Dois
meses depois de receber credenciamento para a realização do chamado transplante
musculoesquelético, serviço de alta complexidade para pacientes ortopédicos, o
Hospital Dona Helena, de Joinville (SC), concluiu com êxito o primeiro
procedimento. A paciente é uma mulher de 44 anos. A cirurgia teve por objetivo
restaurar a rerruptura das lesões ligamentares do joelho da paciente, que
haviam passado por cirurgia prévia. O enxerto utilizado, preparado pela equipe
do Setor de Ortopedia, veio de avião do Rio de Janeiro no dia do procedimento.
Vitor
Corotti, chefe da Ortopedia do Dona Helena, afirma que esse tipo de cirurgia é
menos agressivo e garante reabilitação precoce. Segundo ele, a paciente vem
tendo boa resposta, com tratamento pós-operatório, fisioterapia e reabilitação.
Em três semanas, retomou a mobilidade completa e evolui positivamente. “A
expectativa é de que a estabilidade articular se restabeleça, as dores
crônicas, devido aos falseios frequentes melhorem, e que o prognóstico seja o
mais favorável possível, com a diminuição do risco de lesões meniscais e
degenerativas”, aponta o especialista.
“Fui
muito bem recebida e acolhida pela equipe do hospital, recebendo todas as
informações sobre o procedimento, e tive total segurança de que era a opção
mais adequada para o meu caso”, diz a paciente. “Até então, nem sabia que seria
possível este tipo de transplante.”
A
enfermeira Suelen Serpa ressalta a importância da logística no êxito de um
procedimento como esse. “A forma como o tecido chega ao hospital é peça
fundamental, como também a seleção do paciente, o transporte, e o armazenamento
do tecido, entre outros aspectos”, detalha Suelen. “Todas as etapas precisam
estar em sintonia para que o procedimento seja um sucesso.”
Processo
rigoroso
O
credenciamento para transplante musculoesquelético é um processo rigoroso,
que decorre de várias etapas de certificação por órgãos municipais, estaduais e
Ministério da Saúde. De acordo com Vitor Corotti, as principais aplicações
desse tipo de cirurgia são lesões de alta gravidade com múltiplas lesões
ligamentares, transplante condral grave, transplantes meniscais, cirurgias de
tumor ósseo, enxerto para artrodeses grandes e revisões de próteses. “São
poucos os hospitais catarinenses registrados, e, a partir de agora, poderemos
ajudar muitos pacientes, ampliando as opções disponíveis para a comunidade”,
frisa o ortopedista.