A atenção com a saúde do coração não deve ter idade. Dados divulgados
pelo Ministério da Saúde esta semana comprovam isso: entre 2010 e 2019 o número
de internações de pessoas com menos de 40 anos por infarto cresceram 59% no
Brasil. O volume de mortes na faixa etária aumentou 9%.
O cardiologista Marcelo José Linhares, da Cardioprime, centro especializado em saúde cardiovascular de Blumenau
(SC), comenta que o número de pessoas jovens chegando aos consultórios com fatores
de risco acentuados é crescente e reflete o levantamento. “Diferentemente de
outras doenças onde a hereditariedade é predominante entre os sinais de alerta,
as doenças cardiovasculares têm, além dela, complicadores importantes que estão
relacionados ao estilo de vida das pessoas. O ambiente competitivo e a fase da
vida em que os pacientes estão tornam estresse, má alimentação e sedentarismo
uma combinação especialmente perigosa”, conta.
Outros agravantes, de acordo com Marcelo, são a
ausência de monitoramento e a dependência de sintomas para buscar ajuda. “A
displicência com checkups regulares simples, como medir a pressão ou realizar
exames de colesterol e glicemia, dificulta qualquer ação de contenção. Por
outro lado, os sintomas do infarto são difusos e confundidos com outras
possíveis questões, o que também leva a uma demora em procurar um posto de
atendimento”, comenta.
A dor no peito, que é o mais conhecido sinal de
infarto, é apenas um dos possíveis fatores. Pode estar associada ou não com dores
no abdômen ou pescoço, falta de ar, mal-estar, sudorese, fadiga e náusea. Ao
sentir qualquer um destes sintomas, a indicação é procurar um médico
imediatamente.
Fatores de
risco estão em crescimento (e preocupam)
Se os números do passado trazem preocupações, a
análise do atual contexto para projetar o futuro corroboram com o sinal de
alerta, especialmente no que diz respeito aos fatores de vida conectados aos
hábitos das pessoas.
Temos, por exemplo, o maior índice de obesidade
dos últimos treze anos de acordo com o Ministério da Saúde: 19,8% da população.
No mesmo período de tempo, cresceu em 40% o número de diabéticos. O tabagismo e
o consumo de bebidas alcoólicas também aumentaram especialmente nos meses de
pandemia, assim como o sedentarismo potencializado pelo distanciamento social.
O estresse e a ansiedade também preocupam os especialistas e estão numa
crescente na última década.
Marcelo explica que o grande trabalho que está
sendo realizado pelos profissionais da cardiologia é a conscientização sobre um
olhar global para os hábitos dos pacientes. “As decisões que as pessoas tomam
todos os dias moldam o seu risco de serem acometidas por um infarto. Costumamos
dizer que cuidar das questões cardiovasculares é cuidar da saúde. E isso deve
ser prioridade para que falemos menos em doenças”, finaliza.
Sobre a
Cardioprime
Fundada em 1992, a Cardioprime é um dos centros
mais avançados em atendimento cardiológico do Sul do Brasil. São 18 médicos
especialistas em várias frentes da cardiologista e uma estrutura com
equipamentos de ponta para diagnóstico, tratamento e prevenção.
A clínica é responsável pelo Pronto Atendimento do
Coração do Hospital Santa Catarina, onde também está localizada a clínica e o
Centro de Hemodinâmica. Todas as informações estão disponíveis no site www.cardioprime.med.br.