Em um mundo marcado pelo consumismo,
que gera um aumento desenfreado da produção de lixo, investir em
sustentabilidade é um ato de respeito. Tanto com as pessoas, quanto com o meio
ambiente. Ainda mais que esse modelo do desperdício e do desgaste dos recursos
naturais está com o prazo de validade prestes a vencer. E uma boa alternativa
está em unificar as pontas da cadeia de geração e consumo de bens.
A chamada economia circular tem a
capacidade de revolucionar toda a economia, com impactos positivos para o meio
ambiente e a sociedade como um todo. Assim, os recursos naturais são utilizados
com consciência, possibilitando o desenvolvimento, sem causar muitos
danos.
Neste cenário a reciclagem aparece como
um dos melhores processos de reaproveitamento destes materiais que são
diariamente descartados no lixo, de forma a reintroduzi-los no ciclo produtivo.
Ela contribui para economia, motivando as empresas a usarem desse sistema para
redução de custos no processo produtivo, ao mesmo tempo em que contribuem para
a preservação do meio ambiente.
Por isso, tomar decisões socialmente
responsáveis ??e moralmente corretas é uma tendência que vem crescendo no mundo
dos negócios. E que tem no sistema ESG (Environmental, Social and Governance)
uma estratégia de crescimento e fortalecimento para as empresas que desejam se
destacar em um cenário cada vez mais competitivo.
Quem já investe
Na sede do Grupo Quantum, em São José,
na Grande Florianópolis, a preocupação com o meio ambiente motivou a criação de
uma Central de Resíduos. No local são armazenados e separados, de forma
adequada, resíduos gerados durante a rotina da empresa. O processo segue as
normas da Política Nacional de Resíduos Sólidos, por isso evita que os
materiais descartados causem qualquer tipo de impacto ambiental negativo.
Com foco em iluminação pública e
energia solar, a Quantum atua há 30 anos no setor elétrico e tem especial
atenção com o descarte de lâmpadas, luminárias e reatores, materiais perigosos
que precisam ser descontaminados antes da destinação final. Depois de ficarem
armazenados na Central de Resíduos, eles são recolhidos por uma empresa
especializada e licenciada para esse trabalho.
Já o material que pode ser reciclado,
sem tratamento prévio, ganha um destino especial. Papel, papelão, metal e
plástico, são doados à Associação de Coletores e Triadores de Florianópolis,
uma entidade sem fins lucrativos, que atua há mais de 20 anos no processamento
e comercialização de resíduos secos. O valor das vendas para as indústrias de
reciclagem contribui com a renda das famílias envolvidas.
“Na Quantum não atuamos pensando
somente em atender as legislações pertinentes ao nosso negócio, mas focando no
desenvolvimento sustentável, uso consciente dos recursos e reaproveitamento,
agregando valor a resíduos que seriam descartados. Além disso, realizando a
doação destes materiais recicláveis à entidades sem fins lucrativos, contribuímos
de alguma forma, no âmbito social, dentro da comunidade em que atuamos”,
destaca Gilberto Vieira Filho, presidente da Quantum.
Reciclagem no DNA
Outro bom exemplo vem da Agroforte,
indústria catarinense de reciclagem animal, com capacidade para processar até 300 toneladas de insumos de peixe por
dia. Localizada em Biguaçu, a fábrica é considerada uma das maiores empresas
de reaproveitamento de resíduos de pescados do Brasil, sendo que boa parte de
sua produção é exportada para diversos países da América Latina.
Mas não para por aí o
seu DNA sustentável. A indústria também instalou um container de coleta seletiva na entrada da empresa. Totalmente alinhada
aos princípios que a indústria prega diariamente em seus processos de produção
em relação à sustentabilidade, a iniciativa busca incentivar as pessoas a
fazerem a sua parte. E, com isso, possibilitou que a comunidade do
entorno da fábrica tivesse acesso a um ponto de reciclagem.
A estrutura, dividida em cinco
categorias de resíduos, permite o depósito do lixo reciclável logo na entrada,
de maneira fácil e com a certeza que ele será descartado da maneira correta. O
espaço está identificado em cores seguindo a orientação já padronizada
mundialmente na coletiva seletiva: amarelo para metais, verde para vidros, azul
para papéis, vermelho para plástico e cinza para lixo não-reciclável.
Além disso, a porta traseira do
container possibilita que a própria Agroforte também realize a sua coleta
seletiva e retire o lixo para ser encaminhado à reciclagem. Uma empresa
especializada e licenciada para o trabalho realiza o recolhimento periódico do
material depositado no local e dá a destinação correta.