Saiba mais sobre a doença crônica que é desafio para a saúde pública global
O calendário anual da saúde registra que 26 de junho é o Dia Nacional da Diabetes.
Com o nome completo de diabetes mellitus, essa é uma doença crônica caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue devido a deficiências na produção ou na ação da insulina.
Um desafio significativo para a saúde pública global, segundo o endocrinologista Diego de Aviz Gonçalves, do corpo clínico do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC).
Os números espelham a seriedade do problema.
A Federação Internacional de Diabetes (IDF) informa que cerca de 537 milhões de adultos (de 20 a 79 anos) viviam com diabetes em 2021, e esse contingente deve aumentar para 783 milhões até 2045.
No Brasil, dados de 2024 indicam que cerca de 10,2% da população adulta (20 milhões de cidadãos) tem diabetes.
Ainda segundo a IDF, o Brasil ocupa o sexto lugar entre os países com mais pessoas com diabetes no geral e o terceiro quando se fala em diabetes tipo 1.
Diego Gonçalves traz algumas orientações sobre a doença. Confira.
Tipos de diabetes
# Diabetes tipo 1 – condição autoimune na qual o sistema imunológico destrói as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Representa cerca de 5% a 10% dos casos de diabetes e geralmente se desenvolve na infância ou adolescência, embora possa ocorrer em qualquer idade.
Os sintomas incluem sede excessiva, fome intensa, perda de peso e micção frequente.
O manejo envolve a administração de insulina exógena, monitoramento contínuo da glicemia e dieta equilibrada.
# Diabetes tipo 2 –a forma mais comum, correspondendo a uma faixa de 90% a 95% dos casos. Caracteriza-se pela resistência à insulina e, eventualmente, pela deficiência de insulina.
Associada ao estilo de vida, incluindo obesidade, sedentarismo e dieta inadequada.
Os sintomas podem ser menos evidentes e incluem fadiga, visão turva e infecções frequentes.
O tratamento exige mudanças no estilo de vida, como uma dieta saudável e exercícios, e medicamentos orais ou injetáveis para controlar a glicemia.
# Diabetes gestacional – ocorre durante a gravidez e pode aumentar os riscos para a mãe e o bebê.
Afeta cerca de 14% das gestações no mundo. Mulheres com diabetes gestacional têm risco maior de desenvolver diabetes tipo 2.
O manejo envolve dieta adequada, atividade física e, em alguns casos, o uso de insulina.
Fisiopatologia do diabetes
A insulina é um hormônio essencial que regula a glicemia, permitindo a entrada da glicose nas células para ser utilizada como energia. No diabetes tipo 1, a falta de insulina resulta em níveis elevados de glicose no sangue.
No diabetes tipo 2, a resistência à insulina impede que a glicose seja eficientemente utilizada pelas células.
Complicações a longo prazo
Se não controlado adequadamente, o diabetes pode levar a complicações graves:
# Microvasculares: retinopatia (danos à retina), nefropatia (danos aos rins) e neuropatia (danos aos nervos).
# Macrovasculares: aumento do risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.
Diagnóstico
O diagnóstico do diabetes é baseado em medições de glicose no sangue. Os principais testes incluem:
# Glicemia de jejum: níveis de glicose iguais ou menores a 126 mg/dL após jejum de 8 horas.
# Teste oral de tolerância à glicose: níveis de glicose iguais ou menores a 200 mg/dL após ingestão de 75g de glicose.
# Hemoglobina glicada (A1C): níveis iguais ou menores a 6,5%, refletindo a média dos níveis de glicose nos últimos 2-3 meses.
O auto-monitoramento da glicemia é crucial para o manejo adequado do diabetes, permitindo ajustes no tratamento e nas atividades diárias.
Tratamento e manejo
# Mudanças no estilo de vida – a base do manejo do diabetes envolve uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos.
A dieta deve ser rica em fibras, com carboidratos de baixo índice glicêmico, e equilibrada em proteínas e gorduras saudáveis.
A atividade física ajuda a melhorar a sensibilidade à insulina e a controlar a glicemia.
# Medicações – para o diabetes tipo 1, a terapia com insulina é essencial. Para o tipo 2, medicamentos orais, como metformina, sulfonilureias, ou inibidores de DPP-4, e injetáveis, como agonistas do GLP-1, são comumente utilizados.
A insulina também pode ser necessária em casos mais avançados.
Tecnologias no tratamento
Avanços tecnológicos têm melhorado o manejo do diabetes.
Bombas de insulina permitem a administração contínua de insulina, e monitores contínuos de glicose (CGMs) fornecem leituras em tempo real, facilitando o controle glicêmico.
Prevenção
A prevenção do diabetes tipo 2 foca na promoção de um estilo de vida saudável.
Estratégias incluem a manutenção de um peso saudável, a prática regular de exercícios e uma dieta balanceada.
A educação e a conscientização sobre os fatores de risco são fundamentais.
Na diabetes gestacional, a triagem precoce e o manejo adequado durante a gestação são essenciais para reduzir riscos. Mulheres com histórico de diabetes gestacional devem ser monitoradas após a gravidez para prevenir o desenvolvimento de diabetes tipo 2.
Assessoria de imprensa Hospital Dona Helena.
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