O setor de shoppings centers foi um dos mais
penalizados com o fechamento dos estabelecimentos durante a pandemia. Mas, após
sofrerem com as restrições operacionais no último trimestre de 2020, as grandes
redes percebem uma melhora gradual das vendas desde a reabertura, e esperam uma
retomada na economia em 2021.
De acordo com pesquisa divulgada pela Associação
Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), os empreendimentos já estão vendendo
o equivalente a 81% do nível pré-crise do Coronavírus. Para o superintendente
do Shopping Park Europeu, de Blumenau, Santa Catarina, Marcos Freitas, 2021
será um ano de recuperação.
“O setor reagiu muito rápido já no final de 2020.
As vendas de Natal mostraram isso. Nossa expectativa é termos um ano parecido
com as vendas de 2019. Já podemos sentir uma melhora no ânimo dos investidores
com a proximidade da vacina. Cresceu também consideravelmente o número de
lojistas que nos procuram para abrir operações no empreendimento, o que mostra
uma boa retomada para os negócios já neste primeiro mês de 2021”, informa.
Freitas destaca que, embora mais voltado a
compras e menos ao entretenimento, o consumidor já está voltando a frequentar o
shopping. “A queda de fluxo ainda é relevante, mas as vendas de dezembro foram
apenas 2% abaixo de 2019, o que é muito bom e mostra a retomada gradual do
setor”, assinala.
As compras presenciais ainda importam
A pesquisa da Abrasce também aponta o
fortalecimento do comércio eletrônico, que deixou o consumidor ainda mais
dividido entre a conveniência da internet e a experiência de ver o produto em
mãos. “Um dos nossos desafios está em aumentar a proposta de valor e o motivo
pelo qual os consumidores e lojistas deverão estar nos shoppings centers.
Incentivamos e auxiliamos os lojistas a desenvolverem ou aumentarem seus canais
online e principalmente de forma complementar aos canais online do shopping.
Precisamos, cada vez mais, trabalhar de maneira alinhada: shopping, lojista e
cliente. Esse será o trabalho principal para 2021”, destaca o superintendente
do Shopping Park Europeu.
Para Marcos Freitas, fazer compras de forma
presencial torna-se uma experiência “O consumidor acaba não se divertindo na
compra online, afinal, ele só compra. Na experiência de ver os produtos em mãos
e ir até o shopping, ele passeia com a família, os filhos brincam, fazem uma
refeição, entre outras atividades que tornam a ida ao shopping um passeio e não
apenas uma compra. Esse conjunto de experiências nunca será fornecido pelo
online. A interação social está no DNA do ser humano”, observa.