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Combate ao preconceito marca celebrações lésbicas em agosto

18/08/2023    Alex Ferrer

Neste mês são comemoradas duas importantes datas para o movimento
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Agosto é marcado por duas importantes datas para o movimento das mulheres lésbicas. A primeira, no dia 19, comemora o Dia do Orgulho Lésbico e a outra, dia 29 de agosto, lembra o Dia da Visibilidade Lésbica.
O Dia do Orgulho Lésbico é uma data extremamente importante, feita para que haja maior debate sobre a lesbofobia e, principalmente, para exaltar as mulheres que tiveram a coragem de se assumir gays, principalmente no Brasil, um dos mais preconceituosos do mundo.
Para entender a criação da data, precisamos voltar no tempo. Na década de 1980, no final da Ditadura Militar, havia um bar em São Paulo chamado Ferro's BarO ambiente era um ponto de encontro da comunidade LGBTQIAP+, que ainda eram perseguidos pelo governo na época. Mas, mostrando a complexidade do movimento como um todo, as lésbicas que frequentavam o bar foram impedidas de distribuir publicações sobre as suas realidades e muitas foram expulsas do estabelecimento.
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Ou seja, mesmo dentro do próprio cenário que acolhia grupos LGBTQIAP+, mulheres não eram totalmente aceitas. O mesmo se dá com pessoas trans, negras, pobres, gordas, deficientes e idosas que são, por outros motivos, excluídas do movimento. Voltando ao Ferro's Bar, como forma de reivindicar seus direitos, um grupo de ativistas lésbicas, lideradas pela filósofa Rosely Roth, se reuniu para protestar contra a exclusão no bar. A manifestação, ocorrida em 19 de agosto de 1983, foi a primeira grande ação de mulheres lésbicas brasileiras por igualdade, dando assim origem ao dia comemorado hoje. Esse momento também é conhecido como o "Stonewall brasileiro", que faz referência ao 28 de junho de 1969, marcado pela perseguição policial e repressão aos LGBTQIAP+ em Nova York, mais precisamente no bar Stonewall Inn.
Já o Dia da Visibilidade Lésbica, que pode causar confusão entre as duas datas foi escolhido para homenagear o 1º Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), que ocorreu em 29 de agosto de 1996. O grande propósito desta data é refletir sobre a exclusão da invisibilidade lésbica, além de influenciar governantes de vários cargos a pensarem em políticas públicas que auxiliem na inclusão dessas mulheres.
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E quando se trata de Brasil, a luta é diária, diz o médico José Carlos Martins Junior. “No nosso país ainda temos um grande caminho pela frente quando o assunto é representatividade e proteção da comunidade LGBTQIAP+, extremamente perseguida no Brasil”.
Segundo dados do Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil, divulgados pelo site do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, entre 2000 e 2017 o número de assassinatos de mulheres lésbicas aumentou cerca de 96%, passando de "apenas" 2 casos para 54 homicídios anuais. Desses, 83% foram cometidos por homens, que nunca nem as viram na vida, ou mal as conheciam. 
Para José Carlos Martins Junior, as lésbicas, além de enfrentarem o preconceito por sua orientação sexual, ainda carregam uma discriminação histórica por serem mulheres (misoginia). “Lido diariamente com pacientes de diferentes orientações sexuais e as mulheres gays são as mais afetadas. A maioria evita até demonstrações de afeto em público, com medo das reações, e isso precisa acabar”, pontuou.
Dr. Martins é responsável pela maior clinica privada no atendimento a pacientes transgêneros do país, em Blumenau, a Transgender Center Brazil, onde já operou mais de 600 pacientes na cirurgia de redesignação sexual. Também é autor do único livro em língua portuguesa sobre o tema. “Transgêneros: Orientações médicas para uma transição segura” reúne em 180 páginas todo o seu know-how e expertise no assunto, trazendo para a população trans informações seguras acerca do tema. Recentemente a obra foi traduzida em inglês.
 
 Imagens Divulgação
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