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Tire 5 dúvidas sobre as disfunções da tireoide

22/05/2020    Gustavo Siqueira

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Uma glândula em formato de borboleta, localizada na parte da frente do pescoço, logo abaixo do Pomo de Adão, e fundamental para garantir o equilíbrio do corpo. É a tireoide, responsável por regular o metabolismo e por outras funções. De 25 a 29 de maio, a Semana Internacional da Tireoide é dedicada a conscientizar sobre os distúrbios da tireoide e estimular a prevenção.

A tireoide atua no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes. Nos adultos, influencia no peso, memória, regulação dos ciclos menstruaisfertilidade, concentração, humor e até no controle emocional. Disfunções na tireoide podem acontecer em qualquer etapa da vida e são simples de diagnosticar pelo endocrinologista, o médico indicado para o diagnóstico.
A endocrinologista e professora do curso de Medicina da Furb, Sheila Piccoli, responde a seguir cinco dúvidas sobre os distúrbios da tireoide e como eles afetam a saúde:
  • Quais são as disfunções da tireoide?
De modo geral, podemos dividir os distúrbios da tireoide em dois tipos: os que alteram sua função e os que aumentam seu tamanho. Quanto aos distúrbios da função, um indivíduo pode apresentar redução da produção dos hormônios da tireoide, conhecida como hipotireoidismo, ou apresentar aumento da produção dos hormônios, o hipertireoidismo.

Em relação ao tamanho, chamamos de “bócio” o aumento da glândula. Este crescimento pode ser dado de forma difusa, chamado de Doença de Graves (na maioria das vezes associado ao hipertireoidismo), ou através do surgimento de vários ou um único nódulo. Sempre que diagnosticamos um nódulo na tireoide, ele deverá ser avaliado por ultrassonografia. Dependendo do seu tamanho e característica, o endocrinologista indicará ou não sua punção, que é a retirada de um pedaço do nódulo através de uma agulha fina para análise.
  • Quais os principais sintomas de distúrbios da tireoide?
 No hipotireoidismo, há redução do metabolismo do organismo. É como se a “velocidade” do corpo estivesse devagar. Os principais sintomas são sonolência, cansaço, ganho de peso, queda de cabelo, constipação (prisão de ventre), pele seca, intolerância ao frio (sente mais frio, mesmo em temperaturas elevadas) e humor deprimido. Gostaria de esclarecer que o ganho de peso relacionado ao hipotireoidismo é pequeno, de dois a cinco quilos, geralmente devido à retenção de líquidos.

Já no hipertireoidismo, a “velocidade” do corpo está acelerada. O paciente pode apresentar insônia, ansiedade, agitação, batimento cardíaco acelerado, evacuação várias vezes ao dia, palpitação, emagrecimento e intolerância ao calor (sente calor demais, mesmo em temperatura ambiental baixa). Apesar de se sentir com muita energia, sofre de cansaço e fadiga muscular. Pode haver também alterações oculares como irritação e ressecamento, olhar “assustado” (aumento da abertura das pálpebras) ou “olhos saltados” (deslocados para frente da face).

  • Como diagnosticar um distúrbio da tireoide?
Além dos sintomas acima, quando a tireoide está muito aumentada de tamanho pode ocorrer a compressão da traqueia (órgão que leva o ar até os pulmões), esôfago (que leva o alimento até o estômago) e cordas vocais. Por isso, o paciente pode sentir falta de ar (especialmente ao deitar-se), dificuldade para engolir o alimento e rouquidão. 

Muitas vezes, o aumento da tireoide se dá de forma progressiva, sem comprimir nenhuma destas estruturas e o paciente não sente nada. Os sintomas podem ser muito sutis e, às vezes, passam despercebidos. Por isso, é importante que a consulta e a realização da palpação de tireoide sejam feitas por um médico experiente para o adequado diagnóstico e posterior tratamento dos distúrbios de tireoide. 
  • Qual é o tratamento?
Cada distúrbio da tireoide tem um tratamento específico. No hipotireoidismo, é com reposição do hormônio tiroxina (T4), através de comprimidos todos os dias. No hipertireoidismo, será com medicações que impedem a fabricação de hormônios tireoidianos. Quando estes medicamentos não são suficientes para o controle do excesso do hormônio, pode ser necessário utilizar dose de iodo radioativo ou até mesmo cirurgia para a retirada de tireoide (chamada de tireoidectomia). Nódulos diagnosticados como benignos só são removidos quando estiverem causando sintomas como falta de ar ou dificuldade para engolir. Já nos casos de câncer de tireoide, uma parte ou toda a glândula é removida através de cirurgia. Em alguns casos, o tratamento é complementado com dose de iodo radioativo.
  • Como prevenir as disfunções da tireoide?
Os hormônios da tireoide são fabricados a partir da captação de iodo pela glândula. Por isso, este mineral é fundamental. No Brasil, o sal de cozinha já é enriquecido com iodo e não há, na maioria dos casos, necessidade de utilizar suplementos. Recentemente, vimos o crescimento de publicações sugerindo que o uso de altas doses de iodo (como o encontrado na solução de lugol, por exemplo) é necessário à tireoide. Pelo contrário, nossa tireoide tem capacidade de reconhecer o excesso de iodo e busca sempre o equilíbrio dos hormônios. 

Assim, em um contexto de altas doses de iodo, ela é capaz bloquear a fabricação de seus hormônios, a fim de evitar uma superprodução. Na maioria dos indivíduos, não há um fator de risco identificado para o desenvolvimento de nódulo ou de câncer de tireoide. 

Por isso, o diagnóstico precoce através da palpação da tireoide é fundamental para o tratamento ainda em estágios iniciais da doença. Pacientes com história familiar de câncer de tireoide ou que tenham sido expostos à radiação (por exemplo, radioterapia) apresentam maior risco de desenvolver câncer de tireoide e devem fazer acompanhamento com endocrinologista de forma preventiva. 

Crédito da foto: Divulgação
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