Com a aproximação das festas de fim de
ano, muitos começam a ficar animados e, até mesmo, a se preparar com
antecedência, decorando a casa, comprando presentes, planejando jantares, entre
outros. Mas a data que pode ser a preferida de várias pessoas, pode também ser
um período difícil para tantas outras, que acabam ficando deprimidas.
A psicóloga Nayra de Paiva Oliveira explica
que as festas de fim de ano possuem um significado diferente para cada
indivíduo, dependendo da história de vida. “O sentimento vem, não controlamos
isso. A primeira coisa importante a fazer é se permitir sentir e falar para si
mesmo, está tudo bem, eu sinto, afinal algo aconteceu e, a
partir deste momento, pensar no que é possível fazer. Se eu não me sinto bem
com uma situação, por que não fazer diferente? Existem escolhas e você pode
fazer algo que te faça bem. Por exemplo, se tem algum ritual do Natal ou Ano
Novo que você não gosta, não se sente bem, faça algo diferente. Liberte-se das suas próprias regras”,
diz Nayra.
Além desses sentimentos, também surge
a ansiedade. Isso
ocorre porque a preocupação com as metas traçadas e a vontade de agradar
começam a surgir, além da preocupação em não dar conta de todas as demandas e
também das festas. A psicóloga afirma
que, para contornar esses sentimentos, o primeiro passo é se organizar, fazer
um cronograma do que precisa ser feito em determinado dia e entender que, mesmo
em meio a correia, o descanso é necessário.
“Uma dica importante é usar palavras
fundamentais para analisar cada situação difícil que possa surgir. São elas
fato e interpretação; o fato está ali na sua frente, ele é concreto e é
possível de lidar. Já a interpretação é algo que está no plano das ideias, não
tem como você saber se vai acontecer ou não. Por exemplo, é dia 1º de dezembro,
estou em pânico porque não encontrei o panetone que eu queria, ou o brinquedo que
meu filho, sobrinho pediu, entro em pânico e acho que vai dar tudo errado no
Natal. Isso é fato ou interpretação? Interpretação. Qual o fato? Não achei o
panetone, mas ainda tem tempo, posso ir outro dia. Não achei aquele brinquedo,
mas vou ver em outras lojas, na internet, etc”, explica Nayra.
Um recado da psicóloga: lembre-se, se o que você está
vivenciando está afetando sua qualidade de vida, se você não está conseguindo
fazer o que gostava, não está vendo o brilho da vida, seja por uma tristeza
constante ou medo do futuro em excesso, é o momento de buscar ajuda
profissional.
E o que fazer com as metas não
cumpridas?
A tendência é sempre olhar para o
que não fizemos, o que ficou para trás e o que deu errado. Quando fixamos
naquilo que não aconteceu, o sentimento que geramos é o de tristeza. Em
contrapartida, ficamos sobrecarregando o futuro, com milhões de planos, o que
gera ansiedade.
A sugestão da psicóloga Nayra,
nesses casos, é olhar para o ano que passou e ver o que foi feito, focando no
que deu certo. Apenas o fato de estar vivo já deve ser celebrado. “Respeite e
olhe com amor para a sua jornada. Veja o que você fez e aceite que, aquilo que
não foi feito, você não tem uma máquina do tempo para voltar e fazer, e está
tudo bem. Não somos robôs que cumprem uma programação. O que não foi feito, se
perdoe”, comenta.
A psicóloga ainda dá uma última dica.
“Antes de pensar ou escrever as metas para o próximo ano, escreva uma carta de
auto perdão, se perdoe por aquilo que não foi feito. Faça um cartão de parabéns
(sim, para você mesmo!) pelas suas conquistas do ano que passou, você merece.
Após fazer as pazes com o ano velho, então olhe com amor para o novo. São novas
oportunidades, não para remoer os erros, mas para escolher caminhos
diferentes”, complementa.
Você pode se organizar e escrever metas a curto,
médio e longo prazo. Divida em planos e sonhos. Coloque algumas metas mais
fáceis e realistas de cumprir, assim vai te dar o sentimento de meta cumprida.
Adicione também outras metas maiores. Afinal sonhar faz parte da vida, e sempre
comece com passos pequenos. “O importante é fazer, se movimentar, começar”,
finaliza Nayra.