Na volta às aulas, asma infantil é problema que surge de infecções virais
12/02/2020
Gustavo Siqueira
Em tempos de doenças transmissivas pelo ar, as recorrentes costumam ser as que as pessoas prestam menos atenção. Uma delas e com alta incidência é a asma infantil – também conhecida popularmente como bronquite – que não tem cura e cuja frequência pode durar por toda a vida. Ali é o começo de um problema que é caracterizado pelo cansaço, sibilância e tosse dos pequenos. Mas é possível prevenir.
Conforme explica o Dr. Lucciano Massuda, pneumologista pediátrico do Hospital IPO, a doença atinge 15% das crianças. “Ela ocorre por uma inflamação da via respiratória e pela obstrução das mesmas”, explica. “Mas não se nasce com asma: ela se desenvolve durante a vida tendo origem, por exemplo, na genética familiar; contatos com alérgenos; possuir da doença do refluxo gastroesofágico; rinite crônica; obesidade; poluição ambiental; e até mesmo prematuridade”.
A asma não tratada em crianças podem ocasionar perda da função pulmonar quando adulto, com o desenvolvimento de uma DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). E não existe uma cura, o que se pode fazer é controlar as crises.
“A base do tratamento da asma é com corticóide inalatório para o controle e o salbutamol para o tratamento das crises”, detalha ele, que reforça o período de volta às aulas como um momento importante para o agravamento das crises. “Um dos principais causadores de crises de asma são as infecções virais. Vemos muito isso em crianças assim que elas retornam das férias, iniciam os resfriados, as gripes e até algumas gastroenterites podem desencadear uma exacerbação da doença”.
Além do tratamento, as crianças devem evitar o contato com alérgenos conhecidos (pó, mofo, pólen, animais). Uma sugestão para os pais é limpar a casa com pano úmido e evitar utilizar produtos com cheiro muito forte. Estar em dia com a vacinação, é claro, também é fundamental.
“Já foi comprovado por estudos que as crises de asma infantil costumam ter, sim, fundo alérgico”, avalia. “Portanto, neste período é preciso redobrar os cuidados e ficar atento, no caso dos pequenos que ainda não foram diagnosticados, a possíveis sinais de sintomas”.