Liderar uma equipe. Se perguntarmos por aí, muitos dizem saber como
fazer isso. Mas convido você a uma reflexão: quais características são
necessárias para ser um bom líder? Todos estamos prontos para desempenhar tal
papel? E o fato de eu ser um líder significa, realmente, que meus liderados me
enxergam dessa forma?
A preocupação é válida, e muitos líderes já estão atentos ao que podem
buscar para evoluírem em seus papeis. É aí que entram as tendências do mercado
para estes cargos. Acrescento aqui que vivemos uma realidade em que, cada vez
mais, temos uma perspectiva de alta complexidade para a gestão.
Se antes entendia-se que os líderes eram diretamente reflexos de suas
capacidades operacionais, com ação de comando muitas vezes pelo controle, hoje
muitas empresas já compreenderam que as soft skills passaram a ser uma
exigência inegociável para um bom líder. É preciso investir em competências de
gestão de pessoas, como a escuta ativa.
Parece clichê, mas é realidade: a melhor liderança se dá pelo exemplo.
Um bom líder não vai executar as tarefas do dia a dia, mas vai
dominá-las e entender com propriedade cada uma delas, a dinâmica de trabalho da
equipe. Ele transmitirá credibilidade para seus liderados. Nunca esqueça: para
saber liderar, é preciso ser referência em algo.
Somado a isso, impreterivelmente, será preciso habilidades humanas
desenvolvidas – e constantemente aprimoradas. Um líder que age com a pretensão
de quem já sabe tudo começa errado. Enquanto isso, um gestor que entende a
necessidade de evoluir se torna um grande facilitador de negócio, pois
direciona e agrega, etapas fundamentais do caminho para conquistar uma equipe.
Líderes, se desejam estar preparados, busquem equilíbrio de dinâmicas.
Corram atrás de unir a prática, a teoria e os conceitos, mas também acompanhem
tendências e inovações. Se você deseja evoluir, a academia está aí, além de
cursos de aprofundamento sobre o tema, bons coaches e grandes escolas de
negócio. Também pratiquem o velho e sempre essencial benchmarking, na sua área
e fora dela.
E nunca se esqueça: saúde mental é assunto prioritário! A sua, mas
também a do seu liderado. Uma das principais dificuldades de retenção de
talentos se dá pela limitação em não conseguir enxergar além do profissional,
olhando para o ser humano.
Essa preocupação é importante para se ter um bom nível de
autoconhecimento e, consequentemente, saber lidar em ambientes de incerteza. O
mesmo vale para a sua equipe. Isso fará você saber moderar a forma como cada um
lida com a pressão e a instabilidade de mercado, tão presentes em todas as
áreas.
Pensar no funcionário para além do profissional, mas enquanto humano,
deixou de ser uma tendência para o futuro há tempos. Pensar assim é uma
realidade. Aprenda a olhar a pessoa que está ali, suas necessidades e ânsias.
Aprenda a ouvir e aceitar críticas construtivas.
Deixo aqui, então, uma última reflexão. Se um planejamento estratégico
para os próximos cinco anos, quando bem feito, é revisado anualmente, por que
você não pode rever suas ações e pensar se elas ainda cabem? Monitorar,
preparar-se e ser capaz de ajustar rotas são características comuns a quem erra
menos.
*Rafael Santiago é mestre em Governança e Sustentabilidade, diretor & partner na De Bernt. & Aims International e conselheiro de Administração na Câmara Brasil-Alemanha
Sobre a AHK Paraná – Estimular a economia de mercado por meio da
promoção do intercâmbio de investimentos, comércio e serviços entre a Alemanha
e o Brasil, além de promover a cooperação regional e global entre os blocos
econômicos. Esta é a missão da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha
(AHK Paraná), entidade atualmente dirigida pelo Conselheiro de Administração e
Cônsul Honorário da Alemanha em Curitiba, Andreas F. H. Hoffrichter.