Quando alguém é
diagnosticado com um tumor cerebral, é comum associar automaticamente a doença
ao câncer maligno e incurável. Porém, essa realidade está mudando.
Por meio da cirurgia
minimamente invasiva, é possível curar tumores cerebrais, lesões vasculares
cerebrais e metástases, é o que afirma a neurocirurgiã Danielle de Lara,
especialista em cirurgia cerebral minimamente invasiva pela Universidade do
Estado de Ohio (EUA) e que atua no Hospital Santa Isabel (Blumenau/SC).
“O uso de pequenas
câmeras de vídeo ou um robô, está se tornando cada vez mais comum, não somente
em cirurgias cerebrais, mas também em outras especialidades. Por meio da
técnica de cirurgia minimamente invasiva, nós conseguimos diminuir os riscos de
novas sequelas durante os procedimentos e, em alguns casos, curar tais
doenças”, relata Danielle.
Vantagens que as
cirurgias minimamente invasivas podem oferecer:
·
Feitas por vídeo ou por cateteres;
·
Menor tempo de internação;
·
Sem cicatriz aparente (ou muito menor,
quando algum corte na pele for inevitável);
·
Tempo menor para recuperação;
·
Visualização direta do problema,
facilitando as chances de sucesso da cirurgia.
Tumores cerebrais
Quando falamos em
tumor cerebral, estamos nos referindo ao aumento anormal de um tecido ou de uma
região do corpo humano. Um tumor geralmente se forma a partir de uma célula
defeituosa que se multiplica desordenadamente produzindo outras com o mesmo
defeito e resultando no aumento do tecido.
“É preciso ressaltar
que nem todo tumor é maligno. Os tumores também podem ser benignos. Ao
contrário dos malignos, estes crescem lentamente, sem destruir os tecidos ao
seu redor e sem enviar metástases para outros órgãos, podendo ser tratados e
sem necessitar de intervenção cirúrgica”, explica a médica.
Tumores cerebrais
podem ser hereditários?
Danielle explica que,
raramente os tumores cerebrais são hereditários. “Há algumas exceções, como os
tumores do sistema nervoso central associados a síndromes genéticas como a
Neurofibromatose, a Doença de Von-Hippel-Lindau e a Cavernomatose familiar”,
observa.
Existem diferentes
tipos de genes, alguns podem facilitar o surgimento de tumores pelo corpo e
outros impedem naturalmente a formação deles. “Portanto, os tumores podem ser
considerados genéticos, mas, o seu aparecimento pode surgir por meio de
situações às quais somos expostos. Como por exemplo, a influência de infecções
virais, exposição à radiação e substâncias químicas. No caso do câncer de
pulmão as substâncias químicas presentes no cigarro são cancerígenas, por exemplo”,
aponta Danielle.
Tipos de tumores
cerebrais e quando procurar um médico
Existem dois tipos de tumores cerebrais, os primários, que se iniciam no
cérebro e, os metastáticos, que se iniciam em outros órgãos e se disseminam
para o cérebro.
Para diagnosticar um
tumor cerebral, Danielle ressalta que é preciso sempre estar atento aos
sintomas que o nosso corpo demonstra. Para facilitar esta observação, a médica
listou alguns sintomas mais comuns, confira.
·
dor de cabeça (cefaléia)
·
desmaios e crises epilépticas
(epilepsia)
·
perda de força (paralisias, plegia ou
paresia)
·
formigamentos (parestesias) e outras
alterações da sensibilidade
·
alterações visuais (perdas visuais,
visão dupla, pontos luminosos) e alterações da fala (gagueira, afasia)
·
alterações do estado mental (confusão,
agitação), perda de memória
·
tonturas, alterações do equilíbrio e
marcha
·
movimentos involuntários (tremores, tics)
·
alteração do humor (irritabilidade,
depressão)
“Caso a pessoa identifique estes sintomas com
frequência e estejam associadosa outras alterações, é preciso procurar um
médico para identificar o problema e tratá-lo o mais breve possível”, finaliza
a especialista.
Sobre Danielle de Lara
Médica Neurocirurgiã em atividade na cidade de
Blumenau (SC). Atua principalmente na área de cirurgia endoscópica endonasal e
cirurgia de hipófise. Dois anos de Research Fellowship no departamento de
"MinimallyInvasiveSkull Base Surgery" em "The Ohio
StateUniversityMedicalCenter", Ohio, EUA. Graduada em Medicina pela
Universidade Regional de Blumenau. Possui formação em Neurocirurgia pelo
serviço de Cirurgia Neurológica do Hospital Santa Isabel.