Entre quinta (8) e sexta-feira (9), os 190
metros de tapumes que cercam as obras do Novo Museu do Ipiranga, em São Paulo,
vão ganhar nova cara. Norteados pelo tema Água, sua importância para a vida e
história na cidade, e o privilégio que representa o acesso à água de qualidade,
32 grafiteiros irão renovar as pinturas realizadas no ano passado, para esta
segunda edição do Tapume! Festival de Graffiti. Este ano, o Museu estabeleceu
uma parceria com o Instituto Cidades Invisíveis, que promove ações de impacto e
transformação social na Grande Florianópolis, Rio de Janeiro, São Paulo e
Bahia.
A seleção dos artistas foi feita a quatro mãos,
de um lado Gustavo Verde, grafiteiro que coordenou o evento na edição do ano
passado, do outro a equipe do Cidades Invisíveis. Para a escolha dos 32 nomes,
levou-se em conta a representatividade no meio da arte urbana, com a presença
de mulheres, negros e negras, LGBTQIA+, indígenas, além da diversidade de
estilos e técnicas. Três nomes de Florianópolis participarão do evento: Tuane
Ferreira, Gugie Cavalcanti e Rizo, além de artistas de São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Manaus.
Em respeito às normas de isolamento social
vigentes, o evento acontecerá sem público, com 16 artistas em espaços
intercalados em cada dia. Nas redes sociais do Museu do Ipiranga (Facebook e Instagram) e do
Projeto Cidades Invisíveis (Instagram), será
possível acompanhar o festival por meio de vídeos, fotos, entrevistas e
timelapses.
O tema Água, escolhido pela Comissão de Cultura
e Extensão do Museu do Ipiranga, traz uma reflexão sobre como esse elemento
está presente em nossa cidade, e como pode ser representado em diversos meios
artísticos. “No acervo do Museu temos imagens que nos permitem pensar nas
funções dos rios e no papel da água na vida urbana”, comenta a professora
Solange Ferraz de Lima, presidente da Comissão. “Assim, na segunda edição do
festival, convidamos estes artistas urbanos a pensar em como podemos
representar as águas e os rios nas nossas vidas urbanas hoje, e que mensagens
as águas nos trazem sobre sobreviver, viver, fluir por caminhos”, conclui.
O evento também prestará homenagem ao artista
César de Mello Ferreira, conhecido na cena paulistana como Vermelho Steam, que
faleceu em decorrência da Covid-19 em abril deste ano, aos 46 anos. Conhecido
por seu estilo inconfundível, influenciado pelo teatro de bonecos europeu e
pelo surrealismo, e pela presença em diversos muros e galerias na capital,
Vermelho deixou sua marca nos tapumes do Museu do Ipiranga em janeiro do ano
passado, na primeira edição do festival. Sua arte será preservada, juntamente
com sua memória.
Após o evento, a cessão dos direitos autorais
das obras, por parte dos artistas, será revertida em recursos para ações
sociais nas comunidades do entorno, e com a força da parceria entre artistas,
Museu do Ipiranga, patrocinadores e o Instituto Cidades Invisíveis, o Festival
Tapume trará um impacto social para além da melhoria da paisagem urbana e o
incentivo ao graffiti.
As ações visam o impulsionamento da
transformação social positiva através da arte, cultura, esporte e educação nas
regiões de Vila Prudente, Heliópolis e Jardim Sinhá, além de ações de combate à
pandemia, com distribuição de itens de necessidade básica às comunidades
vizinhas ao museu.
Tapume! Festival de Graffiti para o Novo Museu
do Ipiranga
8 e 9 de julho, quinta e sexta-feira, das 9h às
18h
Instituto Cidades Invisíveis
Criado em 2012, o Instituto Cidades Invisíveis
atua como uma organização que desenvolve ações de impacto e transformação
social em três pilares fundamentais: capacitação profissional e atividades
esportivas; revitalização de espaços públicos por meio da arte; e ações
diversas que visam atender demandas sociais mais pontuais. Com objetivo de
reduzir a pobreza e desigualdade nas suas diversas dimensões, o instituto vêm
crescendo e ganhando reconhecimento como uma instituição que busca resolver
problemas sociais de forma inclusiva e criativa, utilizando estratégias de
inovação social alinhadas às oportunidades criadas por novas profissões nos
últimos anos. A missão do Cidades Invisíveis é promover a inclusão social,
redução das desigualdades e empoderamento de indivíduos e comunidades em
situação de vulnerabilidade.
Museu do Ipiranga - USP
Fechado desde 2013, o Museu do Ipiranga
é sede do Museu Paulista da Universidade de São Paulo, e seguiu em atividade
com eventos, cursos, palestras e oficinas em diversos espaços da cidade. As
obras de restauro, ampliação e modernização do Museu são financiadas via Lei de
Incentivo à Cultura. A gestão do Projeto Novo Museu do Ipiranga é feita de
forma compartilhada pelo Comitê Gestor Museu do Ipiranga 2022, pela direção do
Museu Paulista e pela Fundação de Apoio à USP (FUSP). As obras se iniciaram em
outubro de 2019 e a expectativa é que o museu seja reaberto em setembro de 2022,
para a celebração do bicentenário da Independência do Brasil. Para mais
informações sobre o restauro, acesse o site museudoipiranga2022.org.br.
O edifício, tombado pelo patrimônio histórico
municipal, estadual e federal, foi construído entre 1885 e 1890 e está situado
dentro do complexo do Parque Independência. Concebido originalmente como um
monumento à Independência, tornou-se em 1895 a sede do Museu do Estado, criado
dois anos antes, sendo o museu público mais antigo de São Paulo e um dos mais
antigos do país. Está, desde 1963, sob a administração da USP, atendendo às
funções de ensino, pesquisa e extensão, pilares de atuação da Universidade.
As obras do Novo Museu do Ipiranga são
financiadas via Lei de Incentivo à Cultura.
Patrocinadores e parceiros: BNDES, Fundação Banco do Brasil, Vale, Bradesco, Caterpillar, Comgás,
CSN – Companhia Siderúrgica Nacional, EDP, EMS, Itaú, Sabesp, Santander, Banco
Safra, Honda, Raízen, Postos Ipiranga, Pinheiro Neto Advogados, Atlas Schindler
e Novalis.