Nesta sexta-feira (17), o Festival SESI
de Robótica deu sequência às competições da FIRST Robotics Competition (FRC) e
da FIRST Tech Challenge (FTC), modalidades que trazem para as arenas os maiores
robôs das competições, que pesam entre 10 e 55 quilos. Os robôs semi-autônomos
que participam do festival foram programados por estudantes da Escola S de
Blumenau, Concórdia e Criciúma.
A equipe TechMaker Robotics, de
Blumenau, tem histórico de vitória em competições da FIRST Robotics
Competition. Foi o melhor design industrial (2021), venceu o champions awards
Rookie All Stars (2022) e o Dean’s List Finalist (2022). O time é formado por
16 integrantes, inclusive alunos da escola pública, e o robô é pilotado pela
jovem Sophia Rangel, de 15 anos, que também é a mecânica da equipe. “Sempre
quis fazer medicina, mas a robótica me aproximou da tecnologia. Acredito que a
minha escolha profissional estará associada à medicina robótica, pois a área
tem aparelhos muito parecidos com o que a gente trabalha na FRC”,
compara.
Entre os valores disseminados pela
FIRST, um dos mais representativos é o impacto social. Otávio Marques, de 17
anos, integra a equipe e conta que, regularmente, eles visitam escolas públicas
para divulgar o ensino da robótica. “Somos uma espécie de embaixadores da
robótica. Tivemos ações muito legais numa escola de Rodeio e, com o nosso
apoio, eles formaram uma equipe para participar das competições. Já foram a
três delas”, conta, orgulhoso.
Alianças para competir
A Agrotech, de Concórdia, é uma das equipes
catarinenses que disputam o FIRST Tech Challenge (FTC). As alianças têm sido
fundamentais nas competições e revelam que o trabalho em equipe é essencial
para quem quer ir mais longe. “Como cada robô tem sua característica, cada
equipe tem a sua estratégia, a escolha das alianças é vital ao se jogar o
campeonato porque a comunicação entre os robôs na arena precisa ser muito
afinada. Uma equipe pode ter o melhor robô possível, mas se ela não tiver uma
estratégia, não vai longe. Uma equipe com um robô menos complexo pode avançar
na competição se tiver uma boa estratégia’, explica Mateus Davi Bernart, da
Agrotech. O robô deles é o único na disputa que cumpre as missões com duas
garras (a maioria tem uma só) e sua capacidade de atividade autônoma também lhe
dá vantagem em relação aos demais.
FTC e FRC congregam as equipes que
montam os maiores robôs
FIRST Tech Challenge (FTC): estudantes do ensino médio constroem robôs maiores, de até 19kg, a
partir de um kit de peças reutilizáveis, tecnologia Android e uma variedade de
níveis de programação baseada em CAD, Java e Blocks. Os competidores
desenvolvem um portfólio de engenharia para detalhar o funcionamento dos robôs,
que devem cumprir atividades, como carregar blocos, em uma arena. Serão 490
alunos, de 55 equipes (2 de escolas públicas, 4 de escolas privadas e 49 de
escolas SESI e SENAI).
FIRST Robotics Competition (FRC): categoria mais complexa, envolve alunos do ensino médio, que
constroem e programam robôs de porte industrial, que chegam a 55 kg e têm mais
de 1,5 metro de altura, para também realizar tarefas em uma arena. Esse é o
primeiro ano em que o Brasil realiza uma etapa classificatória para o mundial,
em Houston, nos Estados Unidos. A competição é bastante consolidada lá fora,
onde os times são patrocinados por grandes empresas, como General Motors,
Apple, Xerox, Google, GE Energy, Toyota, que acabam utilizando o torneio para
identificar talentos. Serão 520 estudantes, de 44 equipes (3 equipes da
Colômbia, 9 de escolas públicas, 3 de escolas privadas e 29 de escolas SESI e
SENAI).