Os danos aos pacientes estão entre as
principais causas de morte e incapacidade no mundo. De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS), cerca de 134 milhões de eventos adversos ocorrem
anualmente devido à falta de segurança, resultando em 2,6 milhões de mortes por
ano.
No Brasil a informação mais atual é a
do 2° Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar de 2018, que apontou 54.769
óbitos causados pelos chamados eventos adversos graves no ano de 2017. Destes,
36.174 poderiam ser evitados. Reconhecendo os cuidados com o paciente como um
dos pilares da saúde, a OMS estabeleceu o dia 17 de setembro como data para a
campanha do Dia Mundial de Segurança do Paciente.
Segundo a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), a segurança do paciente pode ser entendida como
a “redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao
cuidado de saúde”.
“Ninguém que seja atendido deve
sofrer revés no cuidado com a saúde, principalmente quando se trata de questões
que podem ser evitadas”, afirma Aline Pasiani, coordenadora médica da Lar e
Saúde, uma das maiores prestadoras de serviço home care do Brasil. “Desta
forma, precisamos fomentar e divulgar medidas básicas que garantam um
atendimento adequado e no momento certo, seja em domicílio, em uma pequena clínica,
na emergência ou em uma cirurgia”.
Mais cuidado, menos custo
Além dos benefícios de saúde, a
segurança do paciente pode reduzir os custos de atendimento. Segundo a OMS,
quatro entre dez pacientes sofrem prejuízos no atendimento primário e
ambulatorial, sendo erros relacionados ao diagnóstico, prescrição e uso de medicamentos
mais comuns. Neste caso, os erros relacionados à medicação custam cerca de US$
42 bilhões ao ano. No Brasil, ainda de acordo com o Anuário, os gastos
estimados com eventos adversos na saúde suplementar foram de R$10,61 bilhões.
“50% a 70% desses eventos adversos
poderiam ter sido evitados com medidas de prevenção”, estima a especialista.
“Desta forma, é possível dizer que investir em prevenção é mais benéfico do que
investir no tratamento, de forma geral. Essas vantagens podem ser vistas de forma
financeira, para o hospital, mas, principalmente, para pacientes, que terão um
atendimento de maior qualidade”.
As medidas para assegurar a atenção
necessária são divididas em seis tópicos principais: identificação correta do
paciente; melhoria da comunicação entre profissionais de saúde; segurança na
prescrição, no uso e na administração de medicamentos; garantia de cirurgias em
local de intervenção, procedimento e paciente corretos; higienização das mãos;
e redução de quedas e úlceras por pressão.
“Pode parecer básico, mas ainda
existem casos de dano por procedimentos feitos no paciente errado ou, até
mesmo, operar o membro incorreto e fazer uma administração errada de
medicamentos. Por isso, é importante executar todas as medidas de segurança para
que as complicações e internações possam ser reduzidas, dando mais proteção em
todas as fases de atendimento”, explica Aline.
Home care como alternativa segura
Para a coordenadora médica, quando se
trata de segurança, o atendimento domiciliar proporciona mais garantia de
cuidados, por ser atenção personalizada. “O home care entra como um
diferencial, principalmente pelo baixo fluxo de pessoas, além de ser um
paciente único. Em geral, os ambientes de cuidado possuem um único funcionário
para uma dezena de pacientes. Em casa, esse cuidado é individualizado, então é
possível promover a segurança de uma forma mais adequada”.
Ainda de acordo com a especialista, é
possível adaptar mais facilmente os cuidados e evidenciar a qualidade de
atendimento. “Uma úlcera de pressão significa que a mobilização não está sendo
feita da maneira adequada, assim como as quedas demonstram um risco maior de
fraturas e abreviamento de vida. Com isso, eu sei que preciso orientar a
mobilização no leito, reavaliar medicamentos e adequar o ambiente em que está
inserido, evitando complicações futuras”.
Campanha de 2020 reforça importância
de assistência aos profissionais
Diante da pandemia da Covid-19 — com
o país registrando mais de 4,5 milhões de infectados e 132 mil mortes pela
doença — a discussão sobre o cuidado aos profissionais da saúde entrou em
pauta. Desta forma, para este ano, a campanha Dia Mundial da Segurança do
Paciente terá como tema a “Segurança do profissional de saúde: uma prioridade
para a segurança do paciente”. A proposta defende que, com os profissionais
mais seguros, os pacientes também são beneficiados.
“A segurança do trabalhador é igual a
um acidente de trânsito. Antes de garantir a segurança do paciente, é preciso
garantir que o profissional esteja em um local seguro, para que não haja duas
vítimas. Um trabalhador saudável tem mais condições de cuidar do paciente”,
reforça Aline.
Em relação aos cuidados de segurança
devido à pandemia, a especialista explica que não há a necessidade de que as
medidas sejam alteradas. “O cuidado não muda com a pandemia. Higienização de
mãos sempre existiu, por exemplo, sempre foi necessária. A pandemia vem apenas
para reforçar aquilo que já estava estabelecido”.
Sobre a Lar e Saúde
A Lar e Saúde presta assistência
domiciliar em todo o Brasil desde 2002. Suas equipes são formadas por médicos
generalistas e especialistas, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos,
terapeutas ocupacionais, nutricionistas e psicólogos e outros especialistas que
o paciente necessitar, toda a estrutura para o tratamento personalizado e
humanizado.