O cinema brasileiro alcançou um marco histórico no domingo (2), durante a 97ª edição do Oscar, em Los Angeles. O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres, venceu a categoria de Melhor Filme Internacional, trazendo para o Brasil a tão sonhada estatueta dourada. A vitória não só consagra o longa como um dos mais importantes da cinematografia nacional, mas também coloca o país no seleto grupo de nações reconhecidas pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Uma trajetória de sucesso
Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, “Ainda Estou Aqui” narra a emocionante história de Eunice Paiva, mãe do autor, interpretada por Fernanda Torres. O filme se passa durante os anos 1970, no auge da ditadura militar no Brasil, e acompanha a luta de Eunice após o desaparecimento forçado de seu marido, Rubens Paiva, vivido por Selton Mello. Ex-deputado e engenheiro, Rubens foi uma das vítimas do regime autoritário, e sua ausência transforma Eunice em uma incansável ativista pelos direitos humanos.
A narrativa, que mistura drama político e emocional, conquistou plateias no Brasil e no exterior. Desde seu lançamento, o filme acumula elogios da crítica e do público, além de prêmios em festivais internacionais. Com mais de cinco milhões de espectadores no Brasil, “Ainda Estou Aqui” já figura entre os 20 filmes nacionais mais assistidos da história, consolidando-se como um fenômeno de bilheteria.
O reconhecimento da Academia
A vitória no Oscar 2025 não foi apenas uma conquista para a equipe do filme, mas um momento de celebração para todo o cinema brasileiro. Ao subir ao palco para receber a estatueta, Walter Salles dedicou o prêmio “a todos os cineastas brasileiros que, ao longo dos anos, lutaram para contar histórias que refletem a complexidade e a beleza do nosso país”. Fernanda Torres, emocionada, destacou a importância de levar ao mundo uma história de resistência e resiliência, como a de Eunice Paiva.
A indicação ao Oscar já era, por si só, uma grande conquista. O Brasil havia tentado por décadas emplacar um filme na categoria de Melhor Filme Internacional, mas nunca havia chegado tão longe. A vitória de “Ainda Estou Aqui” não só quebra esse jejum, mas também abre portas para que outras produções brasileiras ganhem visibilidade no cenário global.
Impacto no cinema nacional
A premiação deve impulsionar ainda mais o cinema brasileiro, atraindo investimentos e interesse internacional. Para Walter Salles, o Oscar é um reconhecimento de que o Brasil tem histórias universais a contar. “Este prêmio não é só nosso, é de todos que acreditam no poder do cinema como ferramenta de transformação e diálogo”, afirmou o diretor.
Além disso, a vitória ressalta a importância de se contar histórias que refletem momentos cruciais da história do país. A ditadura militar, tema central do filme, ainda é um capítulo que precisa ser revisitado e debatido, e “Ainda Estou Aqui” faz isso com sensibilidade e profundidade.
Reações e celebrações
A notícia da vitória foi recebida com euforia no Brasil. Artistas, cineastas e personalidades públicas comemoraram nas redes sociais, destacando o feito histórico. O ministro da Cultura, em uma declaração oficial, classificou o prêmio como “um momento de orgulho para todos os brasileiros”.
Enquanto isso, a equipe do filme celebrou a conquista em Los Angeles, em um evento que reuniu nomes importantes do cinema mundial. A festa continuou no Brasil, onde fãs e admiradores se reuniram em frente às telas para acompanhar a cerimônia e vibrar com a vitória.
Um legado para o futuro
“Ainda Estou Aqui” não é apenas um filme premiado; é um marco cultural que reflete a maturidade do cinema brasileiro. A vitória no Oscar consolida o longa como um clássico moderno e inspira uma nova geração de cineastas a continuar contando histórias que emocionam, provocam e transformam.
Com essa conquista, o Brasil finalmente entra para o mapa das grandes produções cinematográficas mundiais, provando que, com talento, dedicação e histórias universais, é possível alcançar os mais altos patamares do cinema internacional. E, como diz o título do filme, o Brasil “ainda está aqui” – e agora, mais do que nunca, no centro das atenções.