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Ator indígena de "Terra e Paixão" concorre à uma cadeira na Academia Brasileira de Letras

15/09/2023    Gustavo Siqueira

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Ao ser candidato para se tornar um “imortal” na Academia Brasileira de Letras e a ocupar a cadeira de número 5, após o falecimento do historiador José Murilo de Carvalho, o escritor e filósofo Daniel Munduruku, o pajé Jurecê da atual novela “Terra e Paixão”, da TV Globo, será o primeiro indígena na história da Academia a se tornar um membro, caso seja aprovado. “Não quero cumprir cota de escritor indígena, tenho condições absolutas para concorrer de forma igualitária com os outros candidatos”, destaca.
 
Com 64 livros publicados, o escritor é especializado no público infanto-juvenil e já conta com cerca de 6 milhões de livros vendidos no Brasil, além de outros países como Estados Unidos, Canadá, Áustria, Coreia do Sul e México. Caso aprovado na ABL, Munduruku, por sua trajetória em produzir conteúdo a crianças e jovens, acredita que será um “choque de cultura, uma mudança de mentalidade”. O objetivo, segundo ele, é aproximar mais a Academia Brasileira de Letras da sociedade, além de reforçar a importância da literatura infanto-juvenil.
 
Entre suas obras, destaque ao “Histórias de Índio” (Editora Companhia das Letras) com cerca de 300 mil livros comercializados em 25 edições. “Coisas de Índio" (Ed.Callis), que conquistou o prêmio Jabuti, além da obra internacionalmente premiada “Meu Avô Apolinário” (Editora Studio Nobel), são mais destaques. Durante a Bienal do Livro, em setembro, terá mais dois livros lançados: “Árvore Teia”, uma fábula sobre o envelhecimento, e “Redondeza”, destinado a crianças de até seis anos com conteúdo focado em imagens.
 
“Daniel é um talento brasileiro admirável que eleva a arte e a cultura de nosso país incentivando milhares de crianças e jovens a ingressarem nesta jornada fascinante de apreciar a literatura e o conhecimento por meio de um conteúdo leve e ao mesmo tempo reflexivo. Temos o maior orgulho de prestar o nosso apoio, aqui em Santa Catarina”, destaca a diretora da “A Livraria”, Miriam Almeida que, por meio da loja localizada no BravaMall, na Praia Brava de Itajaí, em Santa Catarina, apoia a candidatura de Munduruku e reconhece a relevância de sua contribuição literária e cultural.
 
Daniel Munduruku, 59, é paraense, de povo indígena e, atualmente, reside no interior de São Paulo. Além de escritor, é formado em filosofia, psicologia e história. Tem mestrado e doutorado em educação pela USP, e pós-doutorado em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos.
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