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A exposição "EnSIMESMAmentos", tem curadoria de Nadja Lamas e reúne cerca de 30 trabalhos produzidos no tempo agudo da pandemia.

13/05/2022    Karla Cruz

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Em sintonia com as percepções contemporâneas, a Galeria 33 apresenta em Joinville, a partir de amanhã, dia 14, a produção da artista Alena Marmo, pesquisadora e professora de arte bastante conhecida no campo da academia que, agora, retoma a visibilidade de sua caminhada artística. A exposição EnSIMESMAmentos”, tem curadoria de Nadja Lamas e reúne cerca de 30 trabalhos produzidos no tempo agudo da pandemia.
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Alena Marmo, artista, professora e pesquisadora na linha da antropologia visual, voltada aos conceitos relacionados à teoria e prática do ensino da arte e da arte contemporânea
Fernanda Pozza/Foto Divulgação
Alena Marmo, que vive entre Schroeder e Joinville, aparece no cenário da arte de Santa Catarina em 2003 quando conquista um prêmio no extinto Salão dos Novos de Joinville. Por influência familiar, o interesse pela arte vem da infância e desemboca em 1997 no bacharelado em pintura, gravura e escultura na Faculdade de Belas Artes de São Paulo, onde cursa o primeiro ano. Ao mudar para Joinville, em 98, entra na licenciatura em educação artística na Univille.

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 Cipreste Alena Marmo Foto Fabio Moreira Divulgação.jpgAs pinturas, gravuras e pastéis, de acordo com a artista, devem ser entendidas como documentos de isolamento social, que refletem uma experiência subjetiva vivenciada no contexto da doença covid-19. “Podem ser entendidos como janelas sensíveis, por meio das quais o público será conectado, em qualquer tempo e espaço, com aqueles momentos do passado, vividos por mim.” 
Os estudos seguem com o mestrado em artes visuais com ênfase em história, teoria e crítica de arte na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Hoje ela dá aula e coordena o curso de bacharelado em artes visuais da Univille, integra o conselho consultivo do Museu de Arte de Joinville (MAJ) e é diretora cultural do Museu de Arte Contemporânea Luiz Henrique Schwanke (MAC Schwanke) e membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA)
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A docência e pesquisa teórica não relegam a produção artística. Sem realizar exposições, segue criando. “A artista que me habita continuou falando dentro de mim, nunca abandonei totalmente a produção, apenas parei de mostrar.”  Em 2012, faz doutorado em artes visuais na Escola de Comunicação e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP). De modo paralelo, atua como curadora independente. Além de pensar Schwanke e Kolb, representações significativas da arte de Santa Catarina, aposta em Daniel Machado. Com Jefferson Kielwagen, idealiza e realiza os projetos Out.Art, Articidade, Intercidades [Intercities] e Exposição Impressa. Fez também edições do Pretexto, iniciativa do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Arte na Cidade. 
          
Os entre-lugares
 
Alena usa a experiência curatorial e o conhecimento acadêmico em favor da própria produção. Justo a pandemia potencializa o pensamento e a criação artística propriamente dita. Tempo de recolhimento, período de ajustes intensos na rotina doméstica, pela primeira vez ela reconhece de um outro modo o fato de estar em permanente deslocamento, em curtas viagens entre Schroeder, onde vive, e Joinville, onde trabalha na Univille.
            Com a pandemia, redescobri e me descobri no meu lugar, reorganizei e resinifiquei os espaços, e passei a ter momentos solitários de contemplação que me preencheram de tempo presente, sensação que eu tinha apenas em momentos de deslocamento, apreciando a paisagem enquanto dirigia da casa para o trabalho, ou do trabalho para casa, momento denominado por mim de “entre-lugares”.
            Para a curadora Nadja Lamas, “EnSIMESMAmentos”, que é a busca de dar sentido e significado às circunstâncias (Ortega y Gasset, 2016), leva a pensar sobre o desejo quase ancestral de materializar um instante da natureza e da simplicidade cotidiana, quer contemplada quer oriunda da imaginação. “Ensimesmar é voltar-se para os próprios pensamentos, para o interior de si mesmo, quando é da natureza do humano dispersar de si. Alena olha para o cotidiano e observa o varal, o céu, as copas das árvores, ou ainda para as janelas que limitam o olhar fazendo o recorte do que se encontra do outro lado, e elabora poeticamente o que vê. Olhar que dá forma ao que o pensamento insiste em divagar, em dispersar. Olha para o cotidiano, ao mesmo de todo dia, tira dele a matéria que dá a consistência da sua pintura.”
Para Fernando Sossai, professor de história, os trabalhos desafiam a vertiginosa aceleração da vida contemporânea, marcada pela rotina e acúmulo de acontecimentos com pouca ou nenhuma importância. A vida cotidiana “transborda na e pela arte, assim como uma luta por interromper as ansiedades de um tempo presente seduzido por si mesmo”.  Trata-se, segundo ele, de um questionamento sobre o tempo e o consumo apressado, uma crítica desvelada ao presentismo. “Suas produções reivindicam o contemporâneo tanto como um espaço de experiência quanto um horizonte de expectativa para a fruição da arte”, diz Sossai que compreende as obras de Alena “como objetos artísticos capazes de catalisar experiências cotidianas”.
 
Sobre a artista
Nasce em São Paulo (SP), em 1979. Vive e trabalha em Santa Catarina desde 1998. Artista, professora e curadora, é doutora em artes visuais pela Universidade de São Paulo (USP/2016). Graduada em educação artística pela Universidade da Região de Joinville (2001), fez mestrado em artes visuais, na linha de pesquisa história, teoria e crítica de arte, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2005) e doutorado em artes visuais, pela USP. Está desenvolvendo estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Patrimônio Cultural e Sociedade, na linha de pesquisa Patrimônio, Memória e Linguagens. Atualmente é professora da Universidade da Região de Joinville (Univille), onde também coordena o curso de bacharelado em artes visuais, coordenadora dos cursos de especialização em educação na modalidade EAD, e como coordenadora pedagógica do Programa Institucional de Extensão Arte na Escola (PIEAE), no qual integra o grupo de pesquisa da Organização Mundial de Saúde Art Impact for Health and SDGs. Tem experiência na área de artes, com ênfase em história da arte, teoria da arte e arte/educação, atuando principalmente nos temas história da arte, arte brasileira, arte contemporânea, curadoria, curadoria educativa e ensino da arte. Atua como curadora independente, é diretora cultural do Museu/Instituto Luiz Henrique Schwanke (MAC Schwanke) e membro do conselho consultivo do Museu de Arte de Joinville (MAJ).
 
EQUIPE TÉCNICA
Alena Marmo | artista
Nadja Lamas | curadora
Nadja Lamas e Fernando César Sossai | textos
Fernanda Pozza | design
Fernanda Pozza e Fabio Moreira | fotografia
Néri Pedroso | imprensa e revisão
 
SERVIÇO
O quê: Exposição EnSIMESMAmentos
Quando: 14.5.2022, 10h (abertura). Até 9.7.2022, sob agendamento no tel.: (47) 99277-2016
Onde: Galeria 33, rua Bento Gonçalves, 33B, bairro Glória, Joinville (SC), tel.: (47) 3433-2557/
Quanto: Gratuito
 
O quê: Exposição EnSIMESMAmentos
Quando: 11.7.2022, 19h (abertura). Até 22.7.2022, seg. a sex., 7h30 às 22h
Onde: Scar, rua Jorge Czerniewicz, 160, bairro Czerniewicz, Jaraguá do Sul (SC), tel.: 47 3275-2477
Quanto: Gratuito
 
REALIZAÇÃO
Galeria 33
 
SAIBA MAIS:
@alenamarmo
 
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