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Obstetra dá dicas sobre gestação em período de pandemia

19/04/2021    Gustavo Siqueira

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Com a pandemia em andamento e muitos estudos realizados ao longo deste período, ficou confirmado que as gestantes fazem parte de um grupo de risco e podem apresentar complicações na gestação, principalmente se forem gestantes que possuem alguma comorbidade associada como diabetes, hipertensão e obesidade.  Entre os milhares de casos de pacientes com Covid-19 na região da Amfri, estão também as mulheres grávidas.
 
É natural que a situação da gestação em meio à pandemia gere muita insegurança. O médico Obstetra do Hospital Marieta, doutor Pedro Gonçalves de Souza, traz informações para tranquilizar. Ele explica que as gestantes infectadas com o coronavírus são recebidas em espaços separados dentro do hospital para evitar os riscos de contaminação às pacientes grávidas à espera do atendimento na maternidade.
 
E pontua que as recomendações para as gestantes continuam sendo as mesmas dadas à população em geral: evitar as aglomerações, ter cuidados em relação à higiene, principalmente a das mãos, e o uso de máscara em todos os momentos.
 
“A gente sabe que a gestação é um momento que traz muita ansiedade, estresse e até insegurança. E a tendência é que a pandemia acabe piorando um pouquinho esses sintomas nas gestantes. Então, as recomendações que eu posso dar é que procurem conversar entre si em grupos virtuais  e busquem medidas de controle do estresse como os exercícios de respiração, meditação, prática de exercícios físicos e controle da alimentação, visando potencializar o funcionamento do sistema imunológico”, destaca o doutor Pedro Gonçalves de Souza.
 
No caso dos recém-nascidos, novamente ele pondera que é importante evitar aglomerações. Nada de visita de parentes neste momento. As videochamadas podem servir para amenizar um pouquinho a saudade. E vale ressaltar que a rotina do recém-nascido com as visitas ao médico pediatra, as consultas de acompanhamento e as vacinas precisam ser mantidas para o bem-estar do bebê.
 
O que já se sabe sobre gestação x Covid-19
 
Com a Covid-19, aumentam as taxas de parto prematuro, crescem os números de restrição do crescimento intrauterino e, em algumas situações, aumentam os riscos de morte fetal e morte materna. Neste sentido, os protocolos do Ministério da Saúde já definiram o monitoramento maior destas pacientes gestantes infectadas pelo coronavírus.
 
“O sistema de saúde está monitorando essas pacientes diariamente, seja por videochamada, por contato telefônico e, quando possível, presencialmente. As pacientes também precisam estar muito atentas aos sinais de piora clínica, principalmente da parte respiratória. No primeiro sinal de desconforto respiratório, dificuldade respiratória, febre persistente e sintomas que não cedem, é preciso procurar o Pronto Atendimento nas unidades de saúde. A análise e o acompanhamento dos 10 primeiros dias são imprescindíveis.
 
Nos casos já registrados internamente no Hospital Marieta da necessidade de parto durante quadro de Covid-19, a indicação é obstétrica, com análise multidisciplinar de cada caso de maneira totalmente individual.
 
“Há casos mais graves, casos com comprometimento da parte respiratória, casos em que a paciente está na UTI, outros em que a paciente tem uma piora clínica progressiva. A gente tem que sempre avaliar em conjunto com equipes de UTI para indicar a melhor via de parto em caso de extrema necessidade”, completa o médico obstetra do Hospital Marieta. Que reforça: “De uma maneira geral, seguindo as orientações de distanciamento, uso de máscara e higienização, a gestação tem tudo para se manter como um momento positivo e de muito amor”.
 
Vacina oferece proteção à mãe e bebê
 
Um estudo recente e postado pela doutora na área de Engenharia Biomédica, Rossani Soletti, no portal Maternidade com Ciência, aponta a segurança e eficácia de vacinas contra a Covid-19 em grávidas e lactantes. Foram avaliadas 84 gestantes, 31 lactantes e 16 mulheres não grávidas que receberam vacinas da Moderna e Pfizer. Dentre as 84 gestantes, 11 receberam a vacina no primeiro trimestre, 39 no segundo e 34 no terceiro trimestre. A produção de anticorpos contra o novo coronavírus induzida pela vacina foi semelhante em todos os grupos (gestantes, lactantes e não grávidas) e foi superior à quantidade de anticorpos induzida pela doença em si. Reações adversas à vacina, quando registradas, foram leves e transitórias (como dor de cabeça, cansaço e dor muscular) e semelhantes em todos os grupos.
 
Das 84 gestantes, 13 tiveram seus bebês durante os dois meses de estudo e os cordões umbilicais de 10 deles foram analisados. Como resultado, anticorpos contra o coronavírus foram encontrados em todas as amostras de cordão. Além disso, foram encontrados também em todas as amostras de leite materno que foram avaliadas. Ou seja, além de a vacina oferecer proteção para gestantes e lactantes, ainda há a transferência de anticorpos para o feto através da placenta e para o recém-nascido através do leite materno.
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