Em outros tempos, multidões de foliões estariam invadindo as
cidades catarinenses. Mas esta vez não ‘vai passar pela Avenida um samba
popular’.
Vivemos dias da pandemia da Covid-19, e o mundo do samba sofre o
momento de maior impacto. Não apenas pela impossibilidade dos desfiles e
eventos carnavalescos, do ajuntamento em bares e clubes, dos encontros nas
esquinas e praças. Mas também por ser uma época em que lembramos das vozes
silenciadas pelo coronavírus. São músicos, diretores de escolas e blocos,
artistas vencidos pela doença. Para prestar-lhes uma homenagem, a NSC produziu
uma reportagem em multiplataformas que tem um samba exclusivo.
A repórter especial Ângela Bastos convidou familiares e amigos
para falar das lembranças e do legado deixado por cinco pessoas ligadas ao
Carnaval de Florianópolis. Pediu, ainda, que cada um levasse um objeto que
simbolizasse esta relação com a música, com folia de Momo, com a cultura da
cidade. Os objetos são o fio condutor da narrativa.
Para produzir o material, os profissionais da NSC seguiram
os protocolos recomendados pela Organização Mundial de Saúde, como
distanciamento, uso de máscara e de álcool gel. Para evitar aglomeração, as
entrevistas foram feitas em horários diferentes no Teatro da UBRO, no Centro da
cidade.
“Nós sabemos o quanto o Carnaval é importante para as famílias,
para as comunidades. Foi muito bonito sentir que, apesar do peito apertado de
saudade, as pessoas nos agradeciam pela oportunidade em poder reverenciar as
memórias dos que partiram”.
Os textos e vídeo resgatam também um sentimento de esperança. O
músico e compositor Daniel Zinho, campeoníssimo em concursos de marchinhas, é
autor da música “Não fechem as cortinas”, uma marcha-rancho em que arrasta o
desejo dos sambistas que ‘foram brilhar para além do luar’: o samba vai continuar.
Além do texto de Ângela Bastos, a reportagem especial tem fotos
e imagens de Diorgenes Pandini e edição de vídeo de João Scheller. A
produção estará disponível no NSC Total e nas edições impressas deste fim de
semana.