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Especialista do Instituto Senai de Tecnologia Ambiental fala sobre a necessidade de gestão de carbono pelas empresas

08/06/2022    Gustavo Siqueira

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As emissões de GEE (gases de efeito estufa) estão diretamente ligadas ao consumo de energia de fontes não renováveis, principalmente. A maneira como as organizações precisam fazer a gestão da pegada de carbono e quais são as soluções já disponíveis foram o tema do primeiro workshop da Semana Ambiental, evento promovido pelo Instituto Senai de Tecnologia (IST) Ambiental, que fica em Blumenau, em alusão ao Dia do Meio Ambiente. 
 
Durante o workshop, transmitido pela internet, o especialista em serviços tecnológicos do IST Charles Leber demonstrou que um dos principais setores responsáveis por emissões de GEE na atmosfera, é o de Energia, que contempla, entre outros, as atividades de transporte e produção de energia a partir da queima de combustíveis fósseis, a Indústria em vários segmentos, principalmente no ramo de Transformação, além das emissões fugitivas. Dados da plataforma Climate Watch, um dos principais monitores climáticos usados em todo o mundo, demonstram o crescimento constante da emissão de gases que provocam o efeito estufa, oriundos deste setor.
 
“Observando os dados desde 1990 para cá, a curva em crescimento mostra que as emissões do setor de energia estão aumentado e, nunca diminuindo, logo a tendência, caso não haja ações sólidas no sentido contrário, é que esta curva siga aumentando’, aponta. 
 
O ciclo do ar-condicionado
 
Leber explica que um dos segmentos que registra uma fatia significativa destes gases - quase 6% (nível mundial) do total - é o de “emissões fugitivas”, que são provenientes, principalmente, de gases de refrigeração. Um exemplo deste tipo de emissão está nos aparelhos de ar-condicionado, quando estes são descartados de forma incorreta ou então a fuga de gases refrigerantes durante processos de manutenção.. 
 
“Antigamente não tínhamos tantos aparelhos, mas há cerca de 10, 15 anos, houve uma popularização e hoje é mais raro encontrar uma edificação que não tenha pelo menos um equipamento desse tipo. Com o aumento no número de aparelhos, aumenta a manutenção e também a emissão desse gás refrigerante, principalmente em aparelhos mais antigos, e ele (gás) tem elevado GWP (Global Warming Potencial)”, explica. 
 
Soluções
 
Apesar dos problemas serem preocupantes, já existem formas de solucionar ou, pelo menos, reduzir a emissão destes gases e a “pegada de carbono” deixada para trás. Leber apresentou algumas opções que, inclusive, já têm sido colocadas em prática mundo afora.
 
A primeira é a compra de energia elétrica limpa - usinas eólicas ou solares, que já é uma realidade. As empresas conseguem adquirir Certificados de Energia Renovável (I-REC) ou mesmo, de maneira mais tímida no momento, a compra de Certificados de Energia Limpa, provenientes também da geração por meio de usinas biogás ou biometano (Gás-Rec).
 
Outra opção é o reflorestamento, que apesar de parecer uma solução acessível deve ser usado com parcimônia, já que o processo também consome e tem um percentual de emissão de gases. Desta forma, é preciso calcular a viabilidade e se, de fato, há compensação.  
 
A terceira forma apresentada pelo especialista é a compra de créditos de carbono. Neste caso, empresas que não conseguem reduzir ou zerar sua emissão de gases podem comprar créditos de companhias que esta condição. Este tipo de solução começou a ser discutida em 1997 com a criação do Protocolo de Kyoto; foi aprimorada na COP 21 em 2015 com o Acordo de Paris - artigo 5º e consolidada na última Conferência do Clima, em 2021, no Reino Unido, que regulamentou e criou a orientação para os países elaborarem seus mercados de carbono. Isso possibilitou, inclusive, a regulamentação brasileira. No último mês de maio o governo federal anunciou o decreto - Nº 11075 de 19.05.22,  que regulamenta o mercado de carbono no Brasil. 
 
Estas são algumas das soluções que já existem para que as corporações possam reduzir as emissões de gases em seus sistemas de produção. Nesta quarta-feira, 8, a partir das 10h30, a Semana Ambiental segue debatendo estratégias e soluções na relação com o meio ambiente, desta vez no Workshop Eficiência hídrica e sua relação com o ESG, que será ministrada pelo especialista em Engenharia Sanitária e Ambiental Bruno Haas.
 

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