Criado
pela Organização das Nações Unidas (ONU), o dia 02 de abril é o Dia Mundial da
Conscientização do Autismo. Apesar de não ter cura, é possível conviver com o
transtorno e superar os desafios do Autismo durante a vida. Para isso, é
fundamental discutir sobre o tema e mostrar para as famílias a importância do
diagnóstico precoce e do tratamento correto.
Afinal,
o que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)? O autismo é uma condição
entendida como uma síndrome comportamental que leva a inabilidade, incapacidade
ou desinteresse de interação social, problemas para comunicar-se com os outros
e comportamentos repetitivos e interesses fora de contexto, todos resultantes
de fatores genéticos e ambientais. Ele acontece em diferentes graus: leve,
moderado e severo.
Trata-se
de um transtorno do neurodesenvolvimento com características que podem ser
observadas nos primeiros meses de vida até os dois anos pelos pais ou
cuidadores e confirmada por meio de uma consulta a um especialista a fim de
permitir um diagnóstico precoce.
A
intensidade é definida a partir do grau de autonomia, dos atrasos de problemas
de linguagem e da incapacidade de se integrar e conduzir atividades sociais no
dia a dia. Geralmente, apresentam problemas na interação, na comunicação e no
comportamento em todos os ambientes que frequentam. Entretanto, mesmo diante de
todas as dificuldades, é possível ajudar o filho a superar os desafios do TEA e
conviver com o transtorno em família, com amigos e na escola.
Para
isso, é essencial descobrir o autismo o mais cedo possível! Isso permite que intervenções sistematizadas
e intensas sejam realizadas logo nos primeiros meses ou anos. Nesse período, o
cérebro está mais permeável e aberto para ser modificado. Dessa forma, é
possível reduzir os sintomas, diminuir os atrasos de desenvolvimento e corrigir
os desvios de linguagem e de comportamento.
Um dos
indícios do autismo em bebês são ausência ou pequeno contato visual, pouca
resposta ao chamado da mãe, preferência por querer permanecer no berço com
pouco ou nenhum interesse social, ausência de balbucia até os seis meses de
vida, hiperfoco nas mãos das pessoas ou em objetos, irritabilidade e choro
frequentes.
Na
infância ou na juventude, o autista tem uma dificuldade de percepção das formas
regulares e naturais do rosto, gerando um incômodo muito grande, uma
dificuldade de compreensão e percepção a partir de gestos faciais e corporais.
Ocorre que as áreas do cérebro responsáveis pela empatia voltada para o contato
visual também são deficitárias. Muitas vezes, esse paciente não sente
necessidade de olhar nos olhos.
Na
vida adulta mais de 85% dos autistas tem algum problema psiquiátrico associado
e/ou outras comorbidades. Tanto a genética quanto a biologia feminina são
fatores de proteção para o desenvolvimento do autismo e, muitas vezes, é mais
fácil de ser mascarado, pois se misturam ao perfil mais afetuoso das meninas.
O
tratamento é multidisciplinar. Muitas vezes, é necessário o acompanhamento pelo
neurologista infantil, psicólogo, fonoaudiólogo, entre outros profissionais. As
terapias são muito importantes para que, ao longo dos anos, a sociabilização e
a comunicação aconteçam da melhor forma possível.
É
essencial que profissionais das áreas da saúde e da educação busquem mais
conhecimento e compreendam melhor todo o transtorno para tentar amenizar as
dificuldades provocadas pelo TEA. Assim, conseguiremos tratar essa condição de
maneira mais adequada e responsável. Quanto mais informações sobre a condição
as pessoas tiverem, menor será o preconceito e mais fácil sua identificação.