O bispo da Diocese de Lages, Dom Guilherme Antonio Werlang, concedeu entrevista coletiva à imprensa sobre o lançamento da Campanha da Fraternidade 2019,  na manhã desta quarta-feira de cinzas, 6 de março, na Cúria Diocesana. 

Ao lado de Padre Alex Prado, da Equipe de Comunicação da Diocese,  Dom Guilherme, que também é o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora   da CNBB, destacou aos profissionais da imprensa lageana a importância do período da Quaresma, que é um tempo de reflexão, penitência e conversão, de preparação para a Páscoa do Senhor.

 O tema da Campanha deste ano – “Fraternidade e Políticas Públicas”, leva à reflexão sobre  o papel do cristão em relação às políticas públicas.  “É preciso ter coragem de afirmar  que cidadania é um direito, e não um privilégio, uma concessão que alguém dá. Quando este direito é negado, todos, especialmente os que creem em Deus, e ainda mais os que creem em Jesus, o aceita e professam Filho de Deus, tem obrigação moral, ética e de fé de entrar na luta e em defesa desses irmãos e irmãs”, explica Dom Guilherme.

 Ele ressalta  que existem dois tipos de políticas públicas: A de Estado e a de Governo, sendo que as primeiras estão garantidas pela Constituição Federal, basicamente, enquanto que as políticas públicas de Governo se originam dos planos de campanha eleitoral e ao longo de gestão governamental. Estas devem levar em conta as realidades regionais.

Ele completa: “Como cristãos e cristãs, portanto, seguidores de Jesus Cristo, a busca, a defesa e a promoção do direito e da justiça passa a ser um dever e não apenas uma opção. Eu sou livre para escolher seguir Jesus Cristo, para ser cristão ou não, mas depois que opto, e aceito ser cristão, sinto-me obrigado a viver como Jesus viveu, defender o que Jesus defendeu, promover o que Jesus promoveu, anunciar e denunciar o que Jesus anunciou e denunciou, gostem ou não gostem os governantes, os donos dos poderes, especialmente os do poder econômico”, ressaltou.

  

O bispo comentou ainda sobre a necessidade dos cristãos católicos participarem dos conselhos e dos movimentos populares, para buscar a liberdade, o direito e a justiça para todos. Ele destacou que o lema da Campanha, “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27), é um chamado: “A Igreja deve Testemunhar pela vida de cada um de seus membros e pela Instituição “Igreja”, seja nas pequenas Comunidades, Paróquias ou Dioceses que o único caminho para a libertação e a vida plena tão desejada por Jesus, passa necessariamente pelo direito e a justiça. Nossa opção e luta pelo direito e a justiça não partem de ideologias ou partidos políticos, mas diretamente do Evangelho de Jesus. Não é possível ser um bom cristão ou cristã sem primeiro ser um bom cidadão e cidadã. Por fim é urgente, urgentíssimo superar a dicotomia “fé e vida” e “fé e política”. Em tudo é sempre a mesma pessoa humana que está em jogo” finaliza Dom Guilherme.