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Protagonismo do setor farmacêutico atrai empresas e ganha no mix de produtos nas gôndolas

26/10/2021    Gustavo Siqueira

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Localizadas em pontos estratégicos e, muitas vezes, uma próxima da outra, o que dá poder de escolha ao cliente, as farmácias vêm conquistando a primeira posição quando o assunto é a compra de produtos conhecidos como "não-medicamentos". Hidratantes, desodorantes, shampoos, condicionadores, cremes para rejuvenescimento, protetor solar, produtos para acne, cosméticos corporais, cosméticos para limpeza de pele e outros produtos que facilitem o dia a dia do consumidor são cada vez mais procurados nos estabelecimentos farmacêuticos.

Além disso, no período pandêmico as farmácias ganharam ainda mais relevância no papel de orientar o público sobre medicamentos, testes e os cuidados com a automedicação. Segundo Edu Rocha, executivo do setor farmacêutico com mais de 25 anos de experiência de mercado, no pós-pandemia, o varejo farmacêutico estará à frente de um consumidor mais crítico, mais consciente em manter a saúde, o que é muito diferente que tratar sintomas. "É provável que a aderência aos tratamentos aumente no Brasil e os estabelecimentos precisam estar prontos para atender, ajudar e aconselhar esse "novo" paciente. Parece simples, mas requer muito preparo dos agentes dessa cadeia. As lojas que quiserem obter sucesso quando tudo isso acabar, não vão poder somente dispensar medicamentos, terão que auxiliar, orientar e esclarecer o público que, certamente, vai passar a reconhecer as farmácias como primeiro ponto de contato na área da saúde, lembrando que os farmacêuticos são um "ponto" de suporte dos médicos”, explica. 

Esse protagonismo somado a oferta de um mix de produtos variado fez o setor de grande varejo farmacêutico alcançar o faturamento recorde de R$ 58,2 bilhões em 2020, com alta de 8,8% em relação a 2019, apontado pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Segundo a entidade, grande parte do resultado foi impulsionado pela venda de produtos classificados como "não medicamentos". Essas mercadorias movimentaram R$ 18,7 bilhões nas gôndolas e tiveram avanço de 9,16% em relação ao ano anterior. O valor representa 32% da receita total do setor.

Segundo Edu Rocha, as empresas estão atentas a essa movimentação no setor e procurando incluir seus produtos no mix farmacêutico. A empresa Outfog é um belo exemplo. Lançou em meio a pandemia uma flanela antiembaçante que soluciona o problema do embaçamento das lentes, intensificado com o uso das máscaras, mas que também serve para desembaçar viseiras de capacetes, óculos de natação, e tantas outras situações do tipo. Eles ingressaram no segmento farma, e hoje estão disponíveis em 3.800 estabelecimentos, marcando presença em 24 estados brasileiros. Um produto que facilita a vida dos usuários de óculos e com fácil acesso aos consumidores. “O objetivo do setor farmacêutico é facilitar o acesso a produtos que solucionem problemas recorrentes no dia a dia e, de quebra, aumentar o faturamento. Ganha o consumidor, as farmácias e as empresas que a enxergarem como um potencial ponto de venda”, enfatiza Rocha.

Para incluir produtos no segmento farma o processo é criterioso. "Sempre acreditamos que a flanela teria muita aderência ao segmento e já tínhamos passado por um processo de desenvolvimento e aprimoramento no segmento de óticas, estávamos confiantes de que os resultados seriam satisfatórios", lembra o responsável pelo Departamento de Marketing da Outfog, D.J. Castro.

Castro recomenda iniciar o contato com as distribuidoras para acelerar a entrada do produto no mercado, pois elas têm maior penetração e excelentes estruturas de distribuição. "Mas, é importante lembrar que o produto precisa estar em um estágio de maturidade muito bom para poder passar pelos rigorosos processos de seleção e homologação, e é preciso que haja margem para que a remuneração da distribuidora seja incluída na precificação do produto sem prejuízo a outros canais que eventualmente sejam trabalhados", enfatiza.
 
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