Mais de 100 pessoas
participaram da estreia do Tech Talks Floripa Square, em Florianópolis. A
primeira edição Cidades Inteligentes: Unity + Autodesk para Gestão de Cidades
ampliou a discussão entre o poder público, entidades, iniciativa privada e a
população sobre formas e possibilidades de utilizar as tecnologias para
desenvolver cada vez mais o município, e quais os benefícios da digitalização
em 3D. O evento fez parte da programação do Floripa Conecta.
Durante quase duas
horas, Daniel Cavaretti, Arthur Colombini e Maria Augusta Zanella, da Pars,
distribuidora exclusiva Unity e Autodesk no Brasil, apresentaram exemplos de
como as tecnologias se tornaram excelentes
ferramentas na gestão eficiente, integrada e sustentável de cidades. “A ideia é aproveitar toda essa vontade para desenvolver cada vez
mais Florianópolis e levar isso a um passo adiante. É trazer essas informações
para a realidade da cidade e levar para o ambiente digital, estudando as
melhores propostas de projetos e como isso pode fomentar novos negócios e
desenvolver mais a cidade”, explica Maria Augusta Zanella, especialista técnica
em design e engenharia.
Arthur Colmbini,
head de operações da Pars, ressalta a importância da parceria público-privada e
ainda o apoio da população para ter esse ecossistema trabalhando junto por uma
cidade inteligente eficaz. Foi o que aconteceu em Orlando, nos Estados Unidos
que está ganhando uma versão totalmente digital e inédita, utilizando
plataformas da Unity.
“Eu acho que
Florianópolis tem um governo com mentalidade diferente, inovadora,
empreendedora, e como é um dos polos tecnológicos, com milhares de startups, a
cidade tem potencial de fazer isso dar certo no Brasil, e ser pioneira nesse
assunto. A gente sabe, que pioneirismo não é qualquer um que assume esse
anseio, essa vontade de fazer primeiro. Então a gente precisa de cidades
diferentes e mais direcionadas de uma maneira inovadora para fazer dar certo, e
Florianópolis é o caminho”, relata Arthur.
Outro exemplo
apresentado no Tech Talks Floripa Square, de cidade que tem se tornado cada vez mais tecnológica, e vem
contribuindo para mudar a realidade da população, é Medelín, na Colômbia, que adotou as plataformas Autodesk e conseguiu
elaborar modelos tridimensionais representando toda a cidade, economizando 45%
de tempo no processo de planejamento, e moradias 28% mais eficientes em termos
de consumo energético.
“Medelín vive uma
forma muito parecida da gente, é América Latina, com os problemas, dificuldades
e obstáculos que a gente tem e encontra. Então no Tech Talks, conseguimos
entender o que que está por trás desse case de Medelín, e deixar a cidade mais
perto do que de fato podemos fazer e que resultados a alcançar de médio para
longo prazo”, avalia Thaynan Mariano, diretor executivo do Floripa Conecta.
Segundo Maria
Augusta, especialista da Pars, a ideia é usar exemplos que deram certo e a
partir daí desenvolver novas tecnologias, que fazem sentido à realidade de
Florianópolis para resolver as ‘dores’ da cidade. Daniel Cavaretti, que
gerencia a unidade de negócios da Pars no Brasil, diz que eventos como o Tech
Talks vem para mostrar que a cidade é um ambiente comum de todos. “Mostra o
quanto a gente pode começar se integrar para que tudo isso fique criado com a
mesma linguagem, na mesma narrativa que é o 3D. Então o maior desafio é eventos
como esse mostrarem que está muito mais próximo do que parece, com
investimentos muito menores do que parece, porque por exemplo, já têm
construtoras e governos fazendo. Uma obra já vem modelada e estruturada em 3D,
porque tem legislações que exigem. Nós precisamos integrar para tornar tudo
isso cada vez maior”.
OS DESAFIOS DE
FLORIANÓPOLIS
Apesar de
Florianópolis ser polo de tecnologia e inovação, ainda há um grande desafio
pela frente como conta o Superintendente da área, na prefeitura municipal,
Marcos Lichtblau. “Nós até já estamos embarcados nesse mundo, temos escolas do
município projetadas em 3D, mas precisamos conectar isso com o todo da gestão
pública, e também com a própria modelação digital da cidade, com o metaverso,
gêmeo digital. O diferencial é que temos um setor empresarial pujante, forte,
dinâmico que está à altura para desenvolver as aplicações, conectar isso com os
negócios, produzir desenvolvimento econômico, gerar emprego e renda. Então a
prefeitura é parceira e vai apoiar o desenvolvimento das empresas nessa
direção.”
O secretário
municipal de Turismo, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Juliano Richter
Pires, complementa. “Esse movimento vem crescendo a cada dia de forma muito
sustentável em Florianópolis. Enquanto outros destinos estão começando agora,
nós já temos uma base de tecnologia e inovação muito consolidada. Então todos
esses temas que vem agora, como metaverso, metodologia BIM (Modelagem de Informação da Construção) para uma cidade que já está muito acostumada a lidar com a
inovação, é mais fácil de absorver e tocar adiante. Eu vejo Floripa numa
posição de vanguarda no cenário nacional e Internacional”.
O Tech Talks foi
realizado no Complexo Floripa Square, junto à beira-mar continental, no bairro
Estreito, que tem a maior tela de LED em rooftop da América Latina, com 350m2.
Ainda este ano, terá a segunda edição do evento, com um outro tema atual e
relevante para o mundo do empreendedorismo. “Florianópolis como berço de
inovação de startups precisa agora começar a trazer esse tipo de inovação para
o poder público, para a cidade, para a vida das pessoas. E esse foi o primeiro
passo. Espero que outros eventos aconteçam, e eu tenho certeza de que será
sucesso também, como o Tech Talks que trouxe esse assunto superimportante”,
finaliza Marcus da Rocha, consultor em inovação.