Do uso de aplicativos para caronas e
transportes até trabalhos com o compartilhamento de espaços. A economia
colaborativa está cada vez mais presente no mundo e desafia noções de posse dos
consumidores. Porém, traz vantagens de custos e redução de impactos ambientais.
O público adepto aos serviços de compartilhamento também destaca as
oportunidades de evitar desperdícios (44%) e diminuição do consumo excessivo
(43%).
O levantamento é da Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC
Brasil) que também aponta para o crescimento de 68% para 81% no número de
pessoas dispostas a adotar mais práticas de consumo colaborativo cotidianamente
nos próximos dois anos.
Para o canadesense Alvise Migotto, que
reside no Brasil desde 1994 e tem mais de 20 anos de experiência com a gestão
de projetos relacionados à sustentabilidade em países como Suíça, Alemanha,
Paris, Nova Iorque, Tóquio, Cingapura, Coreia, México, entre outros, essa é uma
tendência que deve continuar crescendo e alcançar outros setores.
“Os hábitos de consumo da população, em
especial das gerações Z (aqueles nascidos desde 1997) e Millennials (aqueles
nascidos entre 1981 e 1996), estão cada vez mais conectados com a consciência
ambiental. Prova disso são as pesquisas internacionais como da ONG americana
DoSomething que apontam como tendência a compra de produtos de marcas
ambientalmente atuantes, ainda que sejam mais caros. É algo que deve impactar
diversos setores, inclusive o imobiliário”, avalia Migotto, que também é
diretor de governança ambiental, social e corporativa (ESG) do Amazon Fun
Parks, parque temático com multipropriedade sustentável com projeto avançado
para a implementação no Brasil em 2022 e outro em estudo na região de Coney
Island, Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Multipropriedade em crescimento
Dentro do mercado imobiliário, o
serviço de compartilhamento mais utilizado é o de moradias por meio de
aplicativos. E, embora seja recente no Brasil, o regime de multipropriedade, ou
venda de uma fração do imóvel, também tem crescido de forma considerável no
país. É um modelo de negócios vinculado ao título do imóvel e dá ao dono o
direito de fazer uso deste imóvel pelo tempo proporcional à fração que comprou.
Mesmo com a regulamentação recente no
Brasil, em 2018, por meio da lei nº 13.777, o incremento em número de
empreendimentos com conceito de multipropriedade foi de cerca de 17% em 2021,
relação ao ano anterior, e o VGV (Valor Geral Vendido) de R$28 bilhões, de
acordo com relatório publicado em setembro deste ano pela Caio Calfat Real
State Consulting.
“O direto de usufruir do imóvel próprio
como hotel ou resort por algumas semanas e dividir custos com outros donos, tem
crescido de forma considerável no mundo e deve promover novos hábitos de
consumo. A internet possibilitou o crescimento de profissões viajantes ou
daqueles considerados ‘nômades digitais’ e do movimento ‘work in
nature’, de trabalho home office ou na natureza. A multipropriedade está
conectada com essas tendências já que também permite o intercâmbio de
residências com outros proprietários de frações de imóveis ao redor do mundo”,
explica Migotto.
Multipropriedade sustentável em Santa
Catarina
Para atender a demanda crescente de
pessoas com perfil de consumo consciente, já está previsto o lançamento de um
empreendimento com conceito de multipropriedade que unirá sustentabilidade,
arte e turismo no Brasil. Chamado de Amazon Fun Parks irá oferecer a
possibilidade de compra de uma parte da escritura ou uma cota do imóvel que
poderá ser usado como residência ou ainda disponibilizado à rede hoteleira. Os
estudos englobam o padrão 4 estrelas, conceito internacional e arquitetura
sustentável e de baixo impacto. O proprietário ainda poderá usufruir de
serviços como: faxina, motorista, entre outras facilidades durante duas
semanas. Além disso, se o proprietário não quiser usar o período que comprou
poderá viajar para outros destinos pelo mundo, ceder a um familiar ou
alugar.
O lançamento do Amazon Fun Parks está
previsto para o início de 2022 no estado de Santa Catarina e será um ícone da
multipropriedade ecológica no país. Terá arquitetura com conceito ligado à
sustentabilidade como é o caso do teto verde que contribui na absorção de
poluentes, redução do consumo de energia, além da diminuição de ruídos e a
temperatura do telhado. Também terá moderno sistema de coleta de água da chuva
e design de paredes que formam um labirinto térmico para a contenção de
temperatura. Outra novidade, aliada ao design das paredes e da tecnologia
empregada, é o uso de água subterrânea para resfriamento em dias de calor
intenso com capacidade de diminuir a temperatura em até 10°C. O projeto é da
empresa NotToScale, com sede em Lugano, no Sul da Suíça, em colaboração com
arquitetos brasileiros.
Turismo e conscientização
ambiental
Aliado ao conceito de sustentabilidade,
o objetivo do Amazon Fun Parks também é de desenvolver ações de conscientização
ambiental alinhadas aos 11 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU por
meio do Instituto Amazonizar. Espaço público para difusão de pesquisas
científicas, exposições de arte permanente e itinerantes, além do apoio a
organizações comprometidas com a educação ambiental e conservação ambiental em Santa
Catarina e na Amazônia são algumas das ações previstas.
“Partindo da Amazônia, cuja conservação
impacta em diversos setores da sociedade e da economia global, o instituto
pretende contribuir para o desenvolvimento da uma consciência ambiental e de
consumo que atende a urgência que o planeta tem em rever seus modelos
econômicos e de desenvolvimento. Conhecer e sentir essa experiência é uma forma
de sensibilizar para a conservação”, explica Anna Claudia Agazzi Migotto,
professora universitária convidada para a criação do instituto e curadoria das
exposições sobre a Amazônia, com 20 anos de experiência relacionada à arte e
cultura.
“Além disso, o conceito de
multipropriedade é, em sua origem, sustentável e conectado ao despertar da
consciência coletiva. “Amazonizar o mundo” é um lema conhecido de movimentos
ambientalistas como do RIO-92, do qual o instituto pretende se apoiar e, claro,
a Amazônia por si só, patrimônio nacional, também é o tema do empreendimento”,
conclui Anna Claudia Agazzi Migotto.
Sobre a Amazon Fun Parks
Fundada em 2020, a Amazon Fun Parks tem
como meta a implementação de empreendimentos imobiliários desenhados para o
entretenimento, bem-estar e hotelaria alinhados às novas práticas do mundo
contemporâneo consciente. Atua com a comercialização imobiliária e de
multipropriedade com conceito de parque temático e arquitetura sustentável,
além da criação de conteúdos culturais e articulação com instituições na
Amazônia.