Paulino de Melo Wagner,
presidente do Sindilojas de Florianópolis e Região
Espera-se que após o fim das eleições municipais Florianópolis não tenha um novo lockdown. Há quase uma semana, a Grande Floripa voltou para a bandeira vermelha para o risco de transmissão do novo coronavírus.
Neste sentido, gostaria de chamar a atenção para a gravidade da possibilidade deste novo fechamento do comércio em véspera de Natal. O setor lojista da região ficou 45 dias, entre março e abril, sem abrir as portas. Depois de autorizado, reabriu com restrições que perduram até hoje e que, sim, prejudicam as vendas - quem é que gosta ou consegue comprar uma peça de roupa sem poder provar?
Mesmo assim, desde o primeiro momento incentivamos para que todos os empresários do setor trabalhassem na criação de ações e de promoções para que conseguissem recuperar um pouco dos resultados. A verdade é que o comércio varejista se reinventou: criou a tele-entrega, o take away, as vendas por redes sociais e pela internet.
O comércio não teve Páscoa, não teve Dia das Mães, registrou um Dia dos Namorados fraco. O Dia dos Pais um pouco melhor, mas ainda aquém do esperado. Também passou pela Semana do Brasil e pelo Dia das Crianças com resultados ok, e agora se encaminha para a Black Friday e para o Natal cheios de expectativas. É certo que estes estabelecimentos sejam fechados justo agora? Seria, mais uma vez, um duro golpe no comércio que poderia causar inclusive o fechamento definitivo de centenas de negócios.
Ao mesmo tempo em que se estima que mais de 86 milhões de pessoas devam ir às compras neste Natal aqui no Brasil, o que deve movimentar cerca de R$ 38,8 bilhões no setor de comércio e de serviços – redução significativa em relação a 2019, mas ainda assim números bastante expressivos para o momento –, temos de conviver com a incerteza de um novo fechamento.
Antes de qualquer coisa, precisamos cuidar da nossa saúde. Por isso, quero fazer um chamamento à responsabilidade de cada um, para que possamos seguir nossas vidas trabalhando. Colaborar para que haja a redução dos números de casos é dever de todos, é sinal de empatia. Respeite os avisos, colabore com o distanciamento social, use máscara, não frequente eventos que não estão permitidos, vá à praia, mergulhe e volte para a casa. Enquanto não tivermos uma vacina contra a Covid-19, precisamos trabalhar em comunidade para o bem de todos.