Cerca de 70% a 90% dos estudantes conseguem emprego antes de concluir o curso e salário costuma ser de 20% a 40% mais alto em relação a quem tem o ensino médio
“Não encontre as falhas, encontre as soluções.” Quando o engenheiro mecânico estadunidense Henry Ford (1863 – 1947) disse isso, certamente não imaginou o quanto o conselho seria útil hoje em dia. Em tempos de crise, para quem busca um diferencial no mundo do trabalho, a solução pode estar em um curso técnico.
As estatísticas mostram que a qualificação profissional aumenta a empregabilidade e garante um incremento nos salários. Levantamento feito com base na Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad) revelou as vantagens de quem tem formação técnica, seja na hora de procurar o primeiro emprego, tentar uma recolocação profissional ou incrementar o currículo para conseguir um upgrade na carreira.
O salário de um profissional técnico costuma superar entre 20% e 40% o rendimento de trabalhadores com ensino médio. Nas áreas industriais ou de tecnologia a diferença pode ser ainda maior. A empregabilidade também é alta: varia de 70% a 90% antes mesmo da conclusão do curso.
Em Joinville, entre as opções oferecidas pela Escola Técnica Tupy estão os cursos de mecânica industrial, metalurgia, plásticos, química, informática e edificações. O coordenador da ETT, Jeferson Marcelo da Silva, diz que 90% dos alunos conseguem um emprego antes da formatura. “O curso é perfeito também para quem já está empregado e quer se atualizar, se diferenciar e ter mais estabilidade ou para quem deseja mudar de profissão”, comenta.
Boas oportunidades
Especialista em Engenharia de Produção, Gualter Nogueira Netto é professor do curso técnico em plásticos. “Essa é uma área tradicional em Joinville e o mercado está aquecido. A região é um dos maiores polos do setor plástico no Brasil, com muita tecnologia embarcada e exigência de mão de obra qualificada. Oportunidades não faltam”, avisa.
Hoje empresário, Leandro Apolinário é um exemplo. Ele viu a carreira deslanchar depois que entrou na Escola Técnica Tupy em 2005. “Eu já estava empregado quando comecei o técnico em plásticos, mas a partir daí fui promovido algumas vezes. Na época, saí do atendimento interno aos clientes para desenvolver um setor de processos e engenharia na empresa onde trabalhava”, lembra.
Com passagem por duas indústrias do segmento plástico em Joinville, Leandro foi convidado por investidores a associar seu conhecimento técnico e de mercado na abertura de um novo negócio. Há dez anos é sócio da Polyex Extrusão de Perfis.
“Fiz a faculdade de Engenharia de Plásticos, mas posso dizer que o técnico foi a base de tudo. Foi a Escola Técnica Tupy que abriu caminhos, alavancou a minha carreira e transformou a minha vida. Hoje, nossa empresa fornece perfis plásticos para gigantes do mercado automotivo, metalúrgicas, empresas de comunicação visual e outros segmentos. Em dez anos, nunca sofremos um único recall. Nossos indicadores são de nível mundial”, orgulha-se.
Formação rápida
A duração do curso técnico, que varia de um ano e meio a dois anos, é uma vantagem apontada pelo coordenador da Escola Técnica Tupy, professor Jeferson Marcelo da Silva. “O estudante consegue se especializar e ingressar no mercado de trabalho mais rapidamente. Sem contar que já sai com uma profissão e se fizer o nível superior terá mais facilidade nos estudos, pois já terá conhecimentos na área”, diz.
É o caso de Ricardo Verbinem. Incentivado pela família, o então auxiliar de expedição fez o técnico em plásticos em 2007/2008 e, na sequência, a faculdade de Engenharia de Plásticos. Mas nem foi necessário esperar pelo ensino superior para ser promovido a inspetor de qualidade. “Sem o curso técnico, minha carreira não seria a mesma.”
O sucesso profissional ele atribui à formação na Escola Técnica Tupy. Hoje é supervisor de Gestão da Qualidade na Tecnoperfil. “A formação técnica me deu direcionamento e estou plenamente realizado na profissão”, garante.
Protagonismo estudantil
A ETT aposta no protagonismo dos estudantes. A professora Dilarimar Maria Costa, do técnico em edificações, conta que entre os egressos do curso há profissionais que coordenam equipes, gerenciam obras e atuam na iniciativa pública e privada. “É um orgulho dizer que nos processos seletivos nossos estudantes se destacam por suas capacidades técnicas e cognitivas. A formação técnica abre horizontes e oferece embasamento sólido.”
Ainda que Joinville tenha mudado seu perfil ao longo dos anos, com o crescimento do setor de serviços, as áreas de mecânica e metalurgia se mantêm fortes, comenta o professor Ibere Duarte, do curso de metalurgia. “Joinville não perdeu sua característica de cidade industrial e as empresas deram um salto tecnológico exigindo de seus profissionais um novo perfil, novas habilidades e muito conhecimento. Para quem pensa em ingressar nesse segmento, vale a pena fazer o técnico junto com o ensino médio.”
