualidade inicia no equipamento chamado de Neptômetro, que
é um testador de algodão que auxilia no sistema de gestão de matérias-primas e
processos. “Com ele é possível fazer a contagem de neps, através de um feixe de
luz laser, do material de entrada/saída provenientes da carda, etc. Os neps são
fragmentos da própria casca da semente do algodão e a presença nos fios afeta a
qualidade e o valor do produto acabado”, frisa Marcones.
Na etapa seguinte é feita uma inspeção de alto volume (HVI), para
avaliar as características físicas, como a finura, maturidade e comprimento das
fibras de algodão, entre outros. A partir daí, o produto segue para o
Dinamômetro, onde serão mensuradas as propriedades de tração, ou seja, testa a
resistência e o alongamento dos fios.
Para prever a qualidade do tecido final, o Regularímetro é utilizado
para avaliar a uniformidade, o coeficiente de variação da massa, a pilosidade,
pontos finos e grossos, neps e imperfeições periódicas no fio. Ainda, para que
a qualidade do algodão esteja de acordo com os padrões da ASTM (American
Society for Testing and Materials), órgão que tem como responsabilidade o
desenvolvimento e a publicação de normas técnicas aplicadas para diversos
produtos, materiais, serviços e sistemas, o Seriplano entra em ação como um
instrumento utilizado para posicionar fios lado a lado de modo a permitir seu
exame e comparação visual.
“As placas preparadas no Seriplano permitem a observação do grau de
pilosidade do fio, a quantidade de neps (visual), a regularidade, pontos finos
e grossos, as características dos defeitos no fio e o efeito Moiré, que ocorre
quando um defeito se repete periodicamente e pode ser observado pelos desenhos
de ondas que se formam na placa, à medida em que o fio é depositado. A forma,
amplitude e distância na placa relacionam-se com o tipo e o período do
defeito”, explica Marcones.
As três etapas finais envolvem o Medidor de Fricção de Fios, o
Torcímetro e a ASPA. “O Medidor é o aparelho utilizado na mensuração do
coeficiente de fricção para teste de atrito de fios, verificando se a
parafinagem está sendo aplicada corretamente. Já o Torcímetro. para a verificação
do número de torções por metro de um fio nos sentidos S ou Z. E a ASPA é
utilizada na produção de meadas de fios com comprimento e voltas
pré-determinadas para ensaios de título do fio, através da relação entre
comprimento e massa”, conta.
Qualidade na produção permeia expansão da marca
Hoje o parque catarinense da Incofios, em Indaial, tem uma produção
média de 1.800 toneladas de fios ao mês, distribuídas em 29.760 fusos de fio
penteado/compactado e 8.328 rotores de Open End, que são os dois produtos
comercializados pela empresa. Com a operação 100% ativa do parque fabril
construído em Campo Verde, Mato Grosso, previsto para o segundo semestre desse
ano, a empresa busca superar a meta de 3 mil toneladas/mês de produção.
O fio penteado, um dos produtos da Incofios, é conhecido pela utilização
de algodão de boa qualidade e de fibras mais longas, com 75 a 80% de
aproveitamento das fibras. É usado na confecção de malhas para t-shirts e
tecidos mais nobres como tricolines e lençóis.
O longo processo de qualidade para liberação do fio ao mercado busca,
além de suprir a demanda nacional, atender as exigências do mercado
internacional e expandir os negócios da empresa. ”Nossa participação no mercado
internacional é de 6%. Hoje exportamos para países do Mercosul, como Peru,
Colômbia, Argentina, Chile e Paraguai. Com a efetivação do novo parque fabril
em Mato Grosso, queremos expandir o atendimento e chegar em 15%”, destaca o CEO
da Incofios, Vitor Luiz Rambo Junior.
Há 21 anos no mercado, com sede em Indaial, região têxtil do Vale do
Itajaí, a Incofios atende a Indústria Têxtil com a melhor solução em fios 100%
algodão.