A entrevista de hoje é com Jefferson José Severino, um lageano de coração, que nunca abandonou suas raízes e não gosta de ficar longe de casa por muito tempo, embora reside em Florianópolis. Ele descreve vividamente o cheiro do mato, do campo, do gado, e da vida na fazenda, além do pinhão caído no chão e o frio das esquinas de Lages que o fazem sempre retornar para casa. Ele valoriza muito esses momentos, como tomar mate e fazer churrasco na beira do fogo de chão, destacando que essas experiências não têm preço.

Jefferson é jornalista e fotógrafo por profissão e paixão desde muito jovem. Ele acredita que a vida e a experiência são os verdadeiros mestres, muito mais do que os bancos universitários, que apenas proporcionam um diploma e uma base inicial. Ele reflete sobre como erramos, aprendemos com os erros e continuamos a evoluir ao longo do tempo, sem nunca parar de aprender, pois acomodar-se não é uma opção.

Ele comenta sobre as constantes mudanças e novidades em sua área, desde os tempos do telex e da radiofoto até a era dos iPhones e novas tecnologias. Apesar de agora trabalhar com equipamentos muito mais avançados, ele percebe que muitas vezes não utiliza nem metade de suas capacidades.

Além de sua carreira, Jefferson se orgulha de sua vida pessoal, sendo casado há 44 anos com a mesma mulher e tendo um filho que é médico em três hospitais e prestes a concluir sua segunda especialização aos 27 anos. Ele se sente realizado por ter criado uma família, escrito livros e contribuído para o meio ambiente plantando árvores ao longo de sua vida.

Aos 64 anos, Jefferson continua ativo, com suas paixões e o ciclismo que o mantêm feliz e saudável. Ele se considera uma pessoa grata, sem queixas significativas, e com muito a agradecer pela vida que teve até agora.

Acredito que pelas minhas contas, estou na profissão desde os meus 16/17 anos, numa época em que não era necessário ter diploma de jornalismo. Chegou um momento em que se tornou obrigatório, quando eu já tinha 44 anos. Foi então que decidi retornar à universidade e obter meu diploma para manter meu registro no Ministério do Trabalho. Na minha sala de aula, eu era o mais velho, e todos os meus amigos jornalistas da Band, RBS e outras emissoras estavam lá comigo. Nos divertíamos muito com o que nos ensinavam, porque a realidade nas redações dos jornais era bem diferente. Um jornalista sempre é um tipo louco, com o coração na mão, sempre com um prazo apertado para cumprir, como quando a Karlinha manda uma mensagem no final da tarde dizendo que precisa de uma entrevista para agora, haha!

Comecei porque não sabia fazer outra coisa além de falar e escrever. Sempre gostei de contar histórias e expressar minha visão pessoal. Iniciei porque muitas pessoas tinham histórias para contar, mas sentiam vergonha ou medo. Assim, comecei a dar voz a essas histórias, e continuo fazendo isso até hoje. Para mim, é algo natural: basta começar, e as ideias fervilham em minha mente, pedindo para serem compartilhadas. Tenho prazer em retratar coisas, pessoas e o mundo por onde passo. Faço isso porque acredito que posso, de alguma forma, ajudar alguém. Mostrar que o mundo não é tão vasto assim; pelo contrário, basta abrir a porta de casa e explorar as ruas. Não é preciso ir para outro país; pode ser no bairro ao lado, em outra praça, ou simplesmente ao pegar um ônibus ou trem, como faço quando viajo para observar as pessoas e diferentes formas de viver. É incrível como tantas diferenças nos mostram o quão pequenos somos diante de tamanha grandeza e diversidade de pessoas, cores, tons, sabores e sons.

Já percorri diversos campos na comunicação, desde obituários até esportes, colunas sociais, política e variedades. Há muitos anos, porém, me especializei profundamente em turismo. Conectei a arte de viajar com a habilidade de contar histórias. Atualmente, escrevo para vários meios de comunicação dedicados a esse tema, participo de feiras de turismo tanto nacionais quanto internacionais, e também sou reconhecido como Jornalista Master Explorer pelo TripAdvisor, com mais de 8 mil avaliações ao redor do mundo.

Eu trabalho de forma totalmente independente. Recebo sugestões de pautas dos veículos, porém, escolho livremente quais desejo abordar e como pretendo executá-las.

O principal objetivo do meu blog/rede é destacar as potencialidades do turismo ao redor do mundo, com um foco especial no Brasil. Considero o Brasil um continente gigantesco e ainda desconhecido para muitos brasileiros. Há tantos aspectos do país que são absolutamente desconhecidos por nós, um paradoxo incrível. 

As pessoas aqui são hospitaleiras e amorosas, nos recebendo com simplicidade no falar e no ouvir, com uma inocência que nos lembra que somos todos iguais, sem malícia ou segundas intenções, mesmo que não tenham frequentado a escola formal. É a escola da vida, à qual muitas vezes não ousamos nos inscrever.

Desde o Boi Caprichoso e Garantido em Parintins, o São João de Campina Grande, a Transamazônica, as tribos do Xingu, o Pantanal e as tribos Wazari, até chegar aos catadores de papel, o Brasil é verdadeiramente infinito. Conheço desde o luxo até o lixo, e todas essas experiências rendem pautas longas, belas e emocionantes.

Eu escolho minhas pautas com base na oportunidade de ganhar dinheiro. Não publico sobre comida em restaurantes, pratos especiais, empresas aéreas, hotéis ou minhas pedaladas diárias de graça. Tudo tem um valor. Cada postagem que faço é porque estou recebendo algo em troca. Para mim, não faz sentido mostrar meu prato de comida ou o quarto onde estou hospedado apenas por mostrar. Deve haver um benefício claro. A publicação é um negócio enorme para mim.

A quantidade de visitas é enorme. Tornei-me uma referência em pautas e fonte de informação.

Para dar uma ideia, aqui está uma captura de tela recente do meu blog. A página principal, que é o www.turismoonline.net.br, mostra gráficos fornecidos pelo Google que já não cabem em números.

No momento em que verifiquei minha página, neste momento em que a maioria dos escritórios já fechou e as pessoas estão no trânsito, ainda há visitantes ativos. Segundo as métricas do Google, neste exato momento, 951 pessoas estão usando minha página, navegando por 1245 sessões e visualizando 1519 páginas.

Minha profissão me proporcionou tudo o que tenho. Trabalho por amor e paixão, escolhendo quando e onde atuar com base na minha experiência e idade. Fazendo o que gosto, do jeito que gosto, sinto que estou sempre de férias, encontrando tempo para tudo, inclusive pedalar dia sim, dia não, percorrendo entre 70 a 100 km. Quem sabe, aos 80 anos, estarei pedalando uns 200 km por dia, rzzzz.

O importante é não se acomodar. Estamos enfrentando uma revolução de progresso diário. Quem se acomoda fica para trás. O corpo pode envelhecer, mas a mente permanece eternamente jovem e apaixonada.