Pessoalmente, o prefeito Antonio Ceron protocolou no final da tarde desta segunda-feira (6), por volta das 17h50min, o Projeto de Reforma Administrativa, visando, segundo ele, transformar os serviços da Prefeitura mais ágeis e mais eficientes. Os documentos foram recebidos pela presidente da Câmara de Vereadores, Aidamar Hoffer e pelo diretor legislativo, James Todeschini. Em seguida se dirigiu ao Plenário, onde cumpriu o preceito da Lei Orgânica de Lages que lhe permite participar da abertura da sessão legislativa para passar sua mensagem; o plano de governo à Câmara e ainda expor a situação do município solicitando as providências que julgar necessárias. E assim o fez.

Antonio Ceron explicitou mais uma vez os números da dívida herdada pela nova gestão. Em valores vencidos, mais de R$ 37 milhões. Em curto prazo, até dezembro próximo, cerca de R$ 21 milhões, e,em longo prazo somando todo o montante, o valor ultrapassa os R$ 117 milhões. No entanto, reforçou que foi eleito não só para pagar dívidas, mas também que deve pagar, para recuperar a imagem da Prefeitura, e principalmente, repassar o dinheiro que é devido, e que certamente faz falta no caixa de muitas empresas. O prefeito enumerou mais de uma dezena de outras situações de dívidas, e ressaltou, que se a Prefeitura pertencesse à iniciativa privada, estaria em estado de total insolvência.

Não deixou  também de falar sobre o comprometimento do Município com o limite dos gastos com a Previdência Social que precisa ser reestruturada. Foi enfático em dizer que as previsões da arrecadação não são otimistas, o que só aumenta a preocupação. Porém, lhe resta a alternativa de trabalhar em sintonia com os demais órgãos e com outros mecanismos da sociedade, incluindo a imprensa, para reverter a difícil situação. Também demonstrou respeito pelos servidores. Disse que juntos com a nova gestão podem fazer um trabalho de qualidade e facilitar a vida das pessoas. Para tanto, é também preciso valorizá-los e motivá-los pela eficiência dos serviços.

Ressaltou veementemente a necessidade de retomar o papel principal da Prefeitura, como verdadeira prestadora de serviço, respeitando a aplicação do dinheiro público. No campo da saúde, voltou a frisar o diagnóstico que aponta mais de 14 mil consultas na lista de espera, e que já visitou todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) constatando a necessidade de cada uma delas. Por fim, ressaltou que não é desculpa para quem tem de fazer. No entanto, pediu parceria sem imposição com a Câmara de Vereadores, para ajudar a reverter a situação negativa da Prefeitura, a partir da harmonia entre os poderes, e pelas ações que já estão em andamento, podendo resultar numa economia de mais de R$ 20 milhões no ano. Ao encerrar, cumprimentou um a um os vereadores e se retirou do Plenário.

Fotos: Greik Pacheco