Setembro Amarelo: atividades físicas, de lazer e alimentação são aliados para saúde mental
06/09/2022
Gustavo Siqueira

Tema que por muito tempo foi
tratado como tabu, o suicídio é assunto sério e precisa ser abordado. Por isso,
setembro ganha a cor amarela para alertar a todos da necessidade da prevenção.
A psicóloga e professora da UniAvan, Claudia Maria Petri
conta que os fatores e sintomas são diversos, mas por vezes, atitudes
cotidianas se tornam importantes aliadas. “Quando falamos nesse tema, estamos
falando diretamente de saúde mental, de bem-estar, de qualidade de vida”.
Realizar práticas esportivas de forma
cotidiana, atividades de lazer, artesanato, ter um passatempo, buscar uma boa
alimentação, manter um relacionamento agradável com a família e amigos são
atitudes que podem auxiliar a evitar situações graves, pois oferecem bem-estar.
Ela acrescenta um fator primordial, que é o relacionamento em grupos. “Quando
estamos com outras pessoas, passamos a ser reconhecidos, a ter uma função
social, ganhamos o fator proteção. Há um grande risco quando a pessoa está em
isolamento e não se vê útil para nada”, explica.
O relacionamento com os grupos, seja família,
amigos, entre outros, também é primordial na oferta de apoio pessoal. A
professora de Psicologia da UniAvan conta que ficar
perto de quem passa positividade e compreende e respeita os momentos de
sofrimento do próximo pode ajudar no enfrentamento da situação. “Muitos dizem
que isso é frescura ou que a pessoa quer chamar a atenção, mas isso não é
verdade. É necessário observar que aquela pessoa está em sofrimento e que
precisa de uma solução”.
Como identificar uma situação grave
Para identificar a situação, é preciso ficar
atento às mudanças de atitudes, rotinas e humor das pessoas. A profissional
explica que existem os “4Ds”: desesperança, depressão, desespero e
desmotivação, e esses seriam um alerta. “É necessário que esses sintomas sejam
mostrados para que as pessoas saibam que eles existem e busquem ajuda, assim
conseguimos a prevenção”, afirma.
A professora da UniAvan conta que muitos
casos são motivados por algo relacionado à saúde mental, doenças, luto e
conflitos pessoais, mas não existe um único fator que possa desencadear a
situação. “De uma maneira geral, as pessoas acabam pegando uma última questão
que aconteceu, ou brigou com alguém, ou separou, mas se for investigar a
história por trás, há uma soma de fatores. São questões sociais, culturais,
aspectos genéticos, psicológicos, individuais”, esclarece.
O diagnóstico pode ser feito por médicos e
psicólogos e o tratamento é focado no grau de intensidade do paciente. Alguns
casos podem ser controlados e solucionados com terapia, tratamentos em grupo e
mudanças de hábito. Já para os mais graves, pode ser necessário o uso de
medicação prescrita por profissional habilitado. “Por isso se faz tão
necessário a constante busca pelo bem-estar real. Seja a pessoa que não esteja
sentido nada incomum, passando por aquele que tenha sintomas iniciais de uma
possível tristeza até os pacientes já diagnosticados em tratamento. Todos
precisam prezar por algo tão importante e que, às vezes, esquecemos: qualidade
de vida”, finaliza.