Planejar uma urbanização mais
sustentável implica em pensá-la não apenas do ponto de vista econômico e social,
mas também do ambiental. E a modernização dos parques de iluminação pública
está entre as políticas públicas que demandam uma maior atenção.
O Brasil, conforme dados da Associação
Brasileira das Concessionárias de Iluminação Pública (ABCIP), conta com cerca
de 18 milhões de pontos de iluminação pública. Sendo que, a maioria dessas
luminárias comporta as tradicionais lâmpadas de vapor de sódio ou de mercúrio,
que possuem elementos tóxicos.
Por isso, promover a modernização com
tecnologia LED, além de resultar em eficiência energética e economia na conta
de luz municipal, também é uma forma de proteção do meio ambiente. Mas para ser
efetivo, é preciso fazer a destinação correta do material descartado.
Um bom exemplo disso é o trabalho
realizado pelo consórcio SQE LUZ, formado pelas
empresas QUANTUM e ENGIE, em Santa Catarina, nos municípios de
Joinville, São Francisco do Sul e Indaial. Seguindo protocolos rígidos, o
material recolhido é guardado em local específico, conforme as normas
ambientais vigentes. Depois é entregue a uma empresa especializada credenciada
para reciclagem, que emite certificado de descontaminação. Só em Joinville,
este ano foram recicladas mais de 5 mil lâmpadas.
Ainda em Santa Catarina, outra boa
prática vem do município de Palhoça, onde a QLuz faz o descarte do material
antigo, em parceria com a empresa especializada Amby Service. Ela é a
responsável pela coleta, transporte, tratamento, descontaminação e o descarte
ambientalmente correto. Com parque de iluminação pública 100% em LED, projeto
concluído este ano, a cidade substituiu pouco mais de 27 mil pontos nos últimos
12 meses.
Já em Ribeirão das Neves (MG), o consórcio
IP Minas, constituído pelas
empresas QUANTUM e Fortnort, tem um programa de
descontaminação que envia as lâmpadas para descarte em aterros adequados. E,
somado a isso, há uma parceria com a Comarrim (Cooperativa de Materiais
Recicláveis de Ribeirão das Neves), que recebe papelão e demais itens, como
alumínio, polietileno e materiais ferrosos, que fazem parte do parque de
iluminação.
Todos os itens são doados e é dada a destinação
adequada por meio da reciclagem direta ou de outros fornecedores. Para se ter
uma ideia do volume, nos dois últimos anos foram acumuladas 23.228 lâmpadas,
13.827 relês, 16.585 reatores, 2.039 braços (7.449 kg) e 14.701 luminárias
(36.752,5 kg), resíduos que deixaram de ser descartados na natureza.