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"Dores de cabeça não podem ser banalizadas", diz médica intervencionista em dor

28/02/2023    Gustavo Siqueira

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A dor de cabeça é um problema recorrente entre a população mundial. Um grupo de cientista noruegueses mostrou recentemente, contudo, que o incômodo é mais comum do que imaginávamos. Segundo estudo, que revisou os números sobre ocorrência de enxaqueca na população global, não são 35% das pessoas que afirmam ter dor de cabeça uma vez ao ano, como se acreditava, mas 52%.
 
A médica intervencionista em dor, dra. Amelie Falconi, destaca a importância de o paciente procurar auxílio médico para determinar o tipo de dor de cabeça que o acomete, para que consiga o correto tratamento. “As dores de cabeça são banalizadas, tornando-se um alvo frequente da automedicação, que pode levar ao seu agravamento”, afirma.
 
Segundo dra. Amelie, o diagnóstico começa pela história do paciente e por exames clínico e neurológico com o objetivo de determinar as causas e as características da dor. “Alguns exames de sangue e imagem às vezes são solicitados pelo médico para a elucidação do diagnóstico”, diz. Conforme a médica intervencionista em dor, apesar de serem importantes ferramentas para determinar o tipo de dor de cabeça, os exames não são obrigatórios para o diagnóstico.
 
A Dra. Amelie comenta que existem mais de 150 tipos de dores de cabeça, que podem ser dívidas em cefaleias primárias e cefaleias secundárias. Ao primeiro grupo pertencem as dores de cabeça que são tanto a doença como o sintoma. São exemplos de dores de cabeça primária a enxaqueca, a cefaleia tensional e a cefaleia em salvas, que ocorre em padrões ou em conjunto.
 
Já as cefaleias secundárias são as dores de cabeça desencadeadas por outras patologias, ou seja, apresentam-se como sintomas de outras doenças, que podem ter causas diversas, entre as quais: infecções de vias aéreas, distúrbios visuais, aneurismas cerebrais e tumores. “A mitigação desses tipos de dor de cabeça envolve o tratamento da doença de base”, afirma a médica.
 
As dores de cabeça podem ser consideradas motivo de preocupação, segundo a dra. Amelie, quando são constantes. “Mesmo se forem leves, o fato de se repetirem com certa frequência já é razão para procurar tratamento, porque podem acarretar limitações diárias, por exemplo, no sono, humor, rendimento no trabalho e relacionamentos, que, por sua vez, podem levar a consequência mais sérias”, diz.
 
Dra. Amelie alerta que em casos de dor de cabeça forte ou dores de cabeça associadas a sintomas como febre, rigidez de nuca, convulsões, desmaios, sonolência e alterações do nível de consciência, a busca pela ajuda médica deve ser feita de maneira imediata.
 
Há diversos fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento de dor de cabeça. Conforme Dra. Amelie, eles são divididos em dois grupos: não modificáveis e modificáveis. Entre os fatores de risco não modificáveis estão a predisposição genética, o sexo (feminino), a escolaridade (baixa) e a idade. Por sua vez, os principais fatores de risco modificáveis são: uso excessivo de medicação para a fase aguda da enxaqueca; frequência das dores de cabeça; distúrbios do sono; obesidade; depressão; e eventos estressantes da vida.
 
Além de medicamentos, são importantes estratégias para o tratamento da dor de cabeça: procedimentos intervencionistas para controle de dor; cuidados com a saúde mental; acupuntura, e a prática regular de exercícios físicos. A médica intervencionista em dor destaca que a mudança no estilo de vida, tais como ingestão de alimentos saudáveis, manejo do estresse e cuidado com a saúde mental, higiene do sono e prática de exercícios físicos contribuem para a diminuição das dores de cabeça.
 
“Nossa sociedade precisa começar a entender qualquer tipo de dor, inclusive a dor de cabeça, como uma doença que é interferência do estilo de vida”, diz.
 
Dra. Amelie relata que alguns pacientes podem ter dores de cabeça desencadeadas por alimentos ou por déficits nutricionais. Já outros pacientes apresentam aumento do número de crises e exacerbação da dor provocadas por momentos de estresse. Por sua vez os distúrbios do sono são um fator de risco importante para a cronificação das dores e por desencadear crises de dores de cabeça. Segundo ela, os exercícios físicos são as medidas não-farmacológicas que apresentam mais impacto no alívio da dor.
 
Sobre a Dra. Amelie Falconi
 
·         Especialização em Medicina da Dor pela Santa Casa da Misericórdia de São Paulo
·         Título de Especialista em Dor pela AMB (Associação Médico Brasileira)
·         Fellow Of International Pain Practice (FIPP) pelo World Institute of Pain (WIP)
·         Fellowship de Intervenção em Dor - Clínica Aliviar / sinpain Rio de Janeiro
·         Pós-graduação em Medicina Intervencionista da Dor Guiada Por Ultrassonografia - sinpain
·         Pós-graduação em Anestesia Regional - Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês
·         Especialização em Anestesiologia MEC / SBA
·         Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF
·         Ministra aulas na pós-graduação de medicina intervencionista da dor do Hospital Albert Einstein
·         Ministra aulas na pós-graduação de medicina intervencionista da dor na Faculdade sinpain
 
 

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