É
com imensa satisfação que anunciamos o lançamento da obra mais aguardada deste
ano: "Quem tem Medo da Cultura?", de Edson Busch Machado. O lançamento
será realizado no dia 2 de maio, às 19h, no Museu de Arte de Blumenau (MAB), em
Blumenau. E durante os meses seguintes, o lançamento também ocorrerá em outras
quatro cidades catarinenses, além de Curitiba e São Paulo.
Durante
toda sua trajetória profissional, Edson Busch Machado, artista visual, curador
de exposições, jornalista, gestor cultural e operário da cultura, foi um grande
observador e provocador das diferentes facetas da arte catarinense. Agora, aos
71 anos, o autor presenteia a todos os leitores com esta obra icônica que
marcará a história do estado.
A
obra é dirigida a pesquisadores, professores e estudantes de arte, gestores de
entidades e instituições culturais, curadores e artistas que têm suas obras
aqui citadas, historiadores, interessados em geral nos movimentos artísticos,
nos enfoques antropológicos e no desenvolvimento comportamental no país,
sobretudo, nos Estados de Santa Catarina e do Paraná nas últimas cinco décadas.
Seus
milhares de textos foram publicados em múltiplas plataformas e são preciosos
registros de cinco décadas de história da arte de Santa Catarina, seus
respectivos artistas e movimentos. Sem dúvida, um livro que se tornará
referência em todos os cursos de artes e de ciências humanas do país. Afinal,
são cerca de 600 páginas e 2 mil citados entre artistas, museus e instituições
de cultura, a maioria catarinense.
O
processo de criação da obra “Quem tem Medo da Cultura?”, foi realizado enquanto
o autor estava isolado socialmente por conta da recente pandemia de Covid-19
que assolou o mundo. Edson Busch Machado aproveitou este período para mergulhar
no seu acervo pessoal presente na sua casa/museu, a partir de 2020, na
tentativa de organizar gavetas, armários, arquivos, estantes, mapotecas, pastas
de documentos, baús, caixinhas e caixotes com papéis diversos. Para Edson este
amplo acervo representa, “os nossos esconderijos que nascem e crescem com o
passar do tempo. Nos guardados procuro o que nunca esteve totalmente perdido”.
O
que o autor não imaginava era que deste garimpo renderia surpreendentes
redescobertas. Reencontro com antigos desenhos, fotografias reveladas e
esquecidas, projetos inacabados, cartas e bilhetes, cadernos com anotações de
viagens, catálogos de exposições, velhas revistas desbotadas, cartuchos de
videocassete, aquele pré roteiro abandonado de filme Super 8, esboços de
histórias vividas, rascunhos de discursos e palestras proferidas, textos
críticos, pequenos objetos obsoletos e muitos recortes de jornais amarelados.
“Ali
estavam textos e artigos que escrevi e publiquei durante décadas sobre artes
visuais, dança, cinema, fotografia, patrimônio histórico, gestão cultural,
economia criativa, leis de incentivo, viagens, diplomacia, comportamento e
generalidades. Um farto e raro material iconográfico que nas mãos e às vistas
de estudiosos, pesquisadores e curiosos em geral poderia proporcionar boas e
didáticas informações.”, pontua o autor.
Desde
então Edson passou a adiantar a tarefa de arquivista reunindo inicialmente
centenas de escritos durante os 50 anos. Na maioria dos textos o autor escreve
sobre o trabalho dos outros nas artes e lidas culturais, observando-os e tantas
vezes admirando-os nos detalhes quase ocultos, enaltecendo trajetórias ou
sugerindo caminhos a seguir em seus ofícios, despertando e revelando novos
talentos, promovendo e contextualizando as manifestações das culturas nas
comunidades, apontando possíveis soluções criativas na administração cultural.
Mas também criticando o marasmo, a mesmice e a burocracia, mirando os
acomodados círculos da cultura oficial pública, e a falta de consciência e de
conhecimento no âmbito da sociedade alienada e da política sectária.
“Creio
que ao escrever sobre o trabalho dos outros, um pouco deste autor, mesmo que, às
vezes controverso, também se revela, com o desejo de continuar provocando no
leitor e suas múltiplas identidades.”, afirma Edson.
Todos
os textos de Edson Busch Machado foram publicados originalmente nos jornais,
revistas, catálogos e livros, portanto, passaram pelo crivo de profissionais da
escrita – jornalistas, editores, revisores, copy-desks, portanto chancelada sua
gramática. Grande parte deste material era recebido nas redações pelas
editorias responsáveis pela secção cultural como Néri Pedroso, Joel Gehlen,
Vânia Oliveira, Paulo César Ruiz, Rodrigo Garcia Lopes, Silvio Melatti entre
outros, sob o criterioso olhar do diretor de redação Luís Meneghim.
Para
o atual diretor de conteúdo do Grupo ND, Luís Meneghim, Edson Machado foi
onipresente, pioneiro, mas ao mesmo tempo contemporâneo, “Como artista,
antecipou tendências: experimentou desenhar, pintar e esculpir, ao mesmo tempo
em que se movimentava nos bastidores da política cultural. Ao lado do
ex-governador Luiz Henrique da Silveira, um político visionário e culto que
conseguiu implantar a escola Bolshoi para Joinville. Este livro revela as
muitas faces de Edson Machado, um documento fundamental para conhecermos este
autêntico embaixador da cultura catarinense.”
O
escritor, poeta, jurista, crítico literário e de artes, Péricles Prade orientou
intelectualmente esta produção e assinou posfácio do livro, onde descreve o
autor como um grande exemplo de alteridade: “Há muito de Edson Busch Machado nos
diferentes artistas (e em suas obras) que ele analisou, em se tratando ele
mesmo de conceituado esteta (pintor, desenhista, fotógrafo, gravurista) e
crítico de artes visuais. Trata-se de fusão empática, prevalecendo, nele, no
exercício da garimpagem resultante em eleitos onze eixos temáticos, o extrato
inconsciente sobre o consciente”.
Na
opinião da escritora e socióloga, Lélia Nunes, a
escrita de Edson Bush Machado é saborosa, refinada e sutil, “Os textos
memorialistas são de dar água na boca a falar das gentes e seus hábitos, das
arquiteturas dos afetos, dos comportamentos e modos de ser e de estar no mundo
de outrora e ainda presentes.”
Após
todo material ser selecionado pelo próprio autor, a produtora cultural Eula
Regina Maciel elaborou minucioso projeto e encaminhou ao PIC (Programa de
Incentivo à Cultura) para aprovação do Governo do Estado de Santa Catarina por
meio da Fundação Catarinense de Cultura. Parceiro de primeiríssima hora do
empresário José Maurício Coelho, CEO da C-Pack, que apoiou o projeto em sua
totalidade e ainda acrescentou ideias para a circulação do livro com maior
alcance social aos operários e funcionários de sua empresa sediada no Município
de São José. Já os detalhes técnicos e editoriais ficaram por conta da
Manuscritos Editora, com sede em Joinville, por meio da experiência de sua
diretora Bernadete Costa.
Lançamento do livro: Quem
tem Medo da Cultura?
Onde: Museu de Arte de
Blumenau, Rua XV de Novembro, 161, Centro, Blumenau – SC
Quando: 2 de maio de
2024.
Horário: às 19h