De acordo com a pesquisa da Alzheimer's
Disease International (ADI), a maior parte da população não vê a demência
como uma doença, mas sim como uma consequência normal do envelhecimento. A
pesquisa ainda revela que somente no Brasil, mais de 1 milhão de pessoas
possuem alguma demência. De acordo com a neurocirurgiã Danielle de Lara, que
atua no Hospital Santa Isabel (Blumenau/SC), isso é um exemplo de como é
preciso oferecer esclarecimento sobre o Alzheimer.
Nesta quarta-feira (21), celebramos o Dia
Mundial do Alzheimer, data que tem como intuito conscientizar,
esclarecer e alertar a população sobre a prevenção da doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Alzheimer
é dividido em quatro estágios: na primeira fase acontecem as alterações de
memória, de personalidade e habilidades visuais; na segunda começa a
dificuldade para falar e para fazer tarefas do dia a dia. Nesse período, que é
considerado moderado, os sintomas são de agitação e insônia. No estágio 3 o
paciente começa a ter incontinência urinária e fecal, além de dificuldade para
se alimentar. No estágio 4, que é terminal, a pessoa fica acamada de forma
permanente, muda, sente dor para se alimentar e tem infecções com frequência.
Como acontece o Alzheimer?
De acordo com Danielle de Lara, o Alzheimer é um
transtorno neurodegenerativo progressivo, que provoca a deterioração do
cérebro. “A causa é desconhecida, mas a medicina entende que seja genética. A
doença acontece quando proteínas do cérebro começam a ser mal processadas.
Surgem fragmentos de proteínas, que se tornam tóxicos e começam a prejudicar o
funcionamento do cérebro devido à perda de neurônios”.
Os principais fatores de risco da doença são a
idade, o histórico familiar e a baixa escolaridade. Danielle ainda informa que
a recomendação para prevenir a doença é manter a mente ativa através de jogos,
leitura ou estudo. “Atividades em grupo, exercícios físicos e uma alimentação
saudável também são recomendados. Cigarro e bebidas alcoólicas devem ser
evitados”.
Sintomas e tratamentos
Além da perda de memória, Danielle alerta que os
sintomas de Alzheimer incluem problemas para completar tarefas que antes eram
fáceis, dificuldades para a resolução de problemas, mudanças no humor ou
personalidade; afastamento de amigos e familiares, problemas com a comunicação,
tanto escrita como falada, confusão sobre locais, pessoas e eventos, alterações
visuais, como problemas para entender imagens.
“É indicada uma visita ao médico quando além da
falta de memória recente a pessoa começa a repetir a mesma pergunta com
frequência, quando se perde ao dirigir mesmo conhecendo o caminho e começa a
ter dificuldade para se expressar no dia a dia, como ao não recordar as
palavras que quer usar. Além disso, o paciente pode estar irritado ou
agressivo”, alerta.
Danielle ainda informa que o diagnóstico precoce
pode trazer melhora nos sintomas e estabilização da doença, que é progressiva.
Sobre Danielle de Lara
Médica Neurocirurgiã em atividade na cidade de
Blumenau (SC). Atua principalmente na área de cirurgia endoscópica endonasal e
cirurgia de hipófise. Dois anos de Research Fellowship no departamento de
"MinimallyInvasiveSkull Base Surgery" em "The Ohio StateUniversityMedicalCenter",
Ohio, EUA. Graduada em Medicina pela Universidade Regional de Blumenau. Possui
formação em Neurocirurgia pelo serviço de Cirurgia Neurológica do Hospital
Santa Isabel.