Voto eletrônico: Carlos Prudêncio defende a confiabilidade da sua invenção
20/09/2022
Gustavo Siqueira

O desembargador aposentado Carlos
Prudêncio tem propriedade de descrever a urna eletrônica como ninguém. Em 1989,
enquanto juiz eleitoral da comarca de Brusque, em Santa Catarina, Prudêncio
criou e aplicou pela primeira vez o voto eletrônico numa eleição.
“Depois que a constituição mudou
em 1995, a eleição seguinte foi eletrônica em todas as capitais e cidades
brasileiras com mais de 200 mil eleitores, em 1996. Brusque era a única
exceção, que por ser berço do invento, sempre foi um expoente nessa realidade”,
garante.
Além de garantir agilidade ao
processo de contagem de votos, outra principal premissa era garantir a
segurança e confiabilidade ao trâmite. De um processo que perdurava dias,
Carlos Prudêncio comprovou em 1989 a viabilidade de suas intenções destacadas:
uma tecnologia segura e eficiente, de prestígio internacional.
“Sempre defendi os testes que
foram feitos desde o início. É um processo altamente revisado, e que acompanha
a cada ano as tecnologias que o mercado tem comprovado”, defende Prudêncio.
A estética da máquina é a mesma
desde 1996, quando o voto eletrônico foi assegurado pelo Tribunal Superior
Eleitoral em todo o país. Mas novas tecnologias foram acopladas ao invento,
como a identificação biométrica para evitar fraudes e agilizar o processo de
identificação do eleitor.
Todas as invenções citadas são de
Prudêncio, que defende o processo atual no país, mas também espera a
continuidade das suas pesquisas e atualizações em seu sistema. “Todo o processo
é acompanhado por fiscais de todos os partidos credenciados, para poderem
supervisionar toda a tramitação da abertura de urna”.
A eleição feita com voto
eletrônico tem gerado questionamentos duvidosos e contrários às tecnologias não
reconhecidas por este público. Alguns defendem o voto impresso, e Carlos
Prudêncio se posiciona quanto as hipóteses duvidosas que já foram levantadas.
“Sou totalmente contra o voto no papel, é um retrocesso e não tem mais qualquer
possibilidade”.
E há quem defenda o voto
auditado, que demandaria novas pesquisas e tecnologias para implantar no
sistema atual. “A urna atual tem trinta camadas de proteção altamente rigorosos
e eficientes, e se for identificado que precisa revisar é coerente que seja
feito. Para auditar o voto, precisa revisar essa estrutura e reforçar sua
proteção para garantir a plena segurança”, garante.
Prudêncio
destaca a importância que tem o eleitor exercer seu papel de cidadão. “A partir
do momento que houver um brasileiro que questione com provas ou dúvidas
razoáveis, cabe ao poder público a obrigação de investigar o que está sendo
proposto. A urna é invulnerável, e já são auditáveis desde que foram criadas e
aprovadas”, finaliza.