A proximidade do dia 10 de novembro reforça a
necessidade de maiores cuidados com a saúde auditiva da população brasileira.
Nele, é estabelecido o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez.
Segundo o relatório anual da surdez, publicado pela Organização Mundial de
Saúde, em 2021, 3,2% da população brasileira, cerca de 5,8 milhões de pessoas,
são afetadas pelo problema. O mesmo relatório ainda indica 1,1 milhão de
pessoas com algum tipo de deficiência auditiva leve.
Entre os principais exames utilizados para
identificar um possível caso de deficiência auditiva estão a audiometria tonal
e vocal e a imitanciometria. Neste caso, são emitidos sons em diferentes
frequências e é feita a classificação da perda auditiva. Normalmente, como
explica a médica otorrinolaringologista, Anita Silva Brunel Alves, os casos são
classificados como leve, moderados, severos e profundos. Ainda podem ser
neurossensorial, condutiva ou mista.
De acordo com a médica, membro da Associação Brusquense
de Medicina (ABM), também é importante prestar atenção em hábitos e situações
da rotina pessoal e profissional. “O volume da televisão utilizado é cada vez
mais alto ou, no caso de crianças, uma proximidade maior com o aparelho, assim
como dificuldades de interação em locais com muitas outras pessoas ou barulho
e, em um estágio de vida mais idosa, um isolamento e dificuldades de
comunicação podem ser sinais de alerta”, orienta.
Um senso comum corrigido pela
otorrinolaringologista, é quanto à correlação entre a limitação de audição com
a de fala. Segundo ela, com os avanços da ciência e medicina, procedimentos de
correção de ambos os problemas são possíveis.
Atenção ao longo da vida
A doutora Anita salienta a importância de manter
atenção com a saúde auditiva já desde os primeiros anos de vida. O Teste da
Orelhinha, feito com recém-nascidos, é capaz de detectar problemas de audição.
Além dele, evitar fatores que possam representar risco também é importante.
Durante a vida, a exposição excessiva a ruídos,
fatores genéticos, como a otosclerose ou mesmo altos ruídos súbitos e explosões
são outros fatores que podem levar ao quadro de surdez. No caso de crianças,
ela pode indicar uma insuficiência da tuba auditiva, que gera otite média
serosa e, então, em uma perda temporária da audição. A otite serosa é a causa
mais comum de perda auditiva na infância.
Com o passar dos anos, um fator natural de risco
precisa ser observado na saúde auditiva. A chamada presbiacusia é resultado do
envelhecimento do sistema auditivo e é indicada como um dos fatores que
precisam ser observados na perda da audição.
Formas de prevenção:
– nas gestantes, doenças como sífilis, rubéola e
toxoplasmose podem provocar a surdez nas crianças. Por isso, faz-se necessária
a orientação médica pré-natal. Mulheres devem tomar a vacina contra a rubéola
antes da adolescência, para que durante a gravidez estejam protegidas;
– teste da orelhinha: exame feito nos
recém-nascidos que permite verificar a presença de anormalidades auditivas;
– cuidado com objetos pontiagudos, como canetas e
grampos, pois, se introduzidos nos ouvidos, podem causar sérias lesões;
– atraso no desenvolvimento da fala das crianças
pode indicar problemas auditivos, sendo motivo para uma consulta com um médico
especialista;
– uso de equipamentos de proteção para
trabalhadores expostos aos riscos ocupacionais provocados pelo ruído;
– acompanhamento da saúde auditiva dos
trabalhadores, por parte das empresas, visando eliminar ou reduzir o ruído no
ambiente de trabalho.
*Fonte: Ministério da Saúde