O Dia das Mães é considerado a
segunda data mais importante do ano para o comércio, perdendo apenas para o
Natal. Mas, pelo segundo ano consecutivo, as vendas serão afetadas pela
pandemia do Coronavírus. O Sintex - Sindicato das
Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau
e região informa que já se tem notícia da suspensão do recebimento de produtos
nos centros de distribuição de varejistas do Brasil, além de pedidos de
prorrogação de pagamentos.
Devido às novas restrições impostas
para conter o avanço da Covid-19 e evitar o colapso do sistema de saúde,
o varejo deve registrar queda no volume de vendas em março e já prevê redução
da atividade também nos meses de abril, maio e junho.
Apesar destas suspensões não terem
afetado contratos comerciais e significarem - até o momento - apenas uma
readequação nos cronogramas de entrega, as decisões são vistas com preocupação
e as perspectivas são ruins para a indústria, pois impactam diretamente nas
vendas das coleções de inverno. “A indústria acompanha os
movimentos do varejo e se um setor não vai bem, temos uma reação em cadeia”,
explica o presidente do Sintex, José Altino Comper.
Bola de neve
Comper destaca, ainda, que grande parte
das indústrias têxteis que trabalham para redes de varejo,
tomaram dinheiro emprestado de programas do Governo Federal para vencer
os desafios dos últimos 12 meses. “Diante do cenário atual, não há condições de
obter novos valores. Ao contrário disso, é preciso pagar os valores
emprestados. É uma situação muito difícil para todos, especialmente para as
indústrias têxteis”, avalia o presidente do Sintex.
Os pedidos de prorrogação de pagamento
também geram preocupação, pois sinalizam que haverá um “vácuo” no caixa do
varejo e das indústrias no curto prazo.
O varejo durante a pandemia
Segundo o levantamento da
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mais de 75
mil lojas fecharam as portas no Brasil, no primeiro ano da pandemia de
Covid-19. É a maior retração desde 2016 (-105,3 mil). O ramo que mais perdeu
unidades foi o de vestuário, calçados e acessórios (-22,29 mil unidades).
Tem solução?
O presidente do Sintex destaca
que a indústria e comércio varejista de vestuário têm dado toda a
atenção às medidas preventivas contra a Covid-19, com investimentos para
o distanciamento social dos colaboradores, uso de máscara e álcool em gel.
Reconhece que economia e saúde precisam andar juntas e destaca que o momento
agora é de investir na vacinação em massa.
“Somente a população vacinada, teremos
a recuperação da saúde e, consequentemente, da economia. Precisamos de
políticas públicas que acelerem a vacinação. Não há outra alternativa”, destaca
Comper.