O custo para a importação de brinquedos deve cair no Brasil. A queda se deve a redução na tarifa do Imposto de Importação, um dos tributos que afetam o valor de entrada destes itens no mercado nacional. A diminuição, que será de 35% para 20%, foi anunciada recentemente pela Camex - Câmara de Comércio Exterior e passa a vigorar a partir do mês de dezembro deste ano.
A mudança deve aquecer o segmento de importação e impactar o bolso do consumidor, que encontrará preços mais atrativos. Um estudo do Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada calcula que a redução da tarifa impulsione uma queda entre 5,1% e 5,7% no preço dos brinquedos nas prateleiras. Segundo este mesmo estudo, a medida também deve aumentar de 6,9% a 7,7% o volume de brinquedos importados comercializados no Brasil.
Há três anos atuando diretamente no setor de importação do Grupo Ativa, empresa do segmento de comércio exterior, Eloir da Luz explica que a aquisição de brinquedos do mercado externo já vinha numa crescente. “Essa mudança deve aquecer ainda mais o segmento, aumentando a competitividade e a quantidade destes produtos circulando internamente. Nós já tínhamos bastante demanda e essa mudança deve trazer um aumento ainda mais significativo”, comemora.
Preços devem cair após o Natal
Mesmo com o início da aplicação da nova tarifa previsto para dezembro, Eloir explica que os reflexos da redução do imposto no preço dos brinquedos devem ser percebidos pelo consumidor a partir de janeiro do próximo ano. “As mercadorias são geralmente encomendadas e levam entre 30 e 45 dias para ficarem prontas. Além disso, é preciso considerar o tempo de transporte da carga, que costuma ser de uns 30 dias”, explica.
O custo da tarifa que vem sendo aplicada no Brasil é uma das mais elevadas do mundo. Segundo dados divulgados pela Camex, o Brasil fica atrás apenas do Afeganistão e do Zimbábue. Habituado a lidar com processos que envolvem a importação de brinquedos, Eloir concorda que o brasileiro paga muito mais caro pelos brinquedos do que outros mercados.
“Já identificamos casos em que a tributação chegou a 90% e até 100% sobre o valor do produto de origem. No mercado de comércio exterior, nós trabalhamos com muitas variáveis. Sem dúvida, o valor do dólar impacta bastante no preço final, assim como o preço de frete e de armazenagem. Mas, ainda assim, a redução deste imposto será muito significativa para o importador e para o consumidor final”, finaliza.
