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Economia colaborativa: cresce multipropriedade imobiliária no Brasil

14/12/2021    Gustavo Siqueira

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Do uso de aplicativos para caronas e transportes até trabalhos com o compartilhamento de espaços. A economia colaborativa está cada vez mais presente no mundo e desafia noções de posse dos consumidores. Porém, traz vantagens de custos e redução de impactos ambientais. O público adepto aos serviços de compartilhamento também destaca as oportunidades de evitar desperdícios (44%) e diminuição do consumo excessivo (43%).  
 
O levantamento é da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) que também aponta para o crescimento de 68% para 81% no número de pessoas dispostas a adotar mais práticas de consumo colaborativo cotidianamente nos próximos dois anos.   
 
Para o canadesense Alvise Migotto, que reside no Brasil desde 1994 e tem mais de 20 anos de experiência com a gestão de projetos relacionados à sustentabilidade em países como Suíça, Alemanha, Paris, Nova Iorque, Tóquio, Cingapura, Coreia, México, entre outros, essa é uma tendência que deve continuar crescendo e alcançar outros setores.  
 
“Os hábitos de consumo da população, em especial das gerações Z (aqueles nascidos desde 1997) e Millennials (aqueles nascidos entre 1981 e 1996), estão cada vez mais conectados com a consciência ambiental. Prova disso são as pesquisas internacionais como da ONG americana DoSomething que apontam como tendência a compra de produtos de marcas ambientalmente atuantes, ainda que sejam mais caros. É algo que deve impactar diversos setores, inclusive o imobiliário”, avalia Migotto, que também é diretor de governança ambiental, social e corporativa (ESG) do Amazon Fun Parks, parque temático com multipropriedade sustentável com projeto avançado para a implementação no Brasil em 2022 e outro em estudo na região de Coney Island, Nova Iorque, nos Estados Unidos.
 
Multipropriedade em crescimento 
Dentro do mercado imobiliário, o serviço de compartilhamento mais utilizado é o de moradias por meio de aplicativos. E, embora seja recente no Brasil, o regime de multipropriedade, ou venda de uma fração do imóvel, também tem crescido de forma considerável no país. É um modelo de negócios vinculado ao título do imóvel e dá ao dono o direito de fazer uso deste imóvel pelo tempo proporcional à fração que comprou.   
 
Mesmo com a regulamentação recente no Brasil, em 2018, por meio da lei nº 13.777, o incremento em número de empreendimentos com conceito de multipropriedade foi de cerca de 17% em 2021, relação ao ano anterior, e o VGV (Valor Geral Vendido) de R$28 bilhões, de acordo com relatório publicado em setembro deste ano pela Caio Calfat Real State Consulting.  
 
“O direto de usufruir do imóvel próprio como hotel ou resort por algumas semanas e dividir custos com outros donos, tem crescido de forma considerável no mundo e deve promover novos hábitos de consumo. A internet possibilitou o crescimento de profissões viajantes ou daqueles considerados ‘nômades digitais’ e do movimento ‘work in nature’, de trabalho home office ou na natureza. A multipropriedade está conectada com essas tendências já que também permite o intercâmbio de residências com outros proprietários de frações de imóveis ao redor do mundo”, explica Migotto.
 
Multipropriedade sustentável em Santa Catarina  
Para atender a demanda crescente de pessoas com perfil de consumo consciente, já está previsto o lançamento de um empreendimento com conceito de multipropriedade que unirá sustentabilidade, arte e turismo no Brasil. Chamado de Amazon Fun Parks irá oferecer a possibilidade de compra de uma parte da escritura ou uma cota do imóvel que poderá ser usado como residência ou ainda disponibilizado à rede hoteleira. Os estudos englobam o padrão 4 estrelas, conceito internacional e arquitetura sustentável e de baixo impacto. O proprietário ainda poderá usufruir de serviços como: faxina, motorista, entre outras facilidades durante duas semanas. Além disso, se o proprietário não quiser usar o período que comprou poderá viajar para outros destinos pelo mundo, ceder a um familiar ou alugar.  
 
O lançamento do Amazon Fun Parks está previsto para o início de 2022 no estado de Santa Catarina e será um ícone da multipropriedade ecológica no país. Terá arquitetura com conceito ligado à sustentabilidade como é o caso do teto verde que contribui na absorção de poluentes, redução do consumo de energia, além da diminuição de ruídos e a temperatura do telhado. Também terá moderno sistema de coleta de água da chuva e design de paredes que formam um labirinto térmico para a contenção de temperatura. Outra novidade, aliada ao design das paredes e da tecnologia empregada, é o uso de água subterrânea para resfriamento em dias de calor intenso com capacidade de diminuir a temperatura em até 10°C. O projeto é da empresa NotToScale, com sede em Lugano, no Sul da Suíça, em colaboração com arquitetos brasileiros.
 
Turismo e conscientização ambiental 
Aliado ao conceito de sustentabilidade, o objetivo do Amazon Fun Parks também é de desenvolver ações de conscientização ambiental alinhadas aos 11 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU por meio do Instituto Amazonizar. Espaço público para difusão de pesquisas científicas, exposições de arte permanente e itinerantes, além do apoio a organizações comprometidas com a educação ambiental e conservação ambiental em Santa Catarina e na Amazônia são algumas das ações previstas.    
 
“Partindo da Amazônia, cuja conservação impacta em diversos setores da sociedade e da economia global, o instituto pretende contribuir para o desenvolvimento da uma consciência ambiental e de consumo que atende a urgência que o planeta tem em rever seus modelos econômicos e de desenvolvimento. Conhecer e sentir essa experiência é uma forma de sensibilizar para a conservação”, explica Anna Claudia Agazzi Migotto, professora universitária convidada para a criação do instituto e curadoria das exposições sobre a Amazônia, com 20 anos de experiência relacionada à arte e cultura.
 
“Além disso, o conceito de multipropriedade é, em sua origem, sustentável e conectado ao despertar da consciência coletiva. “Amazonizar o mundo” é um lema conhecido de movimentos ambientalistas como do RIO-92, do qual o instituto pretende se apoiar e, claro, a Amazônia por si só, patrimônio nacional, também é o tema do empreendimento”, conclui Anna Claudia Agazzi Migotto. 
 
Sobre a Amazon Fun Parks
Fundada em 2020, a Amazon Fun Parks tem como meta a implementação de empreendimentos imobiliários desenhados para o entretenimento, bem-estar e hotelaria alinhados às novas práticas do mundo contemporâneo consciente. Atua com a comercialização imobiliária e de multipropriedade com conceito de parque temático e arquitetura sustentável, além da criação de conteúdos culturais e articulação com instituições na Amazônia.

 

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