Centro
de excelência em serviços médicos baseado em Joinville (SC), o
Hospital Dona Helena anuncia uma ação
gerada pela unidade de inovação em saúde inaugurada em agosto, denominada
InovaDona. Em parceria com a brain4care,
healthtech brasileira
de base científica que desenvolve tecnologia pioneira de monitoramento não
invasivo de variações de pressão e complacência intracraniana, a instituição
está convidando 350 pacientes que sofrem de epilepsia para participar de um
estudo clínico que se inicia neste mês de setembro e prossegue até julho de
2023.
O
objetivo é avaliar o padrão de variáveis cerebrais relacionadas à doença – uma
condição neurológica bastante comum, que acomete uma a cada 100 pessoas. “Uma
delas é a complacência intracraniana como mais um indicador para determinadas
alterações nos pacientes”, esclarece o neurologista Felipe Ibiapina dos Reis,
que coordena a pesquisa. Espera-se que, futuramente, esses dados possam servir
para um melhor controle das crises, beneficiando especialmente os pacientes que
não são elegíveis para processos cirúrgicos e ou que tenham resistência a
medicamentos.
O
gestor do InovaDona, Chander Turcatti, revela que o projeto está integrado a um
conjunto de mais de vinte iniciativas de inovação aberta e fechada em andamento
na nova unidade. Na primeira fase, o trabalho envolve apenas pacientes de Santa
Catarina, para mais tarde ganhar abrangência nacional. O alvo são pacientes com
diagnóstico de epilepsia, maiores de 18 anos, que serão monitorizados pelo
sensor da brain4care, posicionado na região frontotemporal. O procedimento não
é invasivo – o equipamento é aplicado ao redor do couro cabeludo, logo abaixo
da maior circunferência do crânio, usando uma fita plástica confortável e
ajustável.
Por
se tratar de estudo observacional, não haverá intervenções no paciente. Todos
receberão tratamento e condutas conforme o protocolo e julgamento clínico do
médico responsável. Assim, é prevista a coleta de dados demográficos, clínicos
e resultados de exames laboratoriais (prévios). “À medida que utilizamos novas
tecnologias para a abordagem junto ao paciente, abrimos espaço para novas
descobertas, colhendo dados para entender como funciona a dinâmica cerebral dos
pacientes com epilepsia”, resume o neurologista Felipe dos Reis.
“Fiquei
feliz em saber sobre a estrutura que o Dona Helena disponibiliza a seus
pacientes, assim como a importância que é dada para inovação na área médica”,
salienta Gustavo Frigieri, diretor científico da brain4care. “Entramos para
agregar nos dois pontos, contribuindo com a assertividade da assistência médica
e somando aos esforços de inovação, por meio da abertura de novos horizontes.”
Sobre
a brain4care
A
brain4care é uma healthtech brasileira de base científica que desenvolve e
oferta tecnologia pioneira de monitoramento não invasivo de variações de
pressão e complacência intracraniana. Isso é feito por meio de um
dispositivo
wearable (um sensor posicionado na cabeça do
paciente com uma banda de fixação), acessível e de baixo custo, conectado via
internet a uma plataforma analítica, que fornece em poucos minutos informações
adicionais que qualificam o diagnóstico, orientam a terapêutica e indicam
evolução de distúrbios neurológicos. Por sinal, distúrbios neurológicos são a
segunda causa mundial de morte prematura e a primeira de incapacidades, de
acordo com estudo publicado na
The Lancet Neurology.
Fundada
em 2014 pelo físico e químico Sérgio Mascarenhas (1928-2021) e acelerada no
Vale do Silício pela Singularity University em 2017, a brain4care obteve
liberação da tecnologia pela Anvisa em 2019, pelo FDA em 2021 e encontra-se em
utilização comercial em mais de 50 hospitais e clínicas no Brasil. Atualmente,
prepara sua expansão para o mercado internacional.