A gestação é um período marcado por uma
série de mudanças no corpo que podem persistir mesmo após o nascimento do bebê.
Uma das mais desconfortáveis é a
diástase abdominal, que acomete até 60% das mulheres gestantes, sobretudo as
que tiveram gêmeos ou mais de uma gravidez.
O problema tem início quando o
afastamento da musculatura abdominal para compensar o crescimento do útero leva
a uma distensão na região, o que ocorre geralmente até seis ou oito semanas
após o parto, provocando flacidez no abdômen e dor na região lombar.
Se não for tratado, o problema pode
levar à aparição de um calombo no meio do abdômen ao realizar esforço e ao
surgimento de dores mais intensas. Até pouco tempo atrás, a única cirurgia
possível para corrigir o problema era realizada com o corte em toda a extensão
do abdome.
Nos últimos anos, o avanço da
tecnologia na medicina tem permitido solucionar essa condição de maneira menos
invasiva e com rápida recuperação, alternativa escolhida recentemente pela
atriz Claudia Raia após o nascimento do filho Luca.
O cirurgião Pedro Trauczynski,
referência em procedimentos minimamente invasivos, explica que, neste caso, são
realizados apenas três pequenos furinhos da região da cicatriz da cesariana.
“Podem ser utilizadas uma câmera e
pinças ou realizar contar com o auxílio da cirurgia robótica”, explica o
cirurgião. Além da recuperação mais rápida e menos dolorida, o tratamento da
diástase com a cirurgia minimamente invasiva permite o retorno breve às
atividades do dia a dia. “A vantagem não é apenas estética, mas funcional a
longo prazo.”
“Essa cirurgia pode ou não ser associada
à cirurgia plástica de lipoaspiração. Temos atendido muitas mulheres que passam
a usar esse recurso para tratar do problema, conseguindo melhores resultados”,
conta o cirurgião.
A atriz Giovanna Antonelli também
realizou a cirurgia para correção da diástase, e outras famosas, como Sandy e
Thaís Fersoza revelaram enfrentar o problema após a gestação. No caso de
Cláudia Raia, o surgimento da diástase estava associado à hérnia.
“A diástase é um afastamento dos
músculos retroabdominais, enquanto a hérnia é um buraco entre os músculos que
pode acontecer uma protusão ou uma enerção de alguma alça intestinal e levar a
uma situação de urgência. É diferente da diástase, que sim, gera muitos
prejuízos. As duas situações podem estar ou não relacionadas”, diz o especialista,
que é associado à Sociedade Brasileira de Hérnia e coordenador científico do
próximo Congresso Brasileiro de Hérnia que acontecerá em Balneário Camboriú nos
dias 7-9 dezembro.
Na oportunidade estarão juntos
cirurgiões especialistas em parede abdominal e cirurgiões plásticos discutindo
o que há de mais recente e moderno no tratamento das diástases abdominais.