Uma nova entidade acaba de nascer para representar um setor da
economia que cresceu durante a pandemia: o ensino a distância. A Associação
Brasileira de Polos de Ensino a Distância (ABPolos) foi criada para fortalecer
as infraestruturas físicas de apoio ao modelo não presencial de educação. De
saída, representa 151 polos de ensino a distância pelo país, responsáveis pelo
atendimento a 120 mil estudantes de todas as regiões brasileiras. O polo é o
local onde acontecem as etapas presenciais obrigatórias do EAD, como provas,
tutoria dos conteúdos e atividades nos laboratórios.
“A associação surgiu para encarar os desafios do mundo
pós-pandemia de modo estruturado, para que possamos atender de maneira mais
próxima os nossos alunos e também as instituições de ensino, que são nossas
parceiras”, explica o presidente da ABPolos, Bernardo Knabben, que dirige três
polos da Uniasselvi em Florianópolis. Entre os objetivos da entidade está
reforçar a importância dos polos para a formação do estudante no EAD, pois eles
são o local onde se desenvolve a dimensão social. “O polo é o local onde o
aluno é recebido. É imprescindível para a qualidade do ensino e fundamental
para o aprendizado e a integração do estudante ao ensino superior”, destaca o
dirigente.
Uma pesquisa divulgada em abril pelo Google apontou um aumento
de 130% na busca por especialização a distância durante o período de isolamento
social na pandemia de Covid-19. No período de 2009 a 2018, o ensino a distância
cresceu 145% no Brasil, de acordo com o Mapa do Ensino Superior divulgado em
maio deste ano. Entre os cursos oferecidos, os que mais despertam interesse dos
alunos são Pedagogia, Administração e Contabilidade, e a demanda cresce nas
áreas de Saúde e Engenharia. A ABPolos foi fundada para melhorar a eficiência
do setor através de ações como negociação coletiva com fornecedores e
profissionalização da gestão dos polos. Além da promoção de cursos e
seminários, está prevista para o primeiro semestre de 2021 a realização do 1º
Congresso Brasileiro dos Polos de Ensino a Distância.
Regulamentado há 14 anos no Brasil, o EAD no ensino superior já
supera em oferta de vagas o método presencial, impulsionado por mensalidades
com preços atrativos, avanço da tecnologia de conectividade, economia com
transporte, comodidade e flexibilidade de horários. De acordo com o Censo da
Educação Superior realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2018 foram oferecidas 7,1 milhões de vagas
a distância, contra 6,3 milhões de vagas presenciais – 13% a mais. Os números
de 2019 ainda não foram divulgados pelo Inep.
Crédito da imagem: André Maia