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A informação é a melhor aliada para vencer o câncer de pâncreas

04/03/2021    Gustavo Siqueira

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O câncer de pâncreas tem chamado a atenção não apenas pelo aumento da incidência, mas pela agressividade. Rotineiramente, atendo pacientes que relatam histórias tristes de familiares ou conhecidos que enfrentaram o tumor. Infelizmente, esta impressão reflete uma verdade estatística: o câncer de pâncreas apresenta uma alta taxa de mortalidade.
 
No Brasil, é responsável por 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados, mas é a causa de 4% do total de mortes causadas pela doença. Raro antes dos 30 anos, torna-se mais comum a partir dos 60. Segundo a União Internacional para o Controle do Câncer, os casos de tumor no pâncreas aumentam com o avanço da idade: de 10/100 mil habitantes entre 40 e 50 anos para 116/100 mil entre 80 e 85 anos. A incidência é mais significativa no sexo masculino.
O pâncreas é uma glândula de aproximadamente 20 centímetros de extensão localizada atrás do estômago, entre o duodeno e o baço, e faz parte do sistema digestivo e endócrino. Tem função tanto exócrina (secretando o suco pancreático, que contém enzimas digestivas) quanto endócrina (produzindo hormônios importantes como a insulina). É divido em cabeça, corpo e cauda.
São duas as principais causas que fazem com que o câncer de pâncreas tenha alta letalidade. O primeiro é o fato de que, na maioria dos casos, o diagnóstico é tardio, já em estágio avançado da doença. Isso ocorre porque os sintomas muitas vezes demoram a aparecer ou passam despercebidos até que o tumor cresça e atinja as estruturas próximas. O sintoma mais característico é a icterícia (olhos e pele amarelada) decorrente da obstrução do canal que leva a bile do fígado para o intestino. Emagrecimento sem causas evidentes, dor persistente no abdômen e nas costas e surgimento repentino de diabetes são sinais de alerta.
 
Além de observar essas manifestações, precisamos ficar atentos aos fatores de risco. Estes podem ser divididos em hereditários ou adquiridos. Dentre os hereditários, podemos destacar síndromes como câncer de mama e de ovário hereditários associados a determinados genes, síndrome de Peutz-Jeghers e síndrome de pancreatite hereditária. Os principais fatores de risco adquiridos durante a vida são obesidade, fumo, sedentarismo, diabetes e pancreatite crônica não hereditária.
 
A melhor estratégia para mudarmos esta realidade é prestar mais atenção ao nosso corpo e à nossa saúde, procurando auxílio de profissionais especializados sempre que percebermos algum sinal de alerta. Também é importante adotar um estilo de vida saudável. Evitar a exposição ao tabaco da forma ativa e passiva, praticar atividade física regular, manter uma alimentação saudável, evitar a ingestão abusiva de álcool e controlar o sobrepeso e a obesidade são maneiras de prevenir o câncer de pâncreas e a maioria dos tumores e doenças crônicas. Lembre-se: mudando seus hábitos, você poderá mudar sua vida!
 
A segunda causa que contribui para a evolução do câncer de pâncreas é o atraso do tratamento adequado. Muitas vezes o paciente demora a chegar ao especialista, mesmo após ter feito o diagnóstico. A medicina tem evoluído rapidamente e hoje temos um arsenal de possibilidades terapêuticas para a grande maioria dos cânceres.
 
Existem médicos oncologistas, tanto clínicos como cirurgiões, dedicados especificamente ao tratamento do câncer de pâncreas e aptos a oferecer o melhor tratamento para cada situação. Os avanços nas técnicas cirúrgicas, a utilização de tecnologia de última geração, a experiência dos radiologistas na avaliação nos exames e a associação de quimioterápicos e radioterápicos antes ou após a cirurgia vêm trazendo resultados cada vez melhores e aumentando a chance de cura ou controle da doença.

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