Nos últimos dois
anos, principalmente com a pandemia da Covid-19, a busca pelo termo ESG cresceu
1200% de acordo com levantamento do Google Trends. A sigla que coloca em pauta
a preocupação e, principalmente a atuação, das empresas nas áreas ambientais,
sociais e de governança, parece uma novidade, mas para quem vive o cooperativismo, ela
é uma atualização de mercado.
O interesse pela
comunidade e por tudo que envolve o bem-estar do coletivo é um dos sete
princípios que move as organizações cooperativistas.
Prova disso são alguns estudos que apontam um Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) acima da média em localidades com cooperativas fortes
e atuantes.
Em Blumenau, Ibirama,
Indaial, Gaspar, Jaraguá do Sul, Joinville, Rodeio e Timbó, cidades onde
a Rede Cooper está presente, a parceria
com entidades beneficentes e sociedade civil organizada geram um movimento
constante de solidariedade, gentileza e empatia. Até novembro de 2022, foram
três campanhas de arrecadação de alimentos, roupas e/ou brinquedos,
destinadas a famílias em vulnerabilidade social. Elas fazem parte do CooperAção,
um programa que existe há cerca de duas décadas na cooperativa sediada no Vale
do Itajaí catarinense e que tem o objetivo de intermediar essas ações entre
instituições e comunidade.
“Entendemos que nosso
papel enquanto cooperativa é o despertar das pessoas para as causas sociais,
como forma de auxiliar na construção de um mundo mais justo e igualitário”,
explica o presidente do Conselho de Administração da Rede Cooper, Hercílio
Schmitt.
Um dos braços desse
programa, inclusive, acabou de ser homenageado pela Associação dos Amigos do
Hospital Santa Isabel (Amabel). Entre 2020 e 2021, no auge da pandemia, nove
hospitais das cidades atendidas pela Rede Cooper receberam valores do Troco
Solidário. Agora, em 2022, outras 18 entidades estão recebendo as doações que
cooperados e clientes fazem por intermédio da cooperativa. Cada uma delas é
apadrinhada por uma filial de localização próxima e fica por um ano recebendo o
dinheiro arrecadado mensalmente.
“Atendemos, atualmente, 785 pessoas com deficiência intelectual associada
ou não a outras deficiências, com Transtorno do Espectro Autista ou crianças
com atraso global de desenvolvimento. O Troco Solidário contribui para que
possamos continuar com os serviços de assistência social, educação e saúde”,
comenta Sandra Mara Hostins, diretora-geral da Apae de Gaspar, que entrou na lista este ano com a inauguração da Cooper Mini na
cidade.
Produtividade com
sustentabilidade
Além de mostrar há
mais de um século que é possível aliar interesses econômicos e sociais, as
organizações cooperativistas também comprovam a possibilidade de ter
produtividade com sustentabilidade. Uma das ações que mais repercutem na
Rede Cooper é o Dia Sem Sacola, quando cooperados e clientes são convidados a
levar as compras para casa em bolsas retornáveis ou caixas de papelão.
Geralmente, a data é realizada duas vezes ao ano, uma em alusão ao mês do meio
ambiente e outra pelo Dia da Árvore. Neste ano, no Junho Verde, foram deixadas de usar 142 mil sacolas plásticas, se comparado com a
média de sacolas utilizadas nas terças e quartas-feiras anteriores à ação, o
que significou uma redução de 72%.
O engajamento
ambiental e incentivo a adoção de hábitos mais sustentáveis fica ainda mais
evidente com as campanhas permanentes, a exemplo da coleta de óleo de cozinha,
lâmpadas, pilhas e baterias, bem como das Estações de Reciclagem disponíveis em
seis filiais para que a comunidade deposite materiais recicláveis.
“O conceito ESG não é
somente uma tendência de mercado, ele é reflexo de uma nova postura das pessoas,
que tem demonstrado cada vez mais interesse por empresas com esse
posicionamento. Para nós, todo esse trabalho acontece muito naturalmente,
porque está no nosso DNA cooperativo”, afirma Schmitt.