A reciclagem de papel, o
reaproveitamento de garrafas pet e de alumínio são atividades bastante
conhecidas no Brasil. O que poucas pessoas imaginam é que existe também uma
indústria de reciclagem de proteína animal. E que um grande exemplo desse tipo
de trabalho está no sul do país.
Santa Catarina continua mantendo o
posto de um dos maiores produtores de pescado do Brasil, fazendo com que a
atividade desempenhe importante papel na economia do estado. Mas você já parou
para pensar para onde vão todos esses resíduos de peixe e camarão que sobram no
final do dia?
De forma consciente e em parceria com
peixarias, colônia de pescadores, pequenas, médias e grandes empresas de
pescados e mercados públicos, a Agroforte reaproveita o que seria lixo. E todo
esse insumo é transformado em farinha, muito utilizada na fabricação de ração
animal, e óleo, que pode ser usado como matéria-prima na produção de cápsulas
de Ômega 3.
“Além disso, durante o processo de
reaproveitamento também é retirada uma grande quantidade de água, que a
indústria devolve para o meio ambiente, dentro dos padrões estabelecidos pelos
órgãos competentes”, complementa William Dal Mago, engenheiro ambiental da
Agroforte, empresa que tem capacidade de processar até 300 toneladas de insumos
de peixe por dia.
Considerada uma das maiores empresas
de reaproveitamento de resíduos de pescados do Brasil, a indústria de Biguaçu
recebe toneladas de insumos por dia. E boa parte de sua produção é exportada
para diversos países da América Latina.
Saiba como é feito esse
reaproveitamento:
- Coleta: a fase da coleta é feita em
parceria com peixarias, filetadores e mercados públicos, que descartam os
resíduos que iriam para lixões e aterros nos caminhões da Agroforte.
- Cozimento: Assim que o resíduo de
pescado chega na indústria são descarregados nas moegas de recepção, passando
pela primeira fase do processo, que é a de cozimento com temperatura e pressão
baixa.
- Prensagem: O resíduo após o cozimento
é direcionado para uma prensa para a separação da torta e a água que contém o
óleo de peixe.
- Separação de fases: A água da etapa
anterior é submetida a um separador centrífugo de três fases para separação do
óleo, água e borra. O óleo é direcionado para a expedição, a borra para o
processo de secagem da farinha e já a água é encaminhada para a planta
evaporativa para concentração de proteína a ser reaproveitada no processo de
secagem.
- Secagem: Nessa fase o concentrado de
proteína, a borra da separação de fases e a torta da prensa se unem para
secar/desidratar, evaporando toda a água que ainda contém no produto,
transformado em farinha. Posterior a farinha passa por um moinho de martelos
para padronização da granulometria. A água evaporada ao longo do processo
produtivo é condensada, tratada e devolvida ao meio ambiente.
- Destino Final: E para finalizar a
matéria-prima está pronta para voltar ao ciclo de produção, como insumo de
ração para peixes, camarões e pets de alta qualidade.